Em
um ato simbólico, eles chamam atenção para a preocupante realidade que
estão enfrentando em seus territórios e reivindicam a proteção da
Amazônia
Aumento do roubo de madeira, do desmatamento, do garimpo, das
invasões, da grilagem e da violência. Esta é a dramática realidade que
os povos indígenas enfrentam atualmente no Brasil. E esta foi a
motivação para a realização de um protesto em frente à embaixada
brasileira em Berlim, na Alemanha, realizado na manhã da última
segunda-feira (14).Junto com os indígenas Adriano Karipuna e José Luís Cassupá, ativistas do Greenpeace entregaram centenas de bandeirolas a uma representante da embaixada. Em uma demonstração de solidariedade aos povos originários do Brasil, crianças e adultos alemães, desde abril deste ano, pintaram milhares destas bandeirolas.
Com desenhos da floresta e de sua biodiversidade, elas expressam mensagens sobre a importância de proteger a Amazônia, lar de diversos povos indígenas, e pedem respeito aos seus direitos, além de solicitarem ações efetivas para barrar o desmatamento da maior floresta tropical do planeta.
“Estamos aqui na embaixada do Brasil, na Alemanha, para fazer esta denúncia sobre os retrocessos em relação aos direitos indígenas que o atual governo quer implementar. Todos os nossos direitos estão ameaçados hoje. Isso pode acabar com a floresta e matar muitos povos indígenas, especialmente os isolados”, afirmou Adriano Karipuna, mencionando os indígenas isolados que, voluntariamente, não têm contato com a sociedade não indígena e nem com outros povos indígenas.
Além de ser um dos territórios mais desmatados da Amazônia, a Terra Indígena (TI) Karipuna enfrentou mais de 40 incêndios
Segundo a liderança José Luís Cassupá, coordenador da Organização dos Povos Indígenas de Rondônia, Noroeste do Mato Grosso e Sul do Amazonas (Opiroma), o recente avanço do desmatamento e das invasões nas terras indígenas é muito preocupante. Ele considera fundamental “o apoio de toda a sociedade, tanto no Brasil como fora, para a proteção da Amazônia e de seus povos”.
Sínodo em defesa da Amazônia
Antes de participarem deste ato na Alemanha, Adriano Karipuna e José Cassupá estavam no Sínodo da Amazônia, que acontece no Vaticano. Lá, eles relataram, aos participantes dos diversos eventos do Sínodo, as violações aos direitos territoriais e ao modo de vida tradicional e o aumento da violência que testemunham diariamente em Rondônia, um dos estados mais impactados pela destruição da Amazônia. O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) tem apoiado a participação dos representantes de dezenas de povos indígenas no Sínodo, que se encerra no dia 27 deste mês.
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