Greenpeace se une a mais de 100 organizações da sociedade civil, pesquisadores e artistas em uma campanha nacional contra a fome e pelo avanço da agroecologia.
No dia 16 de outubro, o mundo inteiro celebra o Dia Mundial da Alimentação. Mas esse ano, a data chega no Brasil com sabor amargo: segundo dados do IBGE, Unicef e Ibope, o país está voltando ao mapa da fome. Enquanto governos e agronegócio fecham os olhos para mais esta crise, a sociedade civil se levanta em uma mobilização nacional. Entre 12 e 16 de outubro, a campanha “Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome” traz uma semana inteira de diálogos virtuais, além de dois dias de marmitaços para a distribuição de milhares de refeições com alimentos agroecológicos em algumas cidades do Brasil. A campanha recebeu a bênção de Caetano Veloso, que emprestou seus versos para dar nome à ação.
“A pandemia da COVID-19 deixou muito claro quem leva comida de verdade e saúde para a mesa dos brasileiros. Para qualquer região do país que você olhe, vai encontrar movimentos populares do campo e da cidade se conectando, e fazendo com que alimentos produzidos sem veneno pela agricultura familiar cheguem às pessoas que mais precisam”, diz Adriana Charoux, da campanha de Agricultura do Greenpeace. “Mesmo sem apoio do Estado, a agricultura familiar de base ecológica tem uma força social impressionante. Se as políticas públicas voltadas para ela fossem de fato implementadas, certamente teríamos um país mais justo, forte, saudável e sem fome”.
É para trazer o assunto à tona que o Greenpeace se uniu a mais de 100 coletivos, organizações da sociedade civil, pesquisadores, chefs e artistas em uma grande aliança para o enfrentamento da fome. Fazem parte da rede o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, a Agência Popular Solano Trindade, o coletivo Gastronomia Periférica, o Instituto Socioambiental (ISA), entre muitos outros.
Além de uma campanha informativa nas redes sociais, a ação traz uma série de diálogos virtuais e gratuitos entre os dias 12 e 16 de outubro – o Conexões Alimentares. Os encontros online reúnem nomes como o filósofo Leonardo Boff, o escritor indígena Ailton Krenak, a chef Bela Gil, além de pesquisadores e representantes da sociedade civil.
No dia 14, quarta-feira, em parceria com a Mídia Ninja, o Greenpeace faz a mediação de um aulão que integra a iniciativa Potências Coletivas
. Com o tema “Comida, um direito de todos”, o papo será entre a nutricionista da Universidade de São Paulo (USP), Jenny Tannaka, e a historiadora social e especialista no tema da fome, Adriana Salay Leme. O aulão se soma às diversas iniciativas que integram a campanha Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome.
Já nos dias 17 e 18, sábado e domingo, dezenas de coletivos que atualmente fazem o trabalho de levar alimentos saudáveis às populações mais vulneráveis das cidades vão se unir em um grande marmitaço, distribuindo milhares de refeições para quem mais precisa. A ação, que começou a ser organizada em alguns pontos de São Paulo, vem ganhando adesões a cada dia, e vai acontecer também em outras capitais, como Rio de Janeiro, Curitiba e Fortaleza. A ideia é que o movimento chame a atenção e mobilize a sociedade civil para uma campanha permanente contra a fome no Brasil.
“Não faz sentido algum que um país líder nas exportações do agronegócio tenha mais de 10 milhões de brasileiros passando fome e enfrentando doenças crônicas ligadas a maus hábitos alimentares”, diz Adriana Charoux. “Precisamos de um novo modelo de produção e consumo de alimentos, que priorize e incentive a agricultura familiar e agroecológica. Enquanto o agronegócio destrói nossos recursos e só se compromete com lucro para poucos, a agricultura familiar oferece comida saudável para os brasileiros, com pouquíssimo apoio do Estado. Já está na hora desse jogo começar a mudar”.
Para saber mais sobre a campanha Gente é pra brilhar, acesse:
Site: https://genteprabrilhar.org/
YouTube: GenteÉPraBrilhar
Instagram: @gente.prabrilhar
Facebook: https://www.facebook.com/Gente.prabrilhar
Quer organizar ou apoiar o marmitaço? Veja aqui como fazer!
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