Friday, March 14, 2014

Termelétricas pesam no bolso do consumidor

Em anúncio realizado hoje Ministério da Fazenda e Ministério de Minas e Energia anunciam que consumidores pagarão parte das despesas do setor elétrico

Ativista com máscara do ministro Edson Lobão faz leilão de energia sobre pilha de carvão, combustível poluente que abastece termelétricas ©Greenpeace)


A falta de chuvas e a possibilidade de racionamento de água e de energia não são as únicas preocupações da população brasileira. Pelo menos não deveriam ser diante do recente anúncio do governo de que a conta de luz dos consumidores brasileiros vai aumentar. Devido aos baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas e do funcionamento constante das usinas termelétricas desde o inicio do ano, o governo brasileiro já gastou R$ 12 bilhões para manter o fornecimento de energia no país. E, para fechar essa conta, os consumidores de energia vão ter que pagar parte das despesas.
Com essa decisão, a conta de luz deve subir a partir de 2015. O governo vai autorizar um financiamento privado de R$ 8 bilhões que será ressarcido com o aumento das tarifas. “Há muito tempo alertávamos que os gastos exorbitantes com o combustível das termelétricas sobraria para o consumidor”, afirma Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil, “ já que boa parte do parque termelétrico foi construído para operar apenas em poucos meses do ano devido ao custo do combustível queimado por elas que é caríssimo.”
Ainda para tentar equilibrar as contas e para evitar o risco de ‘apagão’, também foi anunciado hoje a realização de um leilão de energia A-0 – para contratação de energia emergencial ou imediata, não havendo necessidade de construir novas usinas – na tentativa de reduzir o preço da eletricidade e o gasto das distribuidoras.
O governo vem pagando parte da conta das distribuidoras desde o ano passado para evitar impactar o bolso do consumidor, no entanto, a conta ficou tão elevada que decidiu socorre-las financeiramente. Em 2013, a conta repassada ao Tesouro pelo setor elétrico foi de R$10 bilhões e apenas em janeiro de 2014 alcançou R$1,2 bilhão.
A real solução para complementar as hidrelétricas no período seco do ano e economizar água nos reservatórios são renováveis como eólicas, solares e biomassa uma vez que o pico de geração dessas renováveis acontece justamente nos meses secos que tanto prejudicam os reservatórios das hidrelétricas.
“O governo deveria adotar daqui por diante um planejamento que não onere o consumidor nem o meio ambiente para evitar que bilhões tenham que ser desembolsados no futuro. Com os R$ 12 bilhões gastos pelo Tesouro poderíamos ter construído 3500 MW permanentes de energia eólica para o Brasil”, conclui Baitelo.

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