Metade dos alertas referem-se a cicatrizes de queimadas, que seguem a todo o vapor na Amazônia
Dados do sistema Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados hoje (9), mostram que os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda em 33% comparado ao mesmo mês do ano passado.
Apesar da redução, na comparação com o ano passado, a área desmatada espanta, foram 964km² de florestas destruídas, o segundo maior número para setembro e para a série histórica do DETER-B, só perdendo para o ano passado. Além disso o Brasil continua em chamas, logo nos sete primeiros dias de outubro houve um aumento de 772% nos focos de calor no Pantanal, 505% no Cerrado e 199% na Amazônia.
“Quando consideramos os números entre 1 de janeiro a 7 de outubro, a Amazônia, que na temporada de seca já tinha mais incêndios do que em 2019, registrou mais de 80 mil focos de calor, 18% a mais do que o mesmo período do ano passado. No Pantanal, foram mais de 19 mil focos neste ano, contra 6 mil no ano passado, um aumento de mais de 215%. No Cerrado que até o final do mês de setembro se mantinha um pouco abaixo dos números do ano passado, viu uma explosão no número de focos na primeira semana de outubro e já queimou 3% a mais do que em 2019”, afirma Romulo Batista da campanha de Amazônia do Greenpeace Brasil.
Metade das áreas com alertas de desmatamento em setembro foram identificadas como cicatrizes de queimada, ou seja, áreas por onde o fogo passou e consumiu a vegetação. Outros 30,49% referem-se a corte raso, quando toda a cobertura vegetal é retirada, 12,5% ao corte seletivo de vegetação e 5% relacionados à degradação florestal.
Política da destruição
A política antiambiental de Bolsonaro, o desmantelamento de órgãos federais de fiscalização ambiental e a inércia na tomada de decisões para frear e punir fazendeiros e grileiros que promovem tais crimes, só reforça o intuito não explícito, mas visto por meio das ações negligentes deste governo, que tem deixado a boiada passar e permitido o avanço da degradação florestal.
“Enquanto nossos Biomas queimam, a nossa imagem internacional vira fumaça e além de todo dano ambiental os investidores começam a fugir do país, o parlamento europeu de maneira simbólica rejeitou o acordo Mercosul – União Europeia, devido ao risco reputacional de fazer negócio com quem destrói suas florestas, prejudicando ainda mais a nossa combalida economia”, completa Batista.
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