Laboratório de Células Solares do Núcleo Tecnológico de Energia Solar da PUC-RS, em Porto Alegre (RS). (©RogérioReis/Tyba)
“A excelente decisão do governo de ter permitido pela primeira vez a entrada da energia solar na competição foi neutralizada com o inexplicavelmente baixo preço-teto por MWh. Isso inviabilizou totalmente a competitividade dos projetos inscritos”, afirmou Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.
Ainda que o resultado do leilão tenha sido positivo para a fonte eólica e para o desenvolvimento de sua indústria, o mesmo não pode ser dito para as outras fontes. Também participaram do leilão as fontes eólica, hidrelétricas e termelétricas a biomassa e gás natural sendo que no total, foram contratados 876,6 MW apenas para energia eólica.
Para a energia solar, foram inscritos 3 mil MW em projetos interessados, mas que não saíram do papel devido ao baixo preço. O Brasil tem um potencial enorme em termos de radiação solar, mas ainda não consegue aproveitá-lo por falta de coordenação, direcionamento dos incentivos e ações coordenadas e claras do governo que poderiam impulsionar seu desenvolvimento.
Ao contrário do que acontecia no passado, os preços para as energias renováveis – em especial a solar fotovoltaica e eólica – são cada vez mais competitivos no mercado e ainda utilizam recursos locais e criam mais empregos. Segundo A EPE (Empresa de Pesquisa Energética), em 2012, o MWh de energia solar custava entre R$300 e R$400, enquanto que outras projeções dão conta de preços na faixa de R$180 nos próximos 5 anos.
“A iniciativa do governo foi confusa. Se o governo quer abrir caminho para o desenvolvimento da fonte no país, porque deu um sinal contrário e colocou um preço que não apenas é inviável para energia solar como para boa parte das demais fontes?”, afirmou Baitelo. “O crescimento da energia solar só é possível a partir da sinalização do Brasil de que quer desenvolver essa indústria e este sinal não foi dado neste leilão.”
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