Greenpeace Brasil lança abaixo-assinado e traz alerta sobre as consequências da mineração no fundo do mar

Peixe transparente em formato arredondado, na escuridão do fundo do mar; espécie conhecida como "Pancake Bathfish"
Fotografia de um jovem “Pancake Bathfish” (Halieutichthys aculeatus): uma espécie de peixe que vive a mais de 800m de profundidade no oceano, que está entre tantas outras espécies ameaçadas pela mineração em águas profundas. Imagem registrada no México. (© Dante Fenolio / Science Photo Library)

O fundo do mar é lar de uma enorme biodiversidade. Lá vivem criaturas marinhas, das quais ainda conhecemos muito pouco, que nos encantam com suas diferentes e estranhas características. Mas, apesar disso, empresas e governos querem enviar máquinas gigantescas para explorar as profundezas dos oceanos, colocando em risco um sensível e único bioma.

A mineração em águas profundas tem como objetivo encontrar metais e minérios e, embora a atividade ainda não seja autorizada em águas internacionais, a pressão do setor é enorme. O que está em jogo precisamente são as águas que estão para além das denominadas Zonas Econômicas Exclusivas (ZEE) – faixas localizadas além das águas territoriais sobre a qual cada país costeiro tem prioridade para a utilização de recursos naturais.

É por isso que o Greenpeace Brasil se soma a uma campanha global com o abaixo-assinado “Parem a mineração em águas profundas”.

As consequências da mineração no fundo do mar são extremamente graves e podem causar danos ambientais irreversíveis. Entre elas, a destruição total dos habitats e de espécies que ainda sequer conhecemos e a perturbação da vida marinha com barulhos, poeira e luz, desequilibrando esse ambiente.

O ruído gerado pelas máquinas, por exemplo, pode perturbar animais marinhos como as baleias, e as áreas iluminadas por holofotes poderiam causar grandes transtornos para criaturas do mar, adaptadas a níveis muito baixos de luz natural.

Como se não fosse o suficiente, as máquinas que mineram o fundo do oceano podem levantar sedimentos que impactam as águas por quilômetros. Sem contar que os navios mantidos na superfície para executar as operações também podem contaminar o oceano com vazamentos e substâncias tóxicas.

E por que precisamos agir agora?

Já que o fundo do mar em águas internacionais está fora das fronteiras dos países, quem faz as regras para a mineração em águas profundas é a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ou ISA, na sigla em inglês).

O órgão está em processo de avaliação para decidir a liberação ou não da atividade, portanto, estamos diante de uma oportunidade única: podemos parar essa indústria antes mesmo que ela comece! 

No próximo semestre haverá uma reunião decisiva sobre o tema, na Jamaica, e por isso precisamos pressionar os governos mundiais para que se posicionem contra a mineração em águas profundas e não ceda à pressão e ganância das empresas.

O Brasil faz parte do conselho da ISA e terá um papel importantíssimo para impedir que os oceanos sejam alvo da mineração. Participe do nosso abaixo-assinado e compartilhe com sua rede!