Ativistas do Greenpeace vão ao Ministério da Fazenda pedir incentivos à energia solar no Brasil
Ativistas do Greenpeace protestam no Ministério da Fazenda, em Brasília,
e pedem ao ministro Joaquim Levy que incentive a energia solar no
Brasil. Levy é um dos responsáveis por solucionar a forma como o ICMS
(Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) incide na micro e
na minigeração de energia. ©Greenpeace/Joel Rodrigues
O dia amanheceu e os primeiros raios de Sol iluminaram Brasília. No
entanto, o astro-rei estava preso em uma jaula ao lado do Ministério da
Fazenda e pedia para ser libertado por seu ministro, Joaquim Levy, um
dos responsáveis por resolver a questão do ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços) que impede o desenvolvimento da
energia solar no Brasil.
“O Brasil é um dos países com melhor potencial para energia solar no
mundo e ainda tem muita lição de casa para fazer para que a fonte seja
incentivada”, diz Barbara Rubim, da Campanha de Clima e Energia do
Greenpeace Brasil. “Uma das tarefas a ser cumprida é solucionar a
incidência do ICMS na micro e minigeração de energia elétrica no país”.
Ao lado do Sol preso, ativistas seguravam um banner com a mensagem
"Levy, deixa o Sol brilhar no futuro do Brasil".
Hoje, a energia que o brasileiro gera vale menos do que a que
é consumida da rede, isso porque o ICMS incide sobre o valor total de
energia consumido (bruto) e não somente sobre o valor final, no qual é
descontada a energia gerada. O custo da geração de energia por painéis
solares poderia ser cerca de 20% menor caso o tributo deixasse de ser
aplicado e a estimativa é de que, com esta mudanças, o Brasil poderia
ter 55% a mais de sistemas conectados à rede em um futuro não tão
distante.
Se o Governo Federal quer dar um sinal de que pretende investir em
energias renováveis, este passo precisa ser tomado. A regulamentação do
ICMS sobre a eletricidade é feita pelo Conselho Nacional de Política
Fazendária (ConFaz), órgão composto pelos Secretários da Fazenda de
todos os Estados e do Distrito Federal e presidido pelo Ministro da
Fazenda.
Ainda na manhã desta terça-feira, dia 07 de abril, membros do Greenpeace protocolaram um pedido formal ao Ministro, e aguardavam a sua presença. A próxima reunião do ConFaz será na sexta-feira, 10 de abril.
“Este passo importante pode acontecer nesta próxima reunião do
Conselho da Fazenda. Precisamos pressionar para que esta medida seja
alterada para que o Brasil possa abraçar sua vocação natural que é a
energia solar”, conclui Rubim.
Energia solar na prática
Para mostrar a
importância de solucionar a questão do ICMS e mostrar que a energia
solar já é uma energia do presente e não do futuro, o Greenpeace realiza
um crowdfunding (financiamento coletivo) para instalar painéis solares
em duas escolas públicas, uma em Uberlândia e outra em São Paulo.
“Escolhemos uma escola em Minas Gerais porque este foi o primeiro
Estado a alterar a forma de cálculo do ICMS, dando um forte incentivo
para que os mineiros possam gerar sua própria eletricidade. Dessa forma,
vamos mostrar que a escola de Uberlândia terá vantagens econômicas e
pedir que todas as instalações no Brasil possam ter as mesmas condições e
benefícios”, continua Rubim.
Mais de 1800 estudantes serão beneficiados com as instalações. As
duas escolas vão economizar cerca de R$25 mil por ano em suas contas de
luz e o valor será revertido em atividades extracurriculares, passeios e
viagens aos alunos. Você pode nos ajudar a tirar este projeto do papel e
torná-lo realidade. Ajude-nos a mostrar que energia solar é possível e que ainda pode trazer cultura e educação.
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