Monday, September 30, 2013

Conheça a República dos Ruralistas

Website 'República dos Ruralistas' expõe deputados que atacam direitos indígenas, unidades de conservação e territórios tradicionais, promovendo o retrocesso na legislação ambiental. 

Fruto de uma parceria entre o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), o Centro de Trabalho Indigenista (CTI), o Greenpeace e o Instituto Socioambiental (ISA), o website “República dos Ruralistas”, lançado hoje, apresenta dados sobre a atuação parlamentar, o patrimônio fundiário e financeiro, os financiadores de campanha e as ocorrências judiciais de 13 das principais lideranças ruralistas – e anti-indígenas – na Câmara dos Deputados. Lançada hoje, a página chega ao público como uma contribuição das organizações para a semana de Mobilização Nacional Indígena. 
 
De fontes públicas, tais como o Tribunal Superior Eleitoral e os sites da ONG Transparência Brasil, os dados sistematizados reforçam a ligação desses parlamentares com empresas multinacionais do agronegócio, crimes ambientais e contra populações tradicionais e pequenos agricultores. Tornam claros também os interesses particulares e corporativos das propostas que defendem.
O usuário poderá conhecer, em um primeiro momento, os perfis de deputados, autores ou apoiadores de projetos legislativos que visam, principalmente, alterar a forma como são demarcadas as terras indígenas no país – como a PEC 215/2000, que quer retirar do Executivo e passar às mãos de deputados e senadores a competência de demarcar Terras Indígenas. No futuro o site deve alcançar toda a bancada e aprofundar a análise dessas informações. O usuário encontra ainda infográficos e mapas interativos, em uma aba destinada a análises complementares.
Utilizando uma planilha do Google Docs como fonte de dados, “República dos Ruralistas” foi desenvolvido utilizando tecnologias livres e é acessível via computadores e dispositivos móveis, como tablets e smartphones.

Prisão provisória para Ana Paula

Justiça russa decide pela prisão preventiva dos ativistas do Greenpeace que deram depoimentos neste domingo, incluindo a gaúcha Ana Paula Maciel.

A ativista brasileira Ana Paula Maciel durante audiência na corte de Murmansk, noroeste da Rússia (©Dmitri Sharomov/Greenpeace)

Em nova audiência neste domingo, a Justiça russa decidiu pela prisão, por dois meses, dos oito ativistas do Greenpeace que faltavam depor – entre eles a brasileira Ana Paula Maciel. Este é o prazo para que as autoridades do país concluam as investigações sobre a ação pacífica realizada contra a exploração de petróleo no Ártico, no último dia 18. Ao todo, 28 ativistas – além de um fotógrafo e um cinegrafista que cobriam a ação – permanecem sob custódia por este período. O Greenpeace vai recorrer da decisão.
O protesto foi feito pela tripulação que estava a bordo do navio de campanhas Arctic Sunrise, navegando em águas internacionais. A organização condenou as decisões da Justiça e ressaltou que não se intimidará: seus advogados estão trabalhando para apresentar um apelo pela imediatada libertação de todos. Apesar de ainda não haver qualquer acusação formal, as autoridades russas levantaram a hipótese de pirataria, o que é rechaçado pelo Greenpeace.
A ativista Sini Saarela, da Finlândia, falou sobre sua detenção de dentro da gaiola onde os réus permanecem na Corte de Murmansk. Ela afirmou que é uma pessoa honesta e que "sempre estive pronta para ser responsabilizada por minhas ações. Eu não sou uma pirata. Perfurar por óleo é uma enorme ameaça ao meio-ambiente na Rússia e em toda a região Ártica."
Nos últimos dias, as manifestações de apoio aos ativistas vieram de vários países e de diferentes formas. Mais de 600 mil pessoas ao redor do mundo enviaram emails para as embaixadas russas, pedindo a libertação da tripulação. Diversas organizações ambientais e de direitos humanos, como WWF e Anistia Internacional, soltaram notas em apoio ao direito do protesto pacífico.
O argentino Adolfo Perez Esquivel, ativista de direitos humanos e ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1980, escreveu carta ao presidente russo Vladimir Putin pedindo a libertação dos ativistas.  “Como o senhor mesmo já admitiu publicamente, não houve pirataria. O Greenpeace tem uma história de 40 anos de pacifismo. Eles nunca usaram de violência como meio de protesto e, por essa razão, a prisão preventiva dos ativistas e a investigação aberta são incompreensíveis”, escreveu.
Na sexta-feira, veículos de imprensa da Rússia trocaram as fotos de suas versões online por telas pretas, para manifestar indignação com a prisão do fotógrafo Denis Sinyakov, que cobria a ação do Greenpeace. A organização Repórteres sem Fronteiras classificou as prisões como “inaceitável violação ao direito à informação”. 
“Estou ao lado de milhões de pessoas em todo o mundo que estão prestando solidariedade aos 30. As ações destes ativistas se justificam por causa fracasso de governos de todo o mundo em proteger seus povos das ameaças das mudanças climáticas. Não nos intimidaremos e apelaremos contra essas prisões. Juntos venceremos”, afirmou Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional.

Friday, September 27, 2013

Ato de solidariedade aos ativistas presos

No Brasil, ato foi em frente à embaixada russa, em Brasília. Em apoio a fotógrafo que também foi preso, vários veículos de imprensa russos trocaram fotos por telas pretas

Ativistas brasileiros prestam solidariedade à gaúcha Ana Paula, que está presa na Rússia (Foto: © Greenpeace/Tico Fonseca)

O Greenpeace realizou nesta sexta-feira, em diferentes países, um ato de solidariedade aos  ativistas que estão sob custódia das autoridades russas. Em Brasília, voluntários e ativistas brasileiros abriram faixas em frente à embaixada russa, pedindo a libertação da tripulação do navio Arctic Sunrise, e carregaram fotos da bióloga gaúcha Ana Paula Maciel, de 31 anos. Ana está entre o time que permanece em prisão provisória depois de realizarem um protesto pacífico contra a exploração de petróleo no Ártico. A embaixada se recusou a receber uma carta dos ativistas.
Na Rússia, vários veículos de imprensa, em sua versão online, publicaram telas pretas no lugar das fotos, em apoio ao fotógrafo Denis Sinyakov, que também foi preso após o protesto. Em nota, a organização Repórteres sem Fronteiras repudiou a prisão do fotojornalista, classificando a medida como uma “inaceitável violação ao direito à informação”.
Em decisão preliminar da Justiça russa, tomada nesta quinta-feira, o fotógrafo Sinyakiv e outros 21 ativistas continuam presos pelos próximos dois meses, até a conclusão das investigações sobre pirataria. Os demais, incluindo a brasileira Ana Paula, ficarão sob custódia por mais três dias, até nova audiência, já que não havia intérpretes disponíveis em suas línguas maternas.


“Os ativistas não cometeram nenhuma atitude que justifique a prisão deles por dois meses – ou por dois minutos que fossem. Eles não oferecem qualquer risco à sociedade”, afirmou Fabiana Alves, coordenadora da campanha de Clima e Energia do Greenpeace no Brasil. “Há 40 anos, realizamos protestos como esse, e sempre temos como princípio a não violência”.
Mais de 500 mil pessoas ao redor do mundo já enviaram cartas às embaixadas russas de diversos países desde que o navio Arctic Sunrise e sua tripulação foram detidos uma semana atrás. O Greenpeace Internacional insiste que as possíveis acusações de pirataria são injustificáveis e que as autoridades russas subiram ilegalmente a bordo do navio Arctic Sunrise quando ele se encontrava em águas internacionais.

Ação imediata para salvar o clima

Painel da ONU eleva o alerta sobre a iminência de uma crise climática e mostra urgência de medidas globais para se reduzir as emissões de gases estufa
Em foto de 2008, Greenpeace da Nova Zelândia infla balão gigante nas proximidades de Auckland para alertar sobre os perigos das mudanças climáticas (© Greenpeace) 

O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) divulgou hoje o Sumário para Formuladores de Políticas, a primeira seção que compõe o Quinto Relatório de Avaliação. O tom da publicação aumenta o alerta em relação ao relatório passado, publicado em 2007, afirmando que as mudanças climáticas são inequívocas e que os impactos das emissões de CO2 se agravaram. Por outro lado, evidencia que ainda há tempo de prevenir as piores  consequências do aquecimento global com medidas urgentes.
“A única resposta lógica é a ação imediata. Infelizmente, aqueles que estão agindo estão neste momento presos na Rússia, enquanto os responsáveis pelas mudanças climáticas são protegidos por governos de todo o mundo”, disse Stephanie Tunmore, do Greenpeace Internacional.
Ela se refere aos 28 ativistas do Greenpeace Internacional, além do fotógrafo e do cinegrafista free-lancer, que permanecem em prisão provisória na Rússia desde a semana passada, após um protesto pacífico contra a exploração de petróleo no Ártico.


O documento apresenta projeções para o futuro com maior grau de segurança, afirmando ser 95% provável que o aquecimento observado desde meados do século 20 seja resultado da influência humana sobre o clima.
Os sinais de aceleração dos impactos climáticos são perturbadores. Na última década – entre 2002 e 2011 – a camada de gelo da Groenlândia derreteu, em média, seis vezes mais rápido do que na década anterior. Na Antártida, o derretimento foi cinco vezes mais rápido e o gelo do mar Ártico diminuiu significativamente mais rápido do que o previsto. Desde 1993, os níveis do mar subiram duas vezes mais rápido que no século passado.
O IPCC define diferentes cenários possíveis para as emissões globais de carbono e prevê seus impactos relacionados. Para que a temperatura média da superfície terrestres não exceda os 2oC em relação à temperatura da era pré-industrial – limite considerado perigoso pelos cientistas – serão necessários cortes drásticos nas emissões de gases estufa, atingindo um pico em dez anos e chegando a zero em 2070.
“Diante desse cenário, vemos um descompasso entre o que o Brasil precisa fazer para reduzir suas emissões e o que, de fato, está fazendo. Apesar de todas as evidências, insiste em investir altos recursos na exploração de combustíveis fósseis”, afirmou Sérgio Leitão, diretor de políticas públicas do Greenpeace Brasil. “O Brasil terá o primeiro leilão para o pré-sal em menos de um mês, evidenciando sua escolha por uma atividade arriscada, insegura e suja, que pode colocar o país entre os maiores emissores do mundo.”
A solução para o Brasil é uma resposta única - eficiência energética e energias renováveis – que pode resolver mais de um problema. Se investisse em energia limpa, o país poderia reduzir em 60% suas emissões até 2050, um corte de 777 milhões de toneladas por ano para 312 milhões de toneladas. A economia do país também seria beneficiada com tal incentivo: a construção de menos termelétricas e a maior participação de renováveis pouparia R$ 1,11 trilhão até 2050.
“Ainda temos escolha e esse é o momento de decidir. O Brasil pode ajudar a manter o aquecimento global dentro do limite de 2oC, mas para isso os governos, empresas e investidores precisam agir e deixar os combustíveis fósseis no passado de uma vez por todas para garantir o futuro”, acrescentou Leitão.

Não nos intimidaremos

Justiça russa coloca 22 ativistas em prisão provisória. Greenpeace refuta acusação de pirataria e vai apelar da decisão

O porta-voz do Greenpeace Roman Dolgov, de origem russa, durante audiência em que foi decretada sua prisão provisória até a conclusão das investigações sobre possível pirataria, acusação refutada pelo Greenpeace Internacional (© Igor Podgorny / Greenpeace) 

O Greenpeace Internacional condenou o resultado de uma série de audiências que ocorreram hoje em Murmansk, noroeste da Rússia, e que deixou dezenas de ativistas em prisão temporária após o protesto pacífico ocorrido semana passada contra a exploração de petróleo no Ártico. A organização ressalta que não se intimidará e que seus advogados vão apresentar um apelo pela imediata libertação de todos.
Vinte e oito ativistas do Greenpeace Internacional, além do fotógrafo e do cinegrafista free-lancers que estavam a bordo do navio Arctic Sunrise, foram levados algemados para uma corte do distrito de Lenin, em Mursmank. Lá eles foram colocados em uma jaula e não tiveram uma tradução adequada.
Dos 30, 22 seguirão mantidos em custodia por dois meses até a conclusão das investigações sobre pirataria. Os demais, incluindo a brasileira Ana Paula Maciel, ficarão detidos por mais três dias, até nova audiência.

“Estas detenções são como a própria indústria do petróleo, uma relíquia de uma era passada. Nossos ativistas pacíficos estão na prisão nesta noite por evidenciar a irresponsabilidade da Gazprom [estatal petrolífera russa]”, disse Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional. “O Ártico está derretendo diante de nossos olhos e estes bravos ativistas desafiaram aqueles que desejam explorar os desdobramentos desta crise climática para continuar perfurando em busca de petróleo.”
“Estou ao lado de milhões de pessoas em todo o mundo que estão prestando solidariedade aos 30. As ações destes ativistas se justificam por causa fracasso de governos de todo o mundo em proteger seus povos das ameaças das mudanças climáticas. Não nos intimidaremos e apelaremos destas prisões. Juntos venceremos”, concluiu Kumi.
Os ativistas possuem 18 diferentes nacionalidades. Entre eles, estava Peter Willcox, capitão do antigo navio Rainbow Warrior que foi bombardeado por agentes do governo francês em 1985. A lista completa de ativistas detidos está disponível neste link.
Mais de 500 mil pessoas já enviaram cartas às embaixadas russas de diversos países desde que o navio Arctic Sunrise e sua tripulação foram detidos uma semana atrás. Amanhã, 27 de setembro, o Greenpeace vai realizar atos em solidariedade aos ativistas em diversas cidades ao redor do mundo, incluindo em Brasília.
O Greenpeace Internacional insiste que as possíveis acusações de pirataria são injustificáveis e que as autoridades russas subiram ilegalmente a bordo do navio Arctic Sunrise quando ele se encontrava em águas internacionais.


Thursday, September 26, 2013

Manifestações indígenas devem tomar o país

Prevista para a semana entre os dias 30/9 e 5/10, a Mobilização Nacional Indígena vai promover manifestações em vários locais do país. Estão previstos atos em pelo menos quatro capitais (Brasília, São Paulo, Belém e Rio Branco), além de outras previstas em diversas cidades Brasil afora (veja programação abaixo).
A mobilização foi convocada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) para defender a Constituição, os direitos de povos indígenas e tradicionais, e o meio ambiente. O morte é o aniversário de 25 anos da Carta Magna brasileira.
O objetivo é protestar contra o ataque generalizado aos direitos territoriais dessas populações que parte do governo federal, da bancada ruralista no Congresso e do lobby de grandes empresas de mineração e energia. Mesmo depois dos protestos de abril deste ano, quando centenas de indígenas ocuparam o plenário da Câmara Federal e o Palácio do Planalto, as tentativas de desconstrução do artigo 231 da Constituição permanecem.
Centenas de projetos tramitam no Congresso para restringir os direitos de povos indígenas, quilombolas e outras populações tradicionais sobre suas terras, além de tentarem impedir a criação de unidades de conservação. Entre eles, estão as Propostas de Emenda Constitucional (PECs) 215/2000 e 38/1999, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 227/2012 e o Projeto de Lei (PL) 1.610/1996.
O governo de Dilma Rousseff tem o pior desempenho na demarcação de Terras Indígenas (TIs) desde a redemocratização do País. Mesmo assim, pretende dificultar ainda mais a criação de novas áreas com mudanças nos processos demarcatórios. A Portaria 303 da Advocacia-geral da União (AGU) também restringe drasticamente os direitos territoriais indígenas. Ao mesmo tempo, bilhões são liberados dos cofres públicos para os grupos que articulam o ataque aos indígenas no Congresso.
A mobilização é apoiada por organizações indígenas e indigenistas, como o Instituto Socioambiental (ISA), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e o Centro de Trabalho Indigenista (CTI), mas também por outros movimentos sociais e organizações da sociedade civil, como o Greenpeace, a Coordenação Nacional de Comunidades Quilombolas (Conaq) e o Movimento Passe Livre (MPL).
Programação de manifestações já confirmadas:
1/10, às 16h – Ato Público em frente ao Congresso Nacional, Brasília (DF)
2/10, às 17h – Ato Público em frente ao Masp, av. Paulista, São Paulo (SP)
2/10, às 18h – Ato Público na Faculdade Metropolitana da Amazônia (Famaz), Belém (PA)
4/10, às 7h – Ato Público na Casa dos Povos Indígenas, Rio Branco (AC)

Últimas atualizações sobre as prisões na Rússia

A brasileira Ana Paula Maciel ficará sob custódia por três dias, antes de novo depoimento.

A brasileira Ana Paula Alminhana Maciel segue para audiência na corte de Murmansk (© Igor Podgorny / Greenpeace) 

Começou na manhã desta quinta-feira - madrugada no Brasil - a audiência em que a Justiça da Rússia decide o destino dos 30 ativistas do Greenpeace que participaram de protesto pacífico contra a exploração de petróleo no Ártico, na última semana, e que foram detidos em águas internacionais pela Guarda Costeira Russa. A brasileira Ana Paula Maciel, marinheira na embarcação, vai ficar sob custódia por três dias antes de dar um novo depoimento. 

Até 18h, horário de Brasília, 29 ativistas já haviam sido ouvidos. A decisão foi que, dessa lista, 20 pessoas vão ficar em prisão provisória por dois meses - até conclusão da investigação sobre pirataria. Os demais - incluindo Ana Paula - continuam sob custódia pelos próximos três dias, enquanto aguardam nova audiência.
Denis Sinyakov e Roman Dolgov, ambos de nacionalidade russa, foram os primeiros tripulantes do Arctic Sunrise a passarem pelo pré-julgamento na manhã de hoje em uma corte de Murmansk, noroeste da Rússia.

Denis Sinyakov é um fotógrafo free-lancer contratado pelo Greenpeace Internacional e estava a bordo do Arctic Sunrise para cobrir o protesto contra a petroleira Gazprom, no mar de Pechora, quando a Guarda Costeira Russa ocupou ilegalmente a embarcação. "O crime pelo qual estou sendo acusado tem nome: jornalismo. E vou continuar praticando", afirmou o fotógrafo, após a decisão da corte.
“As autoridades russas estão tentando assustar as pessoas contrárias à indústria de petróleo no Ártico, mas esta escandalosa intimidação não vai funcionar”, disse Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional. “Seguimos firmes em nosso compromisso em proteger o Ártico e o clima do planeta. Pedimos aos cidadãos russos e às pessoas de todo o mundo para apoiarem nossos ativistas e defenderem o direito ao protesto pacífico.”
Acompanhe abaixo a atualização em tempo real do caso:
26 de setembro de 2013 (horário de Brasília)
16h49 - O ativista do Reino Unido, Anthony Perret, ficará mais três dias sob custódia enquanto aguarda nova audiência.
15h40 - O cinegrafista britânico Kieron Bryan ficará dois meses em custódia até o fim das investigações sobre pirataria.
15h39 - O segundo oficial Miguel Hernan Perez Orzi ficará detido até o fim das investigacões sobre pirataria.
15h30 - O rádio-operador australiano Colin Keith Russell ficará detido por dois meses até a conclusão das investigações sobre pirataria.
15h16 - O ativista britânico Phil Ball permanecerá detido por dois meses até a conclusão do processo sobre pirataria.
15h12 - A ativista argentina Camila Speziale ficará detida por dois meses até a conclusão das investigações sobre pirataria.
14h53 - A assessora de comunicação britânica Alexandra Hazel Harris ficará sob custódia por dois meses, até a conclusão das investigações sobre pirataria.
14h50 - Médico russo que estava a bordo do Arctic Sunrise ficará detido por dois meses até a conclusão da investigação sobre pirataria.
14h41 - Em Moscou, jornalistas e fotógrafos estão neste momento realizando um protesto em apoio ao fotográfo free-lancer russo Denis Sinyakiv, preso por dois meses enquanto aguarda a investigação de pirataria.
14h31 - O italiano Cristian D'Alessandro, membro da tripulação do Arctic Sunrise, ficará dois meses na prisão até a conclusão do inquérito sobre pirataria.
14h25 - O contra-mestre canadense Alexandre Poul ficará em prisão por dois meses até a conclusão das investigações sobre pirataria.
14h20 - A ativista filandesa Sini Saarela ficará mais três dias sob custódia para nova audiência.
14h18 - O ativista britânico Frank Heweston ficará três dias sob custódia para nova audiência.
14h09 - A marinheira dinamarquesa, Anne Mie Roer Jensen, ficará dois meses sob custódia até a conclusão das investigações de pirataria.
14h09 - O engenheiro-chefe Mannes Ubels, da Holanda, ficará em custódia por mais três dias até nova audiência.
12h39 - Ativista brasileira, Ana Paula Maciel, sob custódia por três dias, enquanto aguarda nova audiência.

12h05
- Ativista suíço Marco Weber, que tentou escalar a plataforma da Gazprom, preso por dois meses, até conclusão da investigação sobre pirataria.
11h45 – Outro tripulante, cozinheira ucraniana, sob custódia por três dias, antes de depor novamente.
11h38 – Porta-voz do Greenpeace, Faiza Oulahsen, da Holanda, sob custódia por três dias, enquanto aguarda nova audiência.
11h09 – Outra ativista russa presa por dois meses, até conclusão da investigação sobre pirataria.
10h55 – Assistente de cozinha da Turquia, Gizhem Akhan, presa por dois meses, até conclusão da investigação sobre pirataria.
10h30 – Capitão Pete Willcox, americano, preso por dois meses, até conclusão da investigação sobre pirataria.
10h10 – Porta-voz do Greenpeace Internacional, o sueco Dima Litvinov ficará sob custódia por três dias, enquanto aguarda nova audiência.
09h15 – Tripulante canadense Poul Douglas Ruzycki, preso por dois meses, até conclusão da investigação sobre pirataria.

Tripulante da Nova Zelândia, David John Haussmann, preso por dois meses, até conclusão da investigação sobre pirataria.

Ativista polonês, Tomasz Dziemianczuk, preso por dois meses, até conclusão da investigação sobre pirataria.
Marinheiro francês, Francesco Pisanu, preso por dois meses, até conclusão da investigação sobre pirataria.
Mecânico de botes, Jonathon Beauchamp, da Nova Zelândia, preso por dois meses, até conclusão da investigação sobre pirataria.
7h36 – Denis Sinyakiv, fotógrafo freelancer, e Roman Dolgov, do Greenpeace Rússia, permanecem sob custódia por dois meses, até conclusão da investigação sobre pirataria.
2h00 – Começa, na cidade russa de Murmansk, a audiência em que a Justiça do país decidirá se a investigação sobre pirataria continuará e se os ativistas vão ficar presos ou em liberdade durante esse processo de dois meses.



Wednesday, September 25, 2013

Informe - Boa noite a todos

Estamos aqui para informar que todas as notícias 
aqui postadas são de artigos exclusivamente do 
próprio Greenpeace e não contêm quaisquer 
opiniões pessoais dos administradores desse blog.

Obrigado a todos.

Holanda admite ações legais contra Rússia

Em pré-julgamento, a Justiça russa decidirá nesta quinta-feira sobre a continuidade da investigação sobre pirataria e se os ativistas permanecerão detidos

quarta-feira, 25 de setembro de 2013 A bordo do navio Arctic Sunrise, ativistas detidos pelas autoridades russas enviaram foto com a mensagem "Salve o Ártico" enquanto eram escoltados até a cidade de Murmansk (©Greenpeace)
 
O governo holandês anunciou hoje que considera tomar medidas legais contra as autoridades russas para o caso da prisão dos ativistas do Greenpeace e da retenção do navio Arctic Sunrise em Murmansk Em carta enviada aos parlamento holandês, o ministro de assuntos exteriores Frans Timmermans afirmou que o governo do país solicitou às autoridades russas a libertação do navio e de sua tripulação e que poderia levar o caso para o Tribunal Internacional para o Direito do Mar se a Rússia ignorar suas demandas.

“Esta é uma indicação clara de que a paciência do governo holandês está sendo testada”, disse Daniel Simons, conselheiro legal do Greenpeace Internacional. “O governo russo deverá indicar a base legal de suas ações em curto tempo ou corre o risco de enfrentar um processo de outro Estado soberano.”
Timmermans também indicou que discutiu o assunto hoje, em Nova York, com o ministro de assuntos exteriores russo Sergey Lavrov.
De acordo com os advogados do Greenpeace Internacional, todos os 30 ativistas foram interrogados e estão detidos em diferentes locais ao redor de Murmansk. Não se sabe os locais.
Na manhã desta quinta-feira, às 9h (hora local), os ativistas vão depor em uma corte de Murmansk e então a Justiça vai decidir se a investigação de pirataria prosseguirá e se os ativistas permanecerão detidos durante o período de investigação.
 

Sardinhas vencedoras

Durante toda a Semana de Mobilidade (de 16 a 22 de setembro) o Greenpeace convidou os internautas a mostrarem o aperto que passam no transporte coletivo em seus perfis do Facebook, Twitter ou Instagram com a hashtag #Sardinhadeouro. No total, foram mais de 350 fotos enviadas que concorreram a três bicicletas dobráveis.
O concurso foi finalizado e o time de jurados, formados por uma equipe do Greenpeace, escolheu os três ganhadores do Concurso. Em terceiro lugar ganhou Eduardo Sardinha (sim, o sobrenome dele é Sardinha mesmo), que mandou sua foto pelo Twitter. Em segundo lugar venceu Claudette De Vita Ferreira, que enviou sua foto pelo Facebook e mostrou o sofrimento dos enlatados bem de perto.  E em primeiro lugar ficou Ovídio Ferreira, que usou o Instagram para mostrar a situação dos trens de São Paulo. Confira as imagens:

Primeiro lugar - Ovídio Ferreira via Instagram:
Primeiro lugar - Prêmio Sardinha de Ouro

Segundo lugar: Claudette De Vita Ferreira via Facebook:
Segundo lugar - Prêmio Sardinha de Ouro
Terceiro lugar - Eduardo Sardinha via Twitter:
Terceiro lugar - Prêmio Sardinha de Ouro
O Greenpeace agradece a participação de todos e, em breve, os ganhadores serão contatados pela nossa equipe. Acompanhe a campanha #Cadê mobilidade urbana e ajude a espalhar essa ideia.

Semana de mobilização pela causa indígena

O Congresso Nacional, através da bancada ruralista, tem atuado fortemente para promover retrocessos socioambientais em nosso país. Não bastasse, em 2012, a aprovação de um novo Código Florestal que anistia desmatadores e diminui a proteção das florestas dentro de propriedades privadas, agora eles querem acabar com as áreas protegidas por lei (Unidades de Conservação, Terras Indígenas e territórios quilombolas). Às vésperas do aniversário de 25 anos da Constituição Brasileira (dia 05 de outubro), nossos povos tradicionais, dentre indígenas e quilombolas, estão com seus direitos adquiridos fortemente ameaçados.

Para barrar esta onda de retrocessos promovida pelo Congresso Nacional, movimentos indígenas, sociais e organizações não governamentais se uniram para promover uma Mobilização Nacional Indígena entre os dias 30 de setembro e 05 de outubro.  
Por que se mobilizar?
Para mudar esta situação é preciso pressionar os tomadores de decisões e mobilizar a sociedade. Ficou mais do que claro nas mobilizações de junho que sabendo fazer pressão, nós, enquanto sociedade civil, temos influência sobre as decisões governamentais. Por isso, quanto mais gente estiver discutindo o problema, divulgando as mobilizações, indo para a rua e dizendo não a estes retrocesos, melhor.
Como posso participar da mobilização?
Abaixo, você irá encontrar várias formas de se mobilizar.
  • Está em Brasília, São Paulo, Belém ou Rio Branco? Entre no evento no Facebook, participe da Mobilização em um desses locais e convide seus amigos!
  • Organize sua própria ação! Monte uma atividade de rua, em qualquer cidade, durante a semana dos dias 30 de setembro a 05 de outubro. Use sua criatividade! Vale tudo: danças, flash mob, teatro, cartazes, passeatas.
  • Personalize a imagem do seu perfil nas redes sociais com o avatar da Mobilização. É simples, rápido e fácil. Basta acessar aqui.
  • Divulgue nas suas redes sociais:
    Clique no botão abaixo para publicar sua mensagem.

     
  • Divulgue a causa indígena e a mobilização no seu perfil das redes sociais. Use a hashtag #DireitosIndigenas. Chame seus amigos! Abaixo, algumas sugestões:
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Putin diz que não houve pirataria

A afirmação, sobre protesto do Greenpeace na Rússia, foi feita nesta quarta-feira pelo presidente russo. Os ativistas ainda não receberam acusações formais.

Escoltado pela Guarda Costeira Russa, o Arctic Sunrise chega a terra firme. Foto: © Igor Podgorny / Greenpeace 


O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez uma declaracão sobre a situação dos 30 ativistas do Greenpeace detidos pelas autoridades do país após um protesto pacífico contra a exploração de petróleo no Ártico. Putin afirmou que eles possivelmente desrespeitaram leis internacionais, mas que “obviamente não são piratas”. A afirmação foi feita nesta quarta-feira, durante um fórum sobre o Ártico, na cidade de Salekhard. Até o momento, os ativistas não receberam qualquer acusação formal.
“Recebemos de bom grado o reconhecimento do presidente Putin de que nossos ativistas claramente não são piratas e que agiram apenas pela proteção do Ártico”, disse o diretor-executivo do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo. “Nossos escaladores tentaram se prender à lateral da plataforma para chamar atenção à ameaça que a exploração de petróleo representa ao Ártico e a necessidade urgente de responder aos alertas sobre mudanças climáticas. Este foi um protesto pacífico contra a ambição da Gazprom em ser a primeira companhia a extrair petróleo da região”.
Nesta quarta-feira, autoridades russas soltaram novas imagens – aparentemente feitas da plataforma – que mostram as forças de segurança russas confrontando dois escaladores durante o protesto na última quarta-feira. O vídeo pode ser visto aqui.
No vídeo, é possível ouvir a escaladora Sini Saarela, da Finlândia – evidentemente aflita – gritando: “Estou descendo, estou descendo!”, enquanto agentes armados puxam a corda de segurança, que está segurando Sini. Em seguida, os agentes dão alguns tiros na água, ainda que o ativista no bote esteja com as mãos para cima, demonstrando que não havia qualquer intenção de violência.
A imprensa russa também divulgou que os agentes da Guarda Costeira que confrontaram os ativistas afirmaram não saber que o protesto estava sendo feito pelo Greenpeace Internacional. “Não podemos dar crédito para essa alegação. Nosso navio tem dois grandes arco-íris, duas pombas brancas e o logotipo do Greenpeace em cada lado da embarcação”, observou Naidoo. “Eles nos seguiram por 24 horas antes de o protesto ter início. Temos uma longa história de ativismo pacífico na Rússia e somos bem conhecidos pelas autoridades”.
O Greenpeace Rússia entrou em contato com a empresa Gazprom e com autoridades russas inúmeras vezes no passado, para explicar sobre a oposição pacífica da organização contra a exploraçõ de petróleo no Ártico.
Todos os 30 ativistas cotinuam detidos na cidade de Murmansk. Cinco pessoas foram interrogadas na última noite pelo Comitê de Investigação russo e voltaram com documentos que confirmam que há uma investigação em curso, para saber se houve pirataria. Até o momento, no entanto, não houve qualquer acusação formal.

Mais de 300 mil pessoas ao redor do mundo já enviaram mensagens às embaixadas russas, pedindo a libertação dos ativistas. Envie você também.

Tuesday, September 24, 2013

A faixa da discórdia

Quando o Prefeito Fernando Haddad tomou a (acertada) decisão de priorizar o transporte coletivo na divisão do espaço viário, criando mais corredores e faixas de ônibus, havia dúvidas entre os céticos sobre as reais melhorias que essa medida causaria na fluidez dos ônibus que trafegam pela cidade. Por outro lado, era sabido que a eficácia da medida dependeria do aumento e da rigidez da fiscalização àqueles que, espertinhos, tentassem invadir a faixa.
De fato, as profecias se realizaram: as faixas levaram a um ganho médio de 45% de velocidade aos ônibus, com aprovação de 93% dos paulistanos.
Mas não foi só a velocidade ou o número de faixas exclusivas que cresceu. Conforme divulgado hoje, entre janeiro e agosto de 2013, foram aplicadas 152.700 multas a motoristas que invadiram faixas de ônibus (523% a mais que no mesmo período do ano passado), e 199.800 mil multas a motoristas que adentraram os corredores de ônibus.
O valor das multas é de R$53,20 e R$127,69, respectivamente. Um cálculo simples permite aferir que, se o pagamento de todas as multas aplicadas até então por esses dois tipos de infração forem pagas, o Município arrecadará algo próximo de 26 milhões de reais.
De acordo com a legislação em vigor, o dinheiro arrecadado com as multas deve ir para o Fundo Municipal para Desenvolvimento do Trânsito (FMDT), que custeia quatro atividades: sinalização viária, engenharia de tráfego e de campo, policiamento e fiscalização e educação de trânsito. Na prática, no entanto, o dinheiro arrecadado nos anos passados tem sido utilizado para custear todos os gastos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
Para se ter uma noção do que a quantia representaria se fosse utilizada para melhorias na infraestrutura de mobilidade, com ela seria possível fazer a pintura de quase 850 mil m² de faixas de pedestres ou construir aproximadamente 17 km de ciclovias na cidade – o suficiente, por exemplo e com base em outra conta simplista – para ligar a região da Mooca (Zona Leste) à da Paulista, em SP. Essas medidas que ajudariam a população, especialmente os que insistem no uso do carro, a ter outras opções de deslocamento pela cidade (como andar a pé ou de bicicleta) e a fugir do trânsito e das multas.
*Barbara Rubim é da campanha de Clima e Energia do Greenpeace

Ativismo pacífico não é pirataria

Tripulação do Arctic Sunrise momentos antes de o navio chegar em Murmansk. Foto: © Greenpeace

Desde meio-dia (horário de Moscou), o navio Arctic Sunrise está ancorado numa baía próxima ao porto da cidade russa Murmansk, com os 30 ativistas do Greenpeace que continuam sob custódia do Serviço de Segurança da Rússia. Uma foto tirada por um membro da tripulação mostra que todos estão bem. As autoridades do país soltaram, nesta terça-feira, uma nota sobre o protesto realizado contra uma plataforma de petróleo da Gazprom, no mar Pechora, na última semana. Segundo o informe, o órgão federal de investigação no país vai abrir um inquérito criminal para apurar se a ação pode ser classificada como pirataria. No entanto, ainda não há qualquer acusação formal recebida. A organizção continua rejeitando essas alegações.
“Qualquer processo de pirataria contra protestos pacíficos não tem espaço na legislação internacional. Não vamos nos intimidar por essas acusações absurdas, e continuamos exigindo a libertação imediata dos ativistas”, afirmou o diretor-executivo do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo. “O ativismo pacífico é crucial quando governos do mundo inteiro não conseguem responder aos alertas científicos sobre as consequências das mudanças climáticas no Ártico e em outras partes do planeta”. 

Membros do Greenpeace Rússia e Internacional já estão com advogados em Murmansk, aguardando para receber mais informações e saber as providências a serem tomadas para que os ativistas sejam libertados o quanto antes. Mais de 300 mil pessoas ao redor do mundo já enviaram e-mails para embaixadas russas, pedindo a libertação dos ativistas. Envie você também!

Monday, September 23, 2013

Ativistas recebem apoio no mundo todo

Manifestações pelos ativistas aconteceram em vários países. Foto: © Greenpeace / Jonas Scheu 

Trinta ativistas do Greenpeace ainda estão sob custódia da Guarda Costeira Russa no navio de campanhas da organização, Arctic Sunrise. As manifestações de apoio a eles continuam se espalhando: mais de 300 mil pessoas ao redor do mundo já mandaram e-mails para embaixadas russas pedindo a libertação dos ativistas. O coro foi engrossado por artistas como o cantor espanhol Alejandro Sanz e o ator britânico Ewan McGregor, que mandaram mensagens de solidariedade nas redes sociais. E as organizações WWF, Anistia Internacional , 360.org, Avaaz, Sail the World e FoE Internacional também soltaram notas de apoio.
Membros do Greenpeace Rússia e Internacional já estão com advogados na cidade de Murmansk, onde está previsto que o navio atraque nesta terça-feira. Até agora, não houve qualquer representação legal ou acusação formal da Guarda Russa contra os ativistas.
A invasão do Arctic Sunrise pelas autoridades aconteceu na última quinta-feira, no Mar Pechora, um dia depois que o Greenpeace fez um protesto pacífico numa plataforma de petróleo da empresa russa Gazprom. A ação tinha o objetivo de chamar atenção para os riscos altíssimos de exploração de petróleo no Ártico.

A janela de oportunidade climática

Quinta edição do relatório do IPCC é um lembrete oportuno de que precisamos agir com urgência para evitar catástrofes climáticas

Durante lançamento da quarta versão do relatório do IPCC, ativistas protestaram pedindo ação imediata para salvar o clima (©Pedro Armestre/Greenpeace) 

Mais atenção aos avisos do grupo de cientistas internacionais em relação às mudanças climáticas e suas consequências. Esse é o pedido do Greenpeace aos governos, investidores e grandes empresários que devem agir enquanto ainda há tempo de evitar mudanças climáticas catastróficas e perigosas.
O encontro do painel do clima da ONU (IPCC) começa hoje e termina sexta-feira (dia 27) após divulgação dos resultados do primeiro volume da quinta edição do relatório que estuda as mudanças climáticas até 2100. Mais de 50 mil comentários de 259 cientistas de 39 países diferentes confirmam a responsabilidade do ser humano no aquecimento do planeta e atualizam as previsões sobre as mudanças no sistema climático e o que se pode esperar para o futuro, dependendo das escolhas feitas em termos de uso da energia e de uso da terra.
O relatório é um lembrete da escolha fundamental e urgente que os países precisam fazer: continuar acelerando os impactos das mudanças climáticas ou agir agora e colocar em prática as soluções.
“A ciência das mudanças climáticas já está bem estabelecida, mas o que ainda falta são ações urgentes por parte dos governos. Se eles falharem em estabelecer e colocar em prática as soluções, são estes governos e empresas que eles defendem que devem ser responsabilizado. Nosso futuro está ameaçado e temos cada vez menos tempo para agir, mas não é tarde demais”, afirmou Stephanie Tunmore, da Campanha de Clima do Greenpeace Internacional.
Esta edição do relatório é ainda mais precisa que a anterior e confirma a importância de se diminuir o uso de combustíveis fósseis nas matrizes energéticas. As grandes vilãs do clima, da atmosfera, dos oceanos, do derretimento das calotas polares, do aumento do nível do mar, das alterações nos ciclos da água e da intensificação de alguns eventos climáticos extremos causaram e causam dificuldades para muitas das populações mais vulneráveis no mundo.
Essa lista ainda pode aumentar, piorar e se agravar se continuarmos queimando combustíveis fósseis e derrubando as florestas. Mas toda história que tem vilão...tem mocinho também. E no caso das mudanças climáticas são as energias renováveis, mais baratas, limpas e que são páreo duro para os combustíveis fósseis.
O desenvolvimento das energias renováveis demonstra que a transição para energias limpas já começou. Se os governos incentivarem ainda mais as renováveis e a proteção das florestas, ainda temos a chance de manter o aquecimento global abaixo de 2oC, um limiar que os governos concordaram que não ultrapassariam.
“Os governos mundiais estabeleceram a meta de manter o aquecimento global em até 2oC em relação à temperatura de 19xx. A falta de ação ou a ação por parte dos governadores, investidores e grandes empresários é o que decidirá onde o mundo vai chegar, mas uma vez que o relatório do IPCC for publicado não teremos dúvidas sobre as consequências dessas decisões. Não haverá desculpas”, afirmou Tunmore.

Discutindo a cidade

Como é possível transformar as ruas de modo a dar mais segurança aos pedestres, aumentar a acessibilidade e priorizar o meio ambiente e quais os impactos econômicos dessas melhorias? A Secretaria de Transportes de Nova York, a convite do Arq.Futuro, principal fórum sobre arquitetura e urbanismo do Brasil, vem compartilhar, dia 24/9 no Rio de Janeiro e dia 25/9 em São Paulo, sua experiência em mobilidade urbana e desenvolvimento urbano sustentável.
A cidade de Nova York deu início a um ambicioso projeto de longo alcançe para redirecionar o tráfego, criar novos espaços públicos e implementar ciclofaixas e o aluguel de bicicletas pela cidade. A partir desses conceitos, um debate será aberto, com foco no desenvolvimento de um plano de mobilidade urbana para São Paulo e outros assuntos relevantes sobre o tema como o papel das parcerias públicoprivadas.
Na ocasião, dois importantes livros que ajudam a alimentar este debate serão lançados. Escrito pelos americanos Joshua David e Robert Hammond, “High Line” conta a história do parque suspenso de Nova York, exemplo de espaço público em cidades cada vez mais sobrecarregadas. O segundo livro, “São Paulo na Encruzilhada: Uma discussão sobre mobilidade e adensamento”, da Arq.Futuro, é resultado de uma mesa-redonda sobre os desafios envolvendo a gerência de transporte e população na cidade de São Paulo.
Onde e quando:
Rio de Janeiro – 23 e 24/09
Edifício Manchete, às 18h
São Paulo – 25, 26 e 27/09
Auditório Ibirapuera, das 17h30 às 19h30

Dorothy Stang: novo julgamento, velha sensação

                                    Dorothy Stang, 74 anos, assassinada por fazendeiros no Pará

Assassino confesso de Dorothy Stang, o pistoleiro Rayfran das Neves Sales ficou preso apenas oito (parte deles no semiaberto) dos 27 anos de prisão de sua sentença condenatória. E já cumpre, desde o início de julho, o que resta da pena em prisão domiciliar.

Mais perturbadora que a impunidade do matador de aluguel, porém, é a situação de um dos mandantes do crime, o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, conhecido como Bida. Com a condenação de quinta-feira passada (19), já são quatro julgamentos desde que foi preso, em abril de 2005. Por ter cumprido um sexto da pena, ele também usufrui do regime semiaberto.

Quando pegou 30 anos em 2007, os advogados de defesa fizeram prevalecer a tese sobre a falta de evidências que o ligassem ao caso e Bida foi absolvido no ano seguinte, quando teve direito a um segundo julgamento. Em novo desdobramento, a absolvição acabou anulada por fraude processual, e o terceiro julgamento resultou outra vez em condenação, desta vez frustrada pelo que os advogados chamaram de ‘cerceamento de defesa’.

Agora, condenado aos mesmos 30 anos de prisão, no quarto capítulo deste drama, Bida já leva uma vida tranquila. Na prática, ficou preso apenas cinco anos. Seus advogados ainda podem recorrer mais uma vez da sentença, pedindo um quinto julgamento. E, no caso de sucesso, o criminoso pode ainda transformar o tempo que ficou preso em generosa indenização a ser recebida pelo estado.

Em um crime com réu confesso e evidências concretas, entraves processuais e manobras proteladoras fazem com que as brechas da legislação saltem à vista, criando um contexto de maniqueísmo as avessas, onde no imaginário popular a honestidade passa a ser  ingênua e o crime a compensar.

Neste meio tempo, vários outros defensores da floresta tiveram o mesmo destino que Irmã Dorothy. Segundo a CPT (Comissão Pastoral da Terra), de 2005 a 2012, 179 pessoas foram assassinadas na Amazônia Legal, entre eles, talvez o caso mais emblemático seja o de José Claudio Ribeiro da Silva e sua esposa, Maria do Espírito Santo, mortos em maio de 2011 em Nova Ipixuna, no Pará, no assentamento Praia Alta Piranheira.

O crime

Dorothy Stang foi morta com seis tiros em fevereiro de 2005 no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Esperança, em Anapu, no oeste do Pará. Ela lutava pela população desfavorecida, defendia a destinação de terras públicas para assentamentos de trabalhadores rurais, e por isso sofria constantes ameaças de grandes latifundiários e madeireiros da região.

As investigações na época do crime indicaram que Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo Batista foram os autores do assassinato. Amair Feijoli Cunha foi apontado como intermediário.
Bida e um comparsa, Regivaldo Pereira Galvão, mandantes do crime, teriam pago R$ 50 mil pelo assassinato da missionária. 
    

Saturday, September 21, 2013

Greenpeace rejeita alegação de pirataria

“O crime não se aplica a protestos pacíficos”, diz conselheiro. Para organização, as autoridades russas pretendem, com isso, encobrir ilegalidades na ação da Guarda Costeira contra ativistas

A Guarda Costeira Russa rendendo ativistas. Foto: © Greenpeace/Denis Sinyakov 

O Greenpeace rejeita veementemente a alegação de que houve pirataria por parte do navio Arctic Sunrise, na Rússia. Para a organização, essa acusação é uma tentativa desesperada de justificar a entrada ilegal da Guarda Costeira Russa no navio de campanhas, quando ele estava em águas internacionais. O imbróglio começou depois de uma ação pacífica contra a exploração de petróleo no Ártico, em uma plataforma da empresa russa Gazprom.
Trinta ativistas ainda estão sob custódia de guardas armados desde quinta-feira, quando autoridades russas embarcaram no Arctic Sunrise, sem qualquer representação legal. O Greenpeace continua fazendo pressão e exigindo das autoridades russas o direito de entrar em contato imediatamente com a tripulação do navio.
O Comitê de Investigação Russo anunciou, na sexta-feira, que está cogitando acusar o Greenpeace de pirataria, ainda que a definição desse crime se aplique apenas a casos em que haja atos violentos contra embarcações e que esses atos tenham fins privados. Ao contrário, o protesto realizado pelos ativistas foi pacífico e tinha como único objetivo a proteção do meio ambiente. 
“A alegação de que o Greenpeace cometeu pirataria é uma medida desesperada. Os ativistas escalaram a plataforma de petróleo da Gazprom apenas com cordas e faixas com mensagens, para uma ação completamente pacífica e segura contra uma exploração de altíssimo risco na região. O crime de pirataria não se aplica a protestos seguros e pacíficos”, disse o conselheiro geral do Greenpeace Internacional, Jasper Teulings.
“Um dia depois do protesto, a Guarda Costeira Russa entrou em nosso navio – que estava fora do território nacional e que, portanto, tinha o direito de navegar sem interferências – sem qualquer justificativa legal. Falar em pirataria agora é uma tentativa de justificar essa ação indevida da Guarda Costeira e evitar constrangimentos. Rejeitamos veementemente essa alegação e vamos continuar exigindo que nossos ativistas e o navio sejam liberados”.
Desde quinta-feira, mais de 230 mil pessoas já escreveram para embaixadas e consulados russos ao redor do mundo, pedindo a libertação dos ativistas. Trinta escritórios do Greenpeace, em diferentes países, fizeram protestos solidários na frente das embaixadas e consulados.
Na imprensa, especialistas em legislação marítima e internacional fizeram coro a advogados do Greenpeace Internacional para reforçar que a entrada da Guarda Costeira Russa no Arctic Sunrise em águas internacionais foi ilegal. No momento da apreensão, a coordenada do navio era 69 19.86´N 057 16.56´E, o que mostra que a embarcação estava fora do território russo e da zona de segurança – ou zona exclusiva – da plataforma da Gazprom.

Ajude a fazer pressão nas embaixadas e peça pela libertação dos ativistas.

Desrespeito na embaixada russa

Ativistas seguram banners em frente à embaixada da Rússia, em São Paulo, e entregam carta ao consulado pedindo a libertação dos ativistas presos na Rússia. (©Paulo Pereira/Greenpeace) 

O Greenpeace foi ao Ártico protestar contra a exploração de petróleo e acabou encontrando ainda mais problemas: a tripulação inteira do Arctic Sunrise, composta por 30 pessoas, foi presa e está sendo mantida refém da Guarda Costeira Russa desde a tarde de ontem. Entre os tripulantes, está a brasileira Ana Paula Alminhana Maciel, de 31 anos.
Como os ativistas são mantidos isolados, sem qualquer assistência jurídica ou consular, o Greenpeace foi à embaixada russa para entregar nas mãos do embaixador Sergey Akopov uma carta explicando a situação e pedindo a libertação de todos os 30 ativistas que realizavam protesto pacífico.
A equipe foi recebida com desnecessária violência, e o funcionário da embaixada nem ao menos aceitou receber o envelope, expulsando os ativistas do prédio. A única orientação foi depositar a carta na caixa postal da embaixada, e nem ao menos uma confirmação de rebimento foi concedida.
Atuando dentro de termos legais, pede-se que a requisição seja transferida para o governo russo em Moscou imediatamente, em prol da liberdade dos ativistas e do navio, que se encontram detidos de maneira ilegal e desrespeitosa pelas autoridades russas.
Trocando em miúdos...
A atuação da Guarda Costeira Russa mostrou-se totalmente desmedida em relação ao protesto pacífico, o uso excessivo de violência para conter os ativistas não é, de maneira nenhuma, justificável.
Sem acusações, os oficiais tomaram o Arctic Sunrise de maneira ilegal. Segundo a convenção de Leis Marítimas da ONU, todo e qualquer navio estrangeiro tem direito de navegar livremente nas EEZ’s (zonas exclusivas de comércio). O Arctic Sunrise navegava a EEZ da Rússia quando foi invadido pela Guarda Costeira.
A intervenção policial, desmedida e ilegal, é um símbolo da relação entre as grandes empresas de petróleo e o governo russo. A russa Rosneft, maior estatal de petróleo do mundo, assinou a exploração em conjunto com outras gigantes como Shell, ExxonMobil e Gazprom em águas do Ártico russo, onde a lei é frouxa e negligente. Esse desfecho mostra que a Guarda Costeira Russa serve praticamente como uma guarda particular da Gazprom, a mando do Estado russo.
O ministro de Relações Exteriores da Rússia chegou a declarar oficialmente que o navio Arctic Sunrise era uma ameaça ao meio ambiente e ao Ártico. A real ameaça, na verdade, vem das companhias de petróleo como a Gazprom, que perfura de modo não-convencional, modalidade que envolve sérios riscos em caso de erro. Sem contar a conivência do governo russo com o lucro em despeito à preservação do Ártico. Derramamentos de petróleo na região teriam consequências catastróficas, que acarretariam na devastação do ecossistema local.

Gelo continua escasso no Ártico

O Ártico anda tendo dias bem agitados. Hoje, cientistas norte-americanos anunciaram que o gelo ártico atingiu sua sexta menor extensão em toda a história. A notícia foi anunciada enquanto 30 ativistas do Greenpeace ainda estão sob custódia da Guarda Costeira Russa, que entrou ilegalmente no navio Arctic Sunrise após protesto pacífico contra a exploração de petróleo no Ártico.
Segundo Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional, “o Ártico está derretendo diante dos nossos olhos. Ao invés de agirmos para evitar uma catástrofe ambiental, o que vemos é uma corrida para ver quem chegará primeiro às reservas de óleo no Ártico, o mesmo combustível responsável pelo problema inicial. Isso explica porque nossos ativistas se arriscaram para protestar pacificamente na plataforma de petróleo Prirazlomnaya”.
O Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo (NSIDC) afirma que a extensão do gelo chegou à 5,10 milhões de quilômetros quadrados, mantendo-se acima do recorde histórico de 2012 – de 3,41 quilômetros quadrados – mas ainda é um dos mais baixos desde que os registros começaram a ser feitos, reforçando a tendência de derretimento do gelo ártico.
O navio Arctic Sunrise está sob custódia armada desde quinta-feira. Antes de entrar no navio, a Guarda Costeira Russa havia prendido sem nenhuma acusação dois ativistas que escalavam a Prirazlomnaya durante protesto pacífico. A plataforma de petróleo que pertence à Gazprom é uma das primeiras a chegar no Ártico para explorar óleo.
“Combustíveis fósseis são uma ameaça ao clima mundial e chegamos a um momento crítico. Nós temos que mudar a prioridade e investir em energias renováveis rapidamente se queremos evitar consequências desastrosas”, afirmou Kumi Naidoo.
Ele ainda continuou: “Ao invés de impedir protestos pacíficos contra a exploração de petróleo no Ártico, as forças de segurança da Rússia deveriam focar no que realmente ameaça seus cidadãos e o meio ambiente: mudanças climáticas e exploração de petróleo. Mais uma vez, pedimos que as autoridades russas liberem o Arctic Sunrise e nossos ativistas”.
A Gazprom planeja começar a perfurar no Ártico com a plataforma Prirazlomnaya no primeiro trimestre de 2014, tornando-se a primeira companhia a retirar óleo no Ártico congelado. É por isso que o Greenpeace age para impedir essa ameaça ao frágil ecossistema Ártico e conta com o apoio das pessoas que assinam a petição que pede a proteção e a criação de um santuário internacional na região.
Junte-se a nós e ajude nossos ativistas.

Prefeitura remove relógio do atraso

Foi removido hoje, por volta do meio-dia, o relógio do atraso instalado ontem pelo Greenpeace onde deveria estar a estação Adolfo Pinheiro do metrô. Colocado entre as Avenida Adolfo Pinheiro e Isabel Schmidt, o marcador indicava há quantos dias estava atrasada a entrega da estação e quantas pessoas já poderiam ter passado pela mesma.
Ontem, às 17h30 o Greenpeace foi notificado pela Subprefeitura de Santo Amaro de que tinha 12 horas para apresentar autorização de instalação do “anúncio”. Não se tratava, de forma alguma, de anúncio, propaganda ou peça de marketing instalado em via pública - como mencionado na notificação enviada, mas sim de legítimo ato de protesto da sociedade civil, amparado pela liberdade de expressão e manifestação - sem necessidade de prévia autorização - garantida a todos pelo artigo 5º, incisos IV e XVI, da  Constituição da República Federativa do Brasil.
Às 7h de hoje o relógio estava desligado, com sinais de arrombamento e falta de parafusos em sua face posterior. Por volta das 9h, Barbara Rubim, coordenadora da campanha de clima e energia do Greenpeace, atendia a uma rede de televisão em frente ao relógio quando uma equipe da Prefeitura apareceu para remoção do mesmo. Durante as frustradas tentativas de remoção, Dirceu de Brito, psicólogo, passava pelo local e abraçou o poste de sustentação do relógio em solidariedade à causa. Dirceu permaneceu dessa forma por quase duas horas, até que recebeu informações da Guarda Civil Metropolitana de que poderia ser preso por tal ato.
A equipe da prefeitura conseguiu remover o relógio e não há informações de para onde o material foi levado. Vale ressaltar que a operação de retirada ocorreu em apenas 24 horas. No dia 8 de agosto, Dia do Pedestre, o Greenpeace realizou pinturas tracejadas em locais onde deveriam existir faixas de pedestres. De lá para cá, mais de 30 dias se passaram e, das seis faixas cobradas, duas ainda permanecem sem pintura.
Logo após o incidente o Greenpeace protocolou uma carta na Subprefeitura de Santo Amaro, endereçada ao subprefeito e ao prefeito Fernando Haddad, cobrando melhorias e registrando um manifesto de descontentamento com a atitude repressora e sem diálogo do poder público perante um protesto pacífico e legítimo da sociedade civil.
O protesto faz parte de uma série de ações realizadas pelo Greenpeace desde abril de 2013, quando foi lançada a campanha #Cadê. A iniciativa cobra e acompanha a elaboração dos Planos de Mobilidade nas capitais brasileiras. Além disso, também pede um maior investimento e esforço do governo federal, estadual e municipal para a construção de uma mobilidade urbana que proporcione mais qualidade de vida aos cidadãos e seja boa para o meio ambiente.

Querem arrancar nossos direitos

Hoje pela manhã, a Prefeitura começou suas tentativas de arrancar o relógio do atraso que inaguramos ontem. Esse relógio serve de lembrete a população que a estação está atrasada há mais de 992 dias. E após diversas tentativas frustradas, um cidadão, em seu pleno direito, abraçou o relógio em uma tentativa de impedir a ação.

Bomba? Tem certeza?

O 'safety pod', cápsula de segurança do Arctic Sunrise que foi confundida com uma bomba (© Denis Sinyakov / Greenpeace) 

Algo no navio que “remete a uma bomba”. Essa é a acusação da Gazprom em resposta aos protestos pacíficos realizados pelos ativistas do Greenpeace a bordo do Arctic Sunrise contra a petroleira russa que visa explorar o Ártico. Abordada violentamente pela Guarda Costeira Russa, a tripulação segue mantida refém sob armas fogo há mais de 12 horas. Entre eles está a brasileira Ana Paula Alminhana Maciel, de 31 anos.
De acordo com a mídia russa, os trabalhadores da plataforma Prirazlomnaya, alvo do protesto, descreveram a cápsula de segurança do Arctic Sunrise, usada para proteger o navio de jatos d’água, como “uma possível bomba”.
A cápusla mede 3 metros de comprimento por 2 de largura, é colorida e contém os logos do Greenpeace. Assista ao vídeo (em inglês) e julgue por você mesmo se a cápsula de segurança é realmente uma bomba. Um concurso público foi organizado para criar a cápsula: é possível conferir mais detalhes da competição clicando aqui. Isso mostra que a acusação da Gazprom seria engraçada se não fosse tão perigosa, já que eles podem ser acusados de terrorismo.
O Greenpeace ainda não foi formalmente informado sob quais acusações os ativistas foram enquadrados, e nem se seus direitos consulares estão sendo respeitados. Mais de 20 escritórios do Greenpeace planejam protestos em frente às embaixadas russas ao redor do mundo.
O coordenador da campanha do Ártico do Greenpeace, Ben Ayliffe, comentou o caso: “A segurança dos nossos ativistas é prioridade no momento. Eles não fizeram nada que justificasse um tratamento tão agressivo. O governo russo diz que o Arctic Sunrise é uma ameaça ao meio ambiente, mas a verdadeira ameaça vem da Gazprom, uma das petroleiras que mais negligencia a segurança da região”. Bem Ayliffe se refere à exploração não-convencional realizada pela petroleira russa, modalidade que envolve diversos riscos à região.
Assine a petição pela libertação da brasileira Ana Paula e dos outros 29 ativistas clicando aqui.

Thursday, September 19, 2013

Brasileira sob custódia

A brasileira Ana Paula Maciel é mantida refém após protesto pacífico. (Foto: © Greenpeace/Nick Cobbing) 

A brasileira Ana Paula Alminhana Maciel, de 31 anos, está entre os tripulantes do navio Arctic Sunrise, que são mantidos sob custódia na embarcação pela Guarda Costeira da Rússia. Ana e outros 29 ativistas do Greenpeace protestavam pacificamente contra a companhia Gazprom, por sua exploração de petróleo no Ártico. Segundo leis marítimas internacionais, a intervenção policial foi ilegal, já que o navio em que estavam os ativistas navegava em Zona Econômica Exclusiva da Rússia (EEZ, em inglês), onde é garantida a livre circulação de embarcações estrangeiras.
Desde 2006, Ana Paula embarca nos navios de campanha do Greenpeace. O escritório do Greenpeace no Brasil entrou em contato com a Divisão de Assistência Consular do Ministério de Relações Exteriores relatando o ocorrido e pedindo ao governo brasileiro que entre em contato com as autoridades russas para garantir a segurança dos ativistas e para prestar assistência a Ana Paula.
Segundo as últimas informações recebidas, os guardas estão armados e não há feridos.

Pós-TV debate ameaças aos povos indígenas

Lideranças representadas pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) chamam a sociedade para a a Mobilização Nacional Indígena, que acontecerá em Brasília do dia 30/09 a 05/10 (©Greenpeace/Nathália Clark).

Com o objetivo de alertar e informar a sociedade sobre os perigos e os impactos de propostas como a PEC 215 e o PLP 227, que atentam contra os direitos dos povos indígenas e tradicionais do Brasil, a Pós-TV vai promover um debate, nesta sexta-feira (20/9), às 16h. Na prática, a aprovação da PEC significará a paralisação das demarcações de Terras Indígenas, já que ela transfere do poder Executivo ao Congresso Nacional a competência sobre as demarcações. Já o PLP abrirá essas áreas à exploração econômica do agronegócio, empresas de energia e mineração.
A tramitação da perigosa proposta de emenda à constituição (PEC 215) tem sido cada vez mais acelerada pelo lobby da bancada ruralista. Sob pressão e mesmo sabendo da posição contrária das lideranças indígenas, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), anunciou na última semana a instalação da Comissão Especial que irá analisar a matéria. A comissão promete acelerar a aprovação do projeto, já que está tomada por uma maioria ruralista.
Dos 16 deputados indicados até agora para serem titulares, nada menos do que 14 são da bancada ruralista. O presidente da comissão e o relator já estão definidos: respectivamente Luiz Carlos Heinze (PP-RS) e Alceu Moreira (PMDB-RS). Os dois são contrários a novas demarcações de terras indígenas no país, sob o argumento de que “é muita terra para pouco índio”. Mas os representantes da banda mais atrasada do agronegócio brasileiro estão, na verdade, interessados em mais terras para o desmatamento, pasto e monocultura de grãos.
Participarão da discussão na Pós-TV Márcio Astrini, coordenador da Campanha Amazônia do Greenpeace; Márcio Santilli, sócio fundador do Instituto Socioambiental (ISA) e ex-presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai); Kléber Karipuna, membro da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib); e o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).
Para assistir, basta acessar esse link: http://canalpostv.blogspot.com.br/

Guarda Costeira Russa toma Arctic Sunrise

Parte da tripulação que está sendo mantida refém pela Guarda Costeira Russa (© Denis Sinyakov / Greenpeace) 

A situação segue delicada no mar Ártico russo. Depois da Guarda Costeira da Rússia ter prendido dois ativistas que protestavam pacificamente contra a exploração de petróleo, agora chegou a vez do resto da equipe. Numa operação descabida de recursos legais, os agentes russos prenderam a tripulação do Greenpeace a bordo do navio Arctic Sunrise, mantendo-os reféns com armas de fogo.
No momento do embarque dos oficiais russos, o Arctic Sunrise rondava a plataforma Prirazlomnaya, da Gazprom, mantendo a distância limite de três milhas náuticas para águas internacionais. As coordenadas confirmam que o navio do Greenpeace estava na Zona de Economia Exclusiva da Rússia (EEZ, em inglês), o que prova a ilegalidade da intervenção policial: segundo a convenção da ONU sobre Leis Marítimas, é garantida a liberdade de navegação nas EEZ de qualquer país sem qualquer tipo de interferência (clique aqui para ler o texto em inglês).


Utilizando helicóptero e cordas, oficiais armados da Guarda Costeira subiram a bordo do navio e começaram a render os ativistas, juntando-os no deque. Três ativistas conseguiram se trancar na sala de rádio, permitindo um mínimo de tempo para mandar informações sobre o que estava ocorrendo. Segundo eles, os ativistas eram mantidos ajoelhados sob a mira de oficiais armados.
Anteriormente, a Guarda Costeira já havia prendido dois ativistas que tentaram escalar, pacificamente, a plataforma de petróleo da Gazprom. Eles estão presos há mais de 24 horas.
Sobre o caso, Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional, comentou: “Essa ação ilegal mostra exatamente quão longe a Rússia está disposta a ir para defender a exploração de petróleo no Ártico. Pedimos ao presidente Putin que freie as ações violentas de sua polícia marítima, uma vez que nossos protestos pacíficos nunca requisitaram tal nível de agressão”.

Sem acusações, ativistas seguem presos na Rússia

              Oficial da Guarda Costeira russa aponta uma faca para ativista rendido do Greenpeace (©  Denis Sinyakov / Greenpeace)
 
O Greenpeace continua tentando negociar a liberação dos ativistas Sini Saarela e Marco Weber, que são mantidos presos pela Guarda Costeira Russa após protesto pacífico no Mar de Barents contra a Gazprom.


O navio do Greenpeace Arctic Sunrise se encontra próximo à plataforma da Gazprom ao norte da costa russa. As tentativas de contato com o navio da Guarda Costeira, que segue logo atrás do Arctic Sunrise, não tiveram sucesso.
A Guarda Costeira, além de não revelar as acusações que cairão sobre os ativistas, emitiu falsas declarações afirmando que os ativistas são seus ‘convidados’ de bordo e que o Greenpeace não responde os pedidos de contato dos oficiais.
“Se a Guarda Costeira da Rússia estava sendo séria sobre libertar nossos ativistas, que são mantidos isolados sem qualquer representação legal, ela sabe como nos contactar. Esses ativistas foram presos durante um protesto pacífico contra a exploração de petróleo da Gazprom no Ártico e devem ser soltos ou receber assistência consular”, disse Bem Ayliffe, coordenador da campanha Polar do Greenpeace.
Enquanto isso, o ministro de Relações Exteriores da Rússia declarou que foi preciso intervir no protesto porque o navio do Greenpeace representa uma ameaça ao meio ambiente e à segurança da região – afirmação que o Greenpeace combate fortemente.
“A Guarda Costeira ameaçou nossos ativistas apontando armas de fogo, e disparou onze tiros de aviso na direção do nosso navio, ou seja, quem é a verdadeira ameaça à região? Se a Guarda Costeira quer proteger o meio ambiente, ela deveria parar de agir como uma escolta particular da Gazprom”, adicionou Ayliffe.
A perfuração em busca de petróleo no Ártico representa um grave risco ambiental à região. Para isso, o Greenpeace protesta pacificamente para expor ao mundo como as grandes petrolíferas como Gazprom, Rosneft, ExxonMobil e Shell, em parceria com o governo russo, pretendem transformar uma das últimas regiões intocadas do mundo em puro negócio.

Greenpeace inaugura o relógio do atraso

O equipamento foi instalado onde deveria existir a estação Adolfo Pinheiro do metrô. Vinte milhões de pessoas já poderiam ter viajado por esta estação, mais do que toda a população do Estado de São Paulo.

O relógio do atraso foi instalado pelo Greenpeace onde deveria existir a estação de metrô de Adolfo Pinheiro. Com 992 dias de atraso mais de 20 milhões de pessoas já poderiam ter passado na estação. (©Greenpeace) 


Ativistas do Greenpeace instalaram um relógio digital que contabiliza os dias de atraso na inauguração da estação Adolfo Pinheiro, do metrô: ao todo foram 992 dias e mais de 20 milhões de viagens não realizadas. A festa de inauguração contou com laço de cetim vermelho, fanfarra, público animado e a presença ilustre de ativistas caracterizados como o prefeito Fernando Haddad e o governador Geraldo Alckmin. O relógio, que tem dois metros e meio de altura e é abastecido por energia solar, foi instalado na intersecção entre a Avenida Adolfo Pinheiro e a Rua Isabel Schmidt.
No dia 20 de outubro de 2013, a Linha Lilás, a qual pertence a estação Adolfo Pinheiro, completa 11 anos sem nenhuma nova estação. O Metrô (Companhia do Metropolitano de São Paulo) afirmou, em nota ao jornal Folha de S. Paulo, que o cronograma pode variar "em aproximadamente cinco meses para mais e um para menos" sem que isso caracterize o descumprimento da entrega. A ampliação da linha enfrenta problemas desde seu início, que vão desde as desapropriações que levaram mais tempo do que o esperado até o rompimento de cabos de fibra ótica, em Santo Amaro.
O início das obras da Linha Lilás já começou atrasado, em agosto de 2009, quando deveriam ter acontecido no início do mesmo ano. O atraso fez com que o governo reduzisse o ritmo de investimentos na linha, fazendo com que o trecho entre Adolfo Pinheiro e Brooklin-Campo Belo recebesse R$1,3 bi a menos que o previsto. Essa não foi a única redução orçamentária sofrida: entre 2008 e 2012, a prefeitura prometeu entrar com mais R$2 bi de investimento para todas as obras do Metrô, mas investiu apenas R$975 milhões. A prefeitura afirma que o corte foi motivado pela crise.


A expectativa era de que as obras passassem a ter ritmo acelerado em 2010, quando um empréstimo de US$1,13bi foi liberado, investimentos feitos pelo BIRD (Banco Mundial) e pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
“A questão vai muito além de uma simples mudança no cronograma de entrega da obra, como os governantes gostam de fazer parecer”, afirma Barbara Rubim, da campanha Clima e Energia do Greenpeace. “As obras de infraestrutura em mobilidade devem deixar de ser tratadas como manobras eleitorais para arrecadação de votos e passar a ser vistas como o que são: elementos essenciais para se melhorar a qualidade de vida da população. Sempre que a entrega de uma estação é postergada, isso representa também um atraso na construção de uma melhor mobilidade para as pessoas e para a cidade”, conclui. 
Semana da Mobilidade
A atividade de hoje acontece durante a Semana da Mobilidade - entre 16 e 22 de setembro -  e faz parte de um alerta para a situação do transporte coletivo e da mobilidade no país como um todo. Até domingo serão realizados eventos em parceria com outras organizações, culminando no Dia Mundial sem Carro  (22 de setembro). Também é possível participar da mobilização virtualmente, pelo Concurso Sardinha de Ouro. Nele, os internautas são convidados a publicar uma foto da superlotação que passam no transporte coletivo em perfis do Facebook, Twitter ou Instagram com a hashtag #Sardinhadeouro e concorrem a três bicicletas dobráveis.
Essas atividades fazem parte da campanha #Cadê, cuja proposta é incentivar novas formas de ocupação e uso da cidade, questionando o conceito atual de cidades feitas para a circulação de carros. Além de apontar os problemas, há também um direcionamento para a solução com os Planos de Mobilidade, que entram como peça fundamental desse quebra-cabeça.
O Plano de Mobilidade Urbana é o instrumento de planejamento da mobilidade de uma cidade. De acordo com a Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU - Lei 12.587/2012) todos os municípios brasileiros que possuam mais de 20 mil habitantes devem elaborar esse Plano até abril de 2015. No município de São Paulo o plano anda a passo de tartaruga: foi criado o Conselho Municipal de Transportes, que tem como uma de suas principais atribuições a elaboração do Plano de Mobilidade Urbana.
Uma cidade com boa mobilidade urbana é a que proporciona às pessoas deslocamentos seguros, confortáveis e em tempo razoável, por modos que atendam a esses critérios e sejam bons para a sociedade e para o meio ambiente.
Para saber mais sobre a campanha de Mobilidade Urbana, acesse: http://www.greenpeace.com.br/cade/