Há um mês, seis ativistas a bordo do navio Esperanza, do Greenpeace,
iniciaram uma travessia no Oceano Pacífico, na cola do navio Blue Marlin, que transporta a plataforma Polar Pioneer, da Shell, para explorar petróleo no Ártico. Já são mais de 8.000 milhas náuticas navegadas.
Os ativistas interceptaram a plataforma da Shell no meio do Oceano
Pacífico, 750 milhas a noroeste do Havaí. Eles escalaram a estrutura de
97 metros de altura e 38.000 toneladas em alto-mar, a fim de denunciar e
mostrar ao mundo inteiro a ameaça que a plataforma representa. Os
ativistas levavam consigo a mensagem de mais de 6,8 milhões de pessoas
ao redor do mundo: Shell, não queremos você no Ártico.
O grupo montou um acampamento na parte inferior do convés principal da plataforma Polar Pioneer
e lá ficou por seis dias, durante os quais receberam suprimentos
suficientes para permanecer acampados e se comunicar em tempo real com
todo o mundo, apesar das centenas de quilômetros de distância da
terra-firme.
A ameaça que a Shell representa para o Ártico é um assunto de suma
importância e urgência: em março, o governo dos Estados Unidos aprovou a
concessão de perfuração para a Shell no Mar de Chukchi, no Alasca
Ártico. Isso significa que em menos de 100 dias, a Shell pode começar a
explorar petróleo na região.
Como disse Johno Smith, ativista neozelandês: "Estamos aqui para
ressaltar que em menos de 100 dias a Shell estará perto do Ártico para
explorar petróleo. Esse ambiente antigo e prístino precisa de proteção
para as gerações futuras e toda a vida que o chama de casa. Ao invés
disso, as ações da Shell estão explorando o derretimento do gelo para
aumentar um desastre causado pelo homem. As mudanças climáticas são uma
realidade”.
A Polar Pioneer, que está sendo transportada pelo Blue Marlin,
um navio de 217 metros de comprimento, é uma das duas embarcações da
Shell que rumam ao Ártico para explorar petróleo esse ano. A segunda
embarcação, Noble Discoverer, é um dos mais antigos navios de perfuração do mundo. Em dezembro de 2014, a Noble Drilling,
uma das maiores empresas contratadas pela Shell no Ártico e
proprietária do navio, declarou-se culpada de cometer oito crimes
relacionados com as tentativas fracassadas da Shell para perfurar no
Oceano Ártico em 2012.
A reação da Shell
A Shell sentiu a pressão. Sabendo que milhões de pessoas em todo o
mundo são contra suas ambições destrutivas, a empresa conseguiu na
justiça dos EUA proibir o Greenpeace e qualquer pessoa ligada a ele de
se aproximar das embarcações da Shell. A Shell não quer somente nos
calar, quer calar a todos que a querem fora do Ártico.
Agora, mais do que nunca, o movimento contra os planos da Shell
cresce e se espalha. Neste momento, a plataforma está se aproximando de
Seattle, que servirá de base para a exploração do Ártico. Milhares de
pessoas como nós já estão lá, aguardando a chegada da plataforma para
mostrar que a exploração no Ártico é perigosa e inaceitável. Não podemos
permitir que a Shell ameace todo um ecossistema tão rico e frágil. E
não vamos desistir. Salve o Ártico!
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