por
Greenpeace Brasil
Casos de intoxicação pelo petróleo cru nas praias do Nordeste
confirmam nossa preocupação e reforçam o alerta para a necessidade de
proteção
Assim que o óleo apareceu nas areias e mares do Nordeste, a população rapidamente reagiu e colocou sua vida em risco para limpar as praias e salvar os animais. Nós, do Greenpeace, procuramos alertar para a necessidade de que isso fosse feito por pessoas capacitadas,
ou seja, com os devidos equipamentos de segurança, pois as substâncias
do óleo são tóxicas. No entanto, na tentativa de nos atacar e causar
distração, nossa fala chegou a ser tirada de contexto para ser usada
como a justificativa de que não iríamos colaborar na contenção das
manchas, quando na verdade estávamos cobrando que a responsabilidade
deste serviço deveria ser do governo, em função dos riscos envolvidos. Agora,
infelizmente, os casos de intoxicação que começam a surgir comprovam
tanto a nossa preocupação quanto a omissão do governo em garantir a
segurança das pessoas.
Na região do Litoral Sul de Pernambuco já apareceram 17 casos de pessoas contaminadas pelo contato com o petróleo
, seja com manifestações
cutâneas pelo contato direto ou manifestações respiratórias pela
inalação do gás por ele liberado. Como a reportagem do Intercept apontou
, ao denunciar que
voluntários estavam sendo explorados pela inação do governo, “o material
encontrado nas praias é petróleo cru, rico em hidrocarbonetos
cancerígenos. Também pode causar asfixia em altas concentrações. A curto
prazo, gera problemas dermatológicos e respiratórios. A longo do tempo,
pode gerar problemas neurológicos e alguns tipos de câncer, como
leucemia”.
Em função disso, agora, em muitas praias só
pessoas com os equipamentos de proteção individual (EPI) têm sido
autorizados a atuar diretamente na limpeza de óleo na areia ou no mar.
O equipamento inclui botas, luvas, macacão, máscara e óculos. Nós do
Greenpeace estamos distribuindo os EPIs aos nossos ativistas e
voluntários para que os riscos à saúde sejam minimizados. Exaltamos o
trabalho de mobilização que realizam, seja por necessidade ou
indignação, na tentativa de reagir a essa destruição do petróleo, mas é
fundamental que isso seja feito com segurança. Em muitos lugares, no entanto, são as próprias pessoas e organizações, que vêm providenciando esses equipamentos, para suprir a omissão do governo.
Muitos especialistas vêm tentando
alertar a população como podem. A professora Soraya Giovanetti El-Deir,
da Engenharia Ambiental da Universidade Federal Rural de Pernambuco,
gravou um áudio pelo Whatsapp com várias recomendações para as
comunidades locais em praias do Recife: “Precisamos suspender a
alimentação de qualquer pescado marinho neste momento, e monitorar as
pessoas que atuaram como voluntárias e que não estavam com EPI
(Equipamento de Proteção Individual) correto. Se houver alguma alteração
como insônia, dor de cabeça, mal estar ou tontura, isso significa que
houve um reflexo da contaminação. O recomendável então é tomar bastante
água, leite e, se os sintomas persistirem, ir até o hospital”.
Quer saber como ajudar? Estamos dando apoio aos nossos times de voluntários que realizam atividades em várias cidades afetadas. Acompanhe em nosso site e junte-se a eles.
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