Greenpeace vai às ruas hoje para defender o direito de se manifestar e
demandar direitos, a não-violência e o diálogo democrático
Em sinal de paz, manifestante ocupa av. Paulista com rosas brancas nas
mãos, pedindo redução no preço da tafira de metrô e ônibus. (foto:
Brunno Marchetti)
Como organização fundada sob os princípios do ativismo e da
não-violência, o Greenpeace participa, hoje, de duas atividades para
defender o direito de se manifestar por direitos. Participaremos do 9º
debate sobre “Militarização e Lei Anti-Terror”, organizado pelo Comitê Popular da Copa de São Paulo e estaremos no 4º Grande Ato Contra Copa em São Paulo.
O Greenpeace não se opõe à Copa do Mundo em si - nem ao futebol e à
seleção brasileira -, mas não concorda com o modo como os preparativos
para a Copa vem sendo conduzidos. O montante de recursos destinado para
as obras e infraestrutura do evento é um insulto à população brasileira
quando comparado com a verba destinada aos direitos básicos como
transporte, saúde, educação, moradia, entre tantos outros.
Como se o inegável déficit social do governo em relação à população
não fosse suficiente, a Copa ainda tem sido justificativa para repressão
policial e aprovação de leis que criminalizam manifestantes.
Diante dos pedidos da população brasileira que revelam o desejo de
mais participação nas decisões políticas e de diálogo, o governo tem
dado a indicação de que irá na direção contrária. O que tem sido visto é
o endurecimento da legislação e o uso desta como ferramenta para a
repressão, além do cerceamento do direito à manifestação e à liberdade
de expressão.
Mesmo assim, milhões de brasileiros foram e continuam indo às ruas
pelo direito de expressar seus anseios por mudanças e também para
condenar qualquer tentativa de criminalização dos movimentos sociais. O
que se espera por parte do Estado é o diálogo democrático e não o uso de
violência para lidar com as manifestações.
Nesse contexto de recrudescimento da repressão estatal como o que
estamos vivendo, o Greenpeace acredita que faz parte de sua missão estar
nas ruas ao lado de pessoas, movimentos e coletivos que estão há muito
tempo reivindicando seus direitos. E, principalmente, estar nas ruas
reivindicando o direito de ir às ruas - sem medo, como prevê nossa
Constituição – e afirmando a não-violência, um dos valores da
organização que define a forma como atua.
Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional, diz que
“a raiva, a frustração e a descrença no atual modelo político são
perfeitamente compreensíveis. No entanto, a não-violência é a melhor
tática e estratégia. A violência é eticamente, taticamente e
estrategicamente falha uma vez que se queremos criar uma sociedade
diferente, essa sociedade deve ser construída no diálogo, no amor e no
respeito. E se não pudermos controlar a nossa raiva, por mais legítima
que ela seja, significa que estaremos dando munição àqueles que não
desejam a mudança para que digam que não somos legítimos.”
Atos isolados de manifestantes não podem ser usados para justificar o recrudescimento da repressão policial contra todos.
Pela defesa dos direitos sociais. Pelo direito de ir para as ruas, sem medo.
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