Mobilização Indígena em fotos: veja as melhores e mais bonitas imagens
da semana de protesto dos índios em Brasília, onde ocorreu o Acampamento
Terra Livre, com mais de 1,5 mil indígenas
Ontem (19) foi Dia do Índio. E a semana passada foi a semana do
índio. Isso mesmo: entre os dias 13 e 16 de abril, aconteceu a Semana de
Mobilização Nacional Indígena, organizada pela Articulação dos Povos
Indígenas do Brasil (Apib) e organizações parceiras. Foi na Esplanada
dos Ministérios que mais de 1,5 mil indígenas se concentraram para o 11º
Acampamento Terra Livre (ATL). A agenda foi repleta de protestos e
articulações políticas. Mas cheio mesmo ficaram os olhos com tanta
beleza e cores trazidas pelos povos indígenas e suas culturas
riquíssimas.
Veja a seguir as 20 melhores fotos da Semana de Mobilização Indígena:
(© Lunaé Parracho / MNI)
Foi durante a madrugada entre os dias 13 e 14 que os indígenas montaram o
ATL, fincando bambus ao chão que serviram de armação para as lonas. Ao
fundo, os prédios do Congresso Nacional
.
(© Fábio Nascimento / MNI)
Anastácio Peralta, liderança do povo Guarani Kaiowá, do Mato Grosso do
Sul, chega ao local do acampamento após longa viagem de ônibus. Um dos
territórios indígenas desse povo, a TI Guyraroka, sofreu recente ataque
do Supremo Tribunal Federal (STF), tendo seu processo de demarcação
anulado. Anastácio ressalta os interesses agropecuários: “o boi vale
mais do que uma criança Guarani”.
(© Lunaé Parracho / MNI)
Ao armarem o ATL na madrugada, a silhueta de um grupo indígena foi projetada no Ministério da Defesa.
(© Fábio Nascimento / MNI)
O sol já havia nascido e a montagem do ATL continuava. Nesse momento,
contabilizava-se cerca de 1,2 mil indígenas na Esplanada dos
Ministérios. De tarde esse número saltou para mais de 1,5 mil índios.
(© Isabel Harari / MNI)
Na parte da tarde do dia 14 os indígenas saíram em marcha rumo à Praça
dos Três Poderes, para protestar contra o Supremo Tribunal Federal. Na foto, Isabel Xerente, que ainda mantém, nos seus mais de 90 anos, o doce sorriso e a força para continuar lutando. Ela disse: "nós
queremos acabar com esse negócio que é a PEC 215, pelos nossos netos,
tataranetos, pra viver sossegado e parar de ser perturbado pelo branco". O Povo Xerente é do estado de Tocantins.
(© Fábio Nascimento / MNI)
Artur Xerente aponta flecha para o Congresso Nacional durante a marcha. A
dita “Casa do Povo”, simboliza um dos maiores ataques aos direitos
indígenas: a PEC 215, que propõe transferir a criação de Terras
Indígenas do Executivo (Funai e Ministério da Justiça) para o
Legislativo (deputados e senadores). Dos pouco mais de 500 deputados,
cerca de 200 compõem a bancada ruralista, movimento que mais agride os
direitos indígenas.
(© Fábio Nascimento / MNI)
Marcha chega à Praça dos Três Poderes e realizam vigília em frente ao
Supremo Tribunal Federal, que em recente decisão restritiva e
anti-indigenista anulou a demarcação de três Terras Indígenas: TI
Guyraroka (Guarani Kaiowá), TI Porquinhos (Canela Apanyekrá) e TI Limão
Verde (Terena).
(© Lunaé Parracho / MNI)
Índio do povo Kayapó se ajoelha em frente à PM, que guardava o prédio do
STF. Atrás dele, no canto esquerdo da foto, Lindomar Terena, que já
discursou na ONU e é considerado uma das mais importantes lideranças
indígenas nacionais.
(© Lunaé Parracho / MNI)
Foto em perspectiva de índio fumando e um policial militar no plano de fundo durante a vigília ao STF
(© Fábio Nascimento / MNI)
Vários povos indígenas presentes, ao chegarem ao STF, começaram a dançar
e cantar músicas tradicionais de suas etnias. Na foto, roda de dança do
Povo Xukuru, que veio do estado de Pernambuco.
(© Fábio Nascimento / MNI)
O dia seguinte (15) começou com mais uma marcha pela Esplanada dos
Ministérios, e os indígenas se dirigiram ao Palácio do Planalto para
protestar contra o Executivo. Mais de 20 Terras Indígenas fora de
disputa precisam apenas da assinatura da presidente Dima para serem
formalizadas, mas há tempo o governo fica só na promessa.
(© Lunaé Parracho / MNI)
Uma conversa com Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, foi
arranjada para a parte da tarde. Na foto, grupo de índios aguardam do
lado de fora do Congresso Nacional.
(© Fábio Nascimento / MNI)
Reunião com Eduardo Cunha foi desanimadora: a comitiva de lideranças
indígenas saíram insatisfeitas com discurso vazio e demagógico do
deputado agora presidente do Congresso. Cunha disse não ser contra e nem
a favor da PEC 215, mas não comentou sua participação na Frente
Parlamentar Agropecuária, formada por ruralistas, principais
responsáveis pelos ataques aos direitos indígenas.
(© Lunaé Parracho / MNI)
Com a Constituição no chão, o último dia do ATL (16) teve a agenda
cheia, com dois Atos Solenes em homenagem aos índios, um na Câmara dos
Deputados e outro no Senado Federal. O vice-presidente Michel Temer
também recebeu lideranças indígenas, assim como o Ministro do STF Dias
Toffoli.
(© Fábio Nascimento / MNI)
Ato solene no Plenário da Câmara dos Deputados foi uma homenagem de
parlamentares ao Dia do Índio. No entanto, indígenas se sentiram
constrangidos ao serem barrados na entrada, num evento em sua própria
homenagem. Inicialmente estava acordada a entrada de 700 índios, mas a
segurança da Casa só queria permitir 170. No final, foi negociada a
entrada de 500.
(© Lunaé Parracho / MNI
Criança da etnia Munduruku brinca com a lente da câmera de fotógrafo. O
Povo Munduruku está sob ameaça da Hidrelétrica de Tapajós, que vai
alagar territórios sagrados dessa etnia. O governo iniciou as obras sem
realizar nenhuma consulta aos povos tradicionais da região.
(© Fábio Nascimento / MNI)
Durante Sessão Solene, liderança indígena visita o blog da Mobilização Nacional Indígena com o computador do Plenário.
(© Lunaé Parracho / MNI)
O cantor Chico César mostrou apoio ao movimento indígena se apresentando
durante a Sessão Solene na Câmara dos Deputados. Ao seu lado, a
liderança indígena Sônia Guajajara, que integra a Articulação dos Povos
Indígenas do Brasil (Apib).
(© Lunaé Parracho / MNI)
No Plenário do Senado também se realizou um Ato Solene. Na foto, dois
índios levantam seus mbarakás (chocalho sagrado) como forma de protesto.
“O mbaraká é a fala de ñanderu!”, bradou o cacique Tito Vilhalva,
liderança Guarani Kaiowá. Ñanderu é o deus gauarani.
(© Fábio Nascimento / MNI)
O último dia do ATL (16) chegava ao fim. Novamente muitos discursos
vazios dos políticos, novamente muitas promessas que os índios já não
engolem. Acabava a Semana de Mobilização Nacional Indígena, mas não a
luta e a resistências dos povos tradicionais pelos seus direitos. Dentro
de algumas semanas a PEC 215 será votada no Congresso Nacional, então
podemos esperar mais cocares pela capital federal.
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