Thursday, October 1, 2020

Líderes da extinção: Bolsonaro e Trump estão derretendo nosso futuro

por Greenpeace Brasil  

Em protesto contra as políticas negacionistas dos líderes, Greenpeace coloca esculturas de gelo dos presidentes diante da Cúpula da ONU sobre Biodiversidade, em NY  

Esculturas de gelo dos presidentes Donald Trump (EUA) e Jair Bolsonaro (BR) derretem diante da Cúpula da ONU sobre biodiversidade, para denunciar a omissão dos governantes diante a crise ambiental em curso. (© Tracie Williams/Greenpeace)

Enquanto a proteção da natureza e dos recursos naturais são discutidos na Cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Biodiversidade, esculturas de gelo dos presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump estão derretendo em Nova Iorque. 

A ação é um protesto contra as políticas antiambientais adotadas por esses governos, que alimentam ativamente o colapso da biodiversidade e a crise do clima, enquanto o nosso futuro escorre pelo cano. Ativistas do Greenpeace Estados Unidos posicionaram as esculturas de gelo em tamanho real na frente do prédio das Nações Unidas, onde a reunião seria realizada, com a mensagem “Líderes da extinção: destruindo um planeta em crise”. 

“Um milhão de espécies estão em processo de extinção e o derretimento das esculturas simboliza, sobretudo, os efeitos das omissões e ações contraditórias adotadas por esses governos, verdadeiros vilões do clima e da biodiversidade”, afirma Cristiane Mazzetti, da campanha de florestas e gestora ambiental do Greenpeace Brasil. 

O Brasil, além de abrigar a maior floresta tropical do mundo, está entre os países mais biodiversos do planeta. “No entanto, o governo federal está promovendo ativamente uma agenda antiambiental, alimentando a crise da biodiversidade e ameaçando os direitos dos povos indígenas, que são verdadeiros guardiões de áreas naturais”, completa Mazzetti. 

A Cúpula das ONU sobre Biodiversidade tem como objetivo reunir líderes do mundo inteiro para discutir ações urgentes para a proteção da biodiversidade, que segue sob risco com declínio acelerado de espécies. O evento de hoje é um passo importante para a 15ª Convenção de Diversidade Biológica das Nações Unidas, que determinará novas metas para evitar o colapso da biodiversidade e seus efeitos negativos para toda a sociedade. 

O último relatório da ONU sobre biodiversidade reforça que estamos perante uma encruzilhada, e como causa está um desenvolvimento baseados na extração dos recursos naturais, incluindo produção agropecuária insustentável, sobrepesca e queima de combustíveis fósseis. O relatório reforça ainda que precisaremos tomar ações ambiciosas para evitar o colapso da biodiversidade. Dentre os caminhos sugeridos, estão a reforma de sistemas alimentares e o fim da conversão de habitats naturais, o que inclui o fim do desmatamento e das queimadas. 

O governo de Trump estará deliberadamente ausente na Cúpula, é o único estado membro da ONU que não participa da Convenção. Já o governo brasileiro, permanece nos acordos, inclusive com um discurso de Bolsonaro previsto para hoje (30),  porém atuando na direção oposta. 

O Brasil já foi protagonista nas discussões internacionais sobre biodiversidade. Inclusive, por cinco anos (2012-2016), a Convenção teve como secretário executivo o  brasileiro, Bráulio Ferreira de Souza Dias. Nosso país já foi destaque em sua atuação em decorrência da criação de diversas áreas protegidas, que são fundamentais para a proteção da biodiversidade e constam nas metas da convenção

, as conhecidas metas de Aichi, estabelecidas na última década.

“Com a gestão de Bolsonaro, no entanto, o país não só perdeu tal protagonismo, como tem atuado na direção oposta, enfraquecendo a capacidade de fiscalização, resultando em um aumento da destruição nesses territórios. A criação de novas áreas protegidas segue estagnada, como Bolsonaro já anunciou que o faria, ainda em campanha”, afirma Cristiane. 

O desmatamento e os incêndios dispararam em todo o Brasil desde que Bolsonaro assumiu o poder. A Amazônia e o Pantanal vivem a crise de queimadas da década. Somente até o dia 29 de setembro deste ano, foram 31.349 focos

de calor registrados na Amazônia, um aumento de 60% em relação ao mesmo período em 2019. No Pantanal mais de 3 milhões de hectares

foram queimados este ano, 23% do bioma já foi consumido pelo fogo.  

Mato Grosso, em setembro de 2020. A falta de chuvas recorrente na região, somada à ausência de políticas de proteção ambiental, deram início a uma crise sem precedentes, que coloca em risco pessoas e a rica biodiversidade do bioma. (© Leandro Cagiano / Greenpeace)

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