Manifestantes protestam na França para alertar governo sobre os riscos
que as usinas podem causar ao meio ambiente e à população.
Ativistas abrem faixa na usina nuclear em protesto pelas fontes renováveis.
Foto: © Daniel Mueller / Greenpeace
Nesta terça feira, 18 de março cerca de 60 ativistas do Greenpeace,
de 14 países diferentes, fizeram um protesto na usina de Fessenheim, no
leste da França. Com o propósito de denunciar os riscos que a energia
nuclear francesa pode causar à Europa, ativistas de vários países
europeus (França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Itália, Suíça, Polônia,
Republica Tcheca, Suécia, Eslovênia e Áustria), além de outros países ao
redor do globo (Austrália, Turquia e Israel), compareceram ao ato.
“Fessenheim é uma das usinas nucleares mais antigas da Europa e deveria
ser a primeira de uma série de usinas nucleares que precisam ser
desligadas nos próximos anos”, afirma Cyrille Cormier, especialista do
Greenpeace em energia nuclear. “Angela Merkel(chanceler alemã) e
François Hollande(presidente da França) não podem expor a Europa a
futuros riscos, o continente precisa explorar formas sustentáveis de
extrair energia”.
Com 37 anos de atividade, Fessenheim é a usina nuclear mais antiga da
França, e foi identificada pelo Greenpeace como uma das mais perigosas
do país. Necessita ser fechada o mais rápido possível, assim como outras
usinas francesas. São elas: Le Bugey, Tricastin, Gravelines e Le
Blayais. Fessenheim está localizada no coração da Europa, entre França,
Suíça e Itália. Exposta a terremotos e sujeita a inundações, pode
prejudicar sete milhões de pessoas que vivem em um raio de 100 km dos
reatores.
Na Europa, uma nova era de riscos relacionados à energia nuclear
começou: 66 das 151 usinas nucleares europeias têm mais de 30 anos de
atividade, e algumas já ultrapassam os 40. Há duas semanas o Greenpeace
publicou um levantamento chamado “Prolongamento da vida útil das usinas
nucleares: uma nova era de risco vai começar”, que expõe os riscos que o
continente está sujeito, caso continue usando as antigas usinas.
O envelhecimento das usinas propicia risco de graves acidentes. Mesmo
com os reparos a que os reatores foram submetidos, continuam se
deteriorando devido ao desgaste ao longo dos anos. Embora o presidente
Hollande tenha prometido fechar Fessenheim até 2016 e reduzir a parcela
nuclear no país de 75% para 50% até 2025, a extensão do tempo útil de um
reator acima de 40 anos pode mudar o rumo do projeto.
“François Hollande tem que manter sua promessa, e criar a lei que impede o funcionamento de usinas com mais de 40 anos de uso”.
A Europa deve decidir seu quadro de política energética para 2030
durante o Conselho Europeu em Bruxelas, no final desta semana. A meta
proposta pela comissão é de que pelo menos 27% das fontes de energia
sejam renováveis, o que é muito pouco. O Greenpeace propõe que François
Hollande e Angela Merkel aumentem a meta de 27% para 45% do uso de
energias renováveis no velho continente nos próximos anos.
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