Em reunião do ConFaz, expectativa era de que a incidência do ICMS na
micro e minigeração de energia solar seria resolvida. No entanto, o tema
nem chegou a ser discutido.
Ativistas do Greenpeace protestam no Ministério da Fazenda, em Brasília,
e pedem ao ministro Joaquim Levy que incentive a energia solar no
Brasil. ©Greenpeace/Joel Rodrigues
Os secretários da Fazenda estiveram reunidos com o ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, durante o dia de hoje para abordar questões
tributárias. A expectativa era grande para que a discussão sobre a forma
como o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)
incide, hoje, na micro e minigeração de energia solar entrasse em pauta e
que ela fosse alterada para que o Sol pudesse se tornar uma das
principais fontes da matriz energética brasileira. No entanto, o
Conselho da Fazenda (ConFaz) não chegou nem a debater o tema durante a
reunião.
“Esta reunião [do ConFaz] é mais um símbolo de como os governos estão
desconectados dos anseios da sociedade civil”, diz Barbara Rubim,
coordenadora da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil. “No
momento em que o governo enfrenta uma das piores crises elétricas da
história e que a população sofre com aumentos na conta de luz que já
ultrapassam 50%, é inaceitável que a energia solar, solução para estes
dois problemas, continue fora da pauta dos governantes.”
No início da semana, ativistas do Greenpeace protestaram no Ministério da Fazenda para
pressionar o ministro Levy a tomar a decisão que poderia resolver um
dos maiores entraves ao desenvolvimento da energia solar no Brasil. Com
um Sol preso em uma jaula e a mensagem “Levy, deixa o Sol brilhar no
futuro do Brasil”, o Greenpeace entregou uma chave na qual era possível
ler ICMS, símbolo para lembrar que a mudança no tributo possibilitará o
uso da energia solar em larga escala no País.
Vale lembrar que, hoje, a energia que o brasileiro gera vale menos do
que a que é consumida da rede, isso porque o ICMS incide sobre o valor
total de energia consumido (bruto) e não somente sobre o valor final, no
qual é descontada a energia gerada. O custo da geração de energia por
painéis solares poderia ser cerca de 20% menor caso o tributo deixasse
de ser aplicado.
A expectativa de que esta questão seria resolvida hoje era alta
porque o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, vem sinalizando
incansavelmente que isso aconteceria na próxima reunião do ConFaz.
“Apesar de ser responsabilidade do Ministério da Fazenda, entendemos que
era um desejo do governo federal incentivar a energia solar, mas parece
que falta diálogo entre os ministérios. O Greenpeace continuará
pressionando para que a energia solar receba a devida atenção para poder
se desenvolver”, conclui Rubim.
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