Delegação jovem em manifestação durante a COP-19, em Varsóvia (Foto: Push Europe).
As palavras de Yeb Saño, negociador-chefe das Filipinas, na plenária de abertura da COP-19, tocaram o coração de muitas pessoas no centro de conferência em Varsóvia (Polônia). Ele reavivou a lembrança de que as cerca de 10 mil mortes causadas pelo tufão Haiyan, que devastou seu país nos últimos dias, foram resultado de 20 anos de inação dos homens e mulheres ali presentes.
Saño está em greve de fome desde o primeiro dia da conferência, e deve permanecer até que alguma ação efetiva seja tomada. Cerca de cem membros da sociedade civil já se juntaram a ele no jejum, em solidariedade ao povo filipino.
A secretaria-executiva da UNFCCC, Christiana Figueres, foi cobrada pelos demais jovens presentes sobre a expulsão dos companheiros. “Nós estamos do lado de vocês, mas vocês sabiam as regras e as quebraram por vontade própria”, disse ela. O protesto, no entanto, não foi uma ação premeditada, mas uma resposta rápida de apoio. “Durante a COP-18, em Doha, ela nos incitou a agir e não nos calar. Estamos apenas seguindo seu conselho”, afirmou um dos jovens.
Uns são expulsos definitivamente das negociações, outros, como os 28 ativistas do Greenpeace e dois jornalistas, seguem presos há cerca de dois meses pelo mesmo motivo. Atos como esses colocam em risco conquistas preciosas das sociedades democráticas, como o direito à livre expressão, à manifestação e ao protesto pacífico.
Enquanto ativistas são privados de demonstrar sua indignação, os governos mostram sua cegueira diante dos esforços desses cidadãos e das ameaças reais da mudança do clima, que batem à porta de todo o mundo todos os dias.
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