Resolução que protege áreas do Ártico é aprovada pelo Parlamento Europeu e poderá banir as companhias de petróleo na região
Ativistas se fantasiam de ursos polares para protestar contra a Gazprom
durante Fórum Econômico Mundial de Davos (©Greenpeace/Ex-Press/Flurin
Bertschinger)
O Parlamento Europeu aprovou uma resolução que visa proteger áreas ao
redor do Polo Norte, podendo banir companhias de petróleo que desejam
perfurar na região e a pesca industrial. O projeto é uma resposta às
demandas da campanha internacional "Salve o Ártico" que atraiu o apoio
de milhões de pessoas, entre eles do cantor e ex-Beatles Paul McCartney.
Essa decisão rompe com os posicionamentos recentes do Conselho do
Ártico – composto por países como Noruega, Dinamarca, Canadá e Rússia –
que vem resistindo ao pedido de proteção permanente da região do
Ártico.
Ao mesmo tempo, a Finlândia adotou a proposta de tornar oficialmente o
Ártico como um santuário. A ativista finlandesa Sini Saarela disse que
“o que acontece no Ártico é relevante para todos nós. Com um santuário
na região, o Parlamento Europeu responderá a milhões de pessoas que
querem proteger o Ártico para futuras gerações.”
Sini estava entre os 28 ativistas que junto com dois jornalistas
protagonizaram um protesto pacífico em uma plataforma da Gazprom,
empresa petrolífera russa, em setembro do ano passado. Os “ 30 do
Ártico”, como ficaram conhecidos, foram acusados de pirataria e de
vandalismo e permaneceram dois meses presos. Foram liberados após
receberem anistia do governo russo.
Sini ainda disse que “trata-se de uma mudança imediata para um
pequeno grupo de países que estão se preparando para explorar o
vulnerável Ártico em busca de petróleo e pesca industrial. Esses planos
ambiciosos estão ameaçados e exigem uma resposta das empresas que vem o
Ártico como uma nova fonte de recursos.”
O Parlamento também salientou a necessidade de um acordo vinculativo sobre a prevenção da poluição no Ártico.
A resolução prevê dar ênfase ao tema na agenda dos ministros de
Relações Exteriores da União Europeia e da chefe de política externa
Catherine Ashton, que tem relutado a falar contra a rápida
industrialização da região por companhias internacionais de petróleo,
como a Shell, BP e a Gazprom.
Leia aqui a cláusula 38 da resolução:
"Apoiamos a iniciativa de cinco Estados costeiros do Ártico para
chegar a um acordo sobre as medidas de precaução para evitar a pesca
industrial nos mares árticos sem o estabelecimento prévio de mecanismos
regulatórios apropriados.
Apoiamos o desenvolvimento de áreas de conservação do território, em
particular, a proteção da área internacional do mar ao redor do Polo
Norte excluindo as zonas econômicas dos Estados costeiros."
Veja aqui a lista completa das celebridades que apoiam os “30 do Ártico”.
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