A sociedade civil já tinha mostrado que não aprovava essa atividade ali. Um abaixo-assinado contava com quase 1 milhão de assinaturas. E, ontem, Greenpeace junto a outras organizações, enviou uma carta à Agência Nacional do petróleo pedindo a retirada dos blocos desse leilão, que ameaçavam áreas sensíveis.
Em um momento no qual as praias e a costa do Nordeste são inundadas e contaminadas por petróleo, em um momento no qual temos um governo com uma agenda antiambiental agressiva, de desmonte da proteção ambiental, esse mesmo governo pretende também leiloar mais de dois mil blocos de petróleo.
Vender essas áreas perto de Abrolhos era uma medida que estava até contrariando o Ibama, que em um parecer técnico disse sobre os riscos e ameaças à mais importante área de biodiversidade marinha de todo o Atlântico Sul. É ali que se encontram os maiores recifes de corais do Brasil e onde milhares de baleias-jubarte se reproduzem todo ano.
Explorar petróleo ali ameaça não somente o meio ambiente. A região é também bastante importante do ponto de vista econômico. Dados do ICMBio indicam que a pesca nas regiões vizinhas movimenta mais de R$ 100 milhões por ano, ou 10% da receita da atividade no Brasil. Segundo o órgão, a pesca é “meio de subsistência para cerca de 20 mil pessoas na região”. Já o turismo representa 20% do PIB dos municípios da Costa das Baleias, no litoral sul da Bahia.
Temos que assegurar que o governo não oferecerá blocos de petróleo em áreas sensíveis dos pontos de vista social e ambiental. Temos que assegurar que nenhuma empresa vai arrematar esses blocos. Temos que nos libertar dos combustíveis fósseis e acelerar a transição para uma matriz energética limpa e renovável.
Segundo a carta do Greenpeace e outras organizações, não é hora de investir em petróleo. “Num momento em que o mundo todo está discutindo a urgência em se combater a emergência climática, investir em combustíveis fósseis é caminhar na contramão. E é inadmissível que o governo imponha tamanha ameaça à sociedade brasileira travestida de desenvolvimento”, diz um trecho do documento.
Se você quer oceanos protegidos de ameaças, como o petróleo, entre em nosso abaixo-assinado. Estamos exigindo que os governantes de todo o mundo criem o Tratado Global dos Oceanos. O documento poderá abrir o caminho para criação de santuários marinhos em pelo menos 30% do planeta. Assine já!
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