Na primeira coletiva de imprensa em Varsóvia (Polônia) após o anúncio
do novo aumento no desmatamento da Amazônia, o embaixador José Antônio
Marcondes de Carvalho, chefe da delegação do Brasil na COP-19, reforçou a
mensagem passada ontem pela ministra do Meio Ambiente, Izabella
Teixeira. Segundo ele, os dados são de fato alarmantes, mas não afetarão
as negociações climáticas, já que foi um compromisso assumido
voluntariamente pelo governo brasileiro.
“É inegavel que [o desmatamento] é um assunto preocupante, mas ainda é
o segundo menor índice histórico registrado, desde que as medições
tiveram início, em 1988. O país tem feito qualquer ação possível para
reverter o desmatamento na Amazônia. E esse é não apenas o segndo menor
número, mas ainda é também 78% abaixo da meta que nos comprometemos a
alcançar”, afirmou.
Nesta semana, a revista Science divulgou um estudo
que mostra que, em 12 anos, o planeta perdeu 2,3 milhões de quilômetros
quadrados de floresta. Em termos comparativos, isso representa uma
perda florestal de uma área do tamanho da Argentina.
A análise também mostra que o Brasil mostrou o maior declínio no
período. Por outro lado, a Indonésia foi o país que mais derrubou
floresta, dobrando o desmatamento, que passou de 10 mil para 20 mil
quilômetros quadrados em uma década.
Entretanto, o Brasil já tem começado a ver esse bom resultado ser
revertido. “Com o novo Código Florestal, não se sabe se essa tendência
se manterá”, disse Peter Potapov, professor associado da Universidade de
Maryland e um dos autores do estudo. “Mudanças no marco legal poderão
reverter os mais de 10 anos de resultados positivos”, alertou. O aumento de quase 30% em apenas um ano é outro sinal claro dado pela nova legislação.
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