Tuesday, September 10, 2013

Dúvida financiada

Relatório do Greenpeace mostra que atuação de céticos climáticos – que questionam mudanças no clima – são financiadas, há tempos, por empresas poluidoras.

Seca na Amazônia, em 2005. Foto: Greenpeace/Daniel Beltra 


Às vésperas do lançamento do 5o Relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, na sigla em inglês), que no fim do mês vai dar um panorama da crise climática no mundo, o Greenpeace lançou o documento ‘Jogando com a dúvida: Céticos do Clima vs Ciência do Clima’ (em tradução livre).
O relatório do Greenpeace mostra que os ataques dos chamados céticos climáticos à ciência do clima não são de hoje. Eles se arrastam há pelo menos duas décadas, e continuam sendo financiados pela indústria de combustíveis fósseis. E um dos alvos favoritos é justamente o IPCC, um órgão global que reúne centenas de pesquisadores ao redor do mundo para falar das mudanças climáticas.
Os estudos sistematizados pelo IPCC sobre mudanças climáticas têm altíssima credibilidade mundo afora. Mas a cada novo relatório divulgado pelo time de cientistas, uma saraivada de ataques costuma chegar dos céticos, que acham as previsões exageradas e costumam negar a participação humana no aqueicmento global.
O Heartland Institute, organização com sede nos EUA e que apoia o livre mercado, está para lançar um novo documento colocando em dúvida mais uma vez os dados do IPCC. Mas ao contrário do Painel Intergovernamental, o time de céticos ancora sua milionária campanha em recursos que vêm de companhias como a petrolífera ExxonMobil e associações como a American Petroleum Institute.
“Nós diagnosticamos uma máquina muito bem organizada e financiada por grandes empresas poluidoras, que desde a década de 1990 vem atuando para tentar negar os resultados científicos sobre mudanças no clima”, diz Kert Davies, diretor de pesquisas do Greenpeace nos Estados Unidos. “’Jogando com a dúvida’ esclarece o que está por trás dessas críticas, quem as financia e quais truques eles usam para disseminá-las”.
O relatório do Greenpeace é uma atualização do documento de mesmo nome, lançado em 2010.

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