Grupo formado por representantes de várias etnias percorrerá 12 países europeus para mostrar a autoridades, empresas e sociedade europeia a realidade vivida pelos indígenas brasileiros
De 17 de outubro a 20 de novembro, uma comitiva de lideranças indígenas de diferentes etnias visitará 12 países europeus para denunciar a onda de violência que os povos originários do Brasil vêm sofrendo nos últimos tempos, em especial desde o início do governo Bolsonaro.
Realizada pela Articulação dos Povos Indígenas no Brasil (Apib), em parceria com outras organizações, a campanha Sangue Indígena: Nenhuma Gota a Mais
quer pressionar o governos e empresas a cumprirem os acordos internacionais climáticos e de direitos humanos (inclusive direitos dos povos indígenas) dos quais o Brasil é signatário.
Para isso, as lideranças indígenas Sônia Guajajara, Alberto Terena, Angela Kaxuyana, Célia Xakriabá, Dinaman Tuxá, Elizeu Guarani Kaiowá e Kretã Kaingang, farão a jornada para encontrar autoridades e representantes da sociedade europeia e denunciar a realidade dos povos indígenas brasileiros – que vivem um verdadeiro genocídio.
Que denúncias serão feitas?
Os integrantes da Jornada Sangue Indígena vão apresentar dados
levantados pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que comprovam a “explosão” das invasões a territórios indígenas em 2019. De janeiro a setembro deste ano, foram 160 invasões em 153 terras indígenas contra 111 casos do tipo em 76 territórios em 2018. O ano de 2019 nem acabou e já se contabiliza um aumento de 44% no total de ataques e de 101% no número de terras atingidas, em relação ao ano passado.
Outro relatório
que será apresentado é o divulgado pela Apib e pela Amazon Watch, que comprovou como empresas europeias e norte-americanas, entre bancos, madeireiras e fabricantes de acessórios, financiam a devastação da Amazônia.
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