O porta-voz do Greenpeace Roman Dolgov, de origem russa, durante
audiência em que foi decretada sua prisão provisória até a conclusão das
investigações sobre possível pirataria, acusação refutada pelo
Greenpeace Internacional (© Igor Podgorny / Greenpeace)
Vinte e oito ativistas do Greenpeace Internacional, além do fotógrafo e do cinegrafista free-lancers que estavam a bordo do navio Arctic Sunrise, foram levados algemados para uma corte do distrito de Lenin, em Mursmank. Lá eles foram colocados em uma jaula e não tiveram uma tradução adequada.
Dos 30, 22 seguirão mantidos em custodia por dois meses até a conclusão das investigações sobre pirataria. Os demais, incluindo a brasileira Ana Paula Maciel, ficarão detidos por mais três dias, até nova audiência.
“Estas detenções são como a própria indústria do petróleo, uma relíquia de uma era passada. Nossos ativistas pacíficos estão na prisão nesta noite por evidenciar a irresponsabilidade da Gazprom [estatal petrolífera russa]”, disse Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional. “O Ártico está derretendo diante de nossos olhos e estes bravos ativistas desafiaram aqueles que desejam explorar os desdobramentos desta crise climática para continuar perfurando em busca de petróleo.”
“Estou ao lado de milhões de pessoas em todo o mundo que estão prestando solidariedade aos 30. As ações destes ativistas se justificam por causa fracasso de governos de todo o mundo em proteger seus povos das ameaças das mudanças climáticas. Não nos intimidaremos e apelaremos destas prisões. Juntos venceremos”, concluiu Kumi.
Os ativistas possuem 18 diferentes nacionalidades. Entre eles, estava Peter Willcox, capitão do antigo navio Rainbow Warrior que foi bombardeado por agentes do governo francês em 1985. A lista completa de ativistas detidos está disponível neste link.
Mais de 500 mil pessoas já enviaram cartas às embaixadas russas de diversos países desde que o navio Arctic Sunrise e sua tripulação foram detidos uma semana atrás. Amanhã, 27 de setembro, o Greenpeace vai realizar atos em solidariedade aos ativistas em diversas cidades ao redor do mundo, incluindo em Brasília.
O Greenpeace Internacional insiste que as possíveis acusações de pirataria são injustificáveis e que as autoridades russas subiram ilegalmente a bordo do navio Arctic Sunrise quando ele se encontrava em águas internacionais.
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