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E lá, como Gerente de Compras, me incomodava ter que comprar tantas embalagens plásticas (PET, PEAD, laminados…), sem que ninguém questionasse ou mesmo pensasse na logística reversa ou na reciclagem deste material. Trabalhava com pessoas cujo nível de educação era muito alto: Gerentes, Diretores, Vice-presidente, mas que não tinham a menor consciência ambiental. Involuntariamente não pensavam e não questionavam certos hábitos. Afinal, tudo é hábito. Se tivermos vontade, mudanças são fáceis de serem implementadas.
Demorei, mas tomei uma atitude que mudou minha vida: pedi demissão! Hoje, sou uma desempregada sustentável. Busco uma recolocação em empresas mais alinhadas aos meus valores.
Não é fácil mudar tão drasticamente de segmento. Isso exige abrir mão do ego, aceitar, aprender e recomeçar buscando trazer a experiência adquirida ao longo dos anos (no meu caso, 12 anos) e reaplica-la com um viés sustentável. Um desafio e tanto!
Meu maior sonho seria fazer a junção entre Compras e Conscientização/Responsabilidade. Afinal, nós, Compradores somos um dos maiores influenciadores junto aos fornecedores. Precisamos conscientizar mais os consumidores que também são funcionários – devem ser mais exigentes. Não devem aceitar preços mais elevados por produtos “sustentáveis”, mas devem fazer escolhas de menos embalagem e escolher produtos cujas empresas demonstrem ter consciência e respeito para com o problema.
As empresas com metas de ganhos ilimitados precisam entender que vivemos em um planeta com recursos limitados. Não temos escolha: a economia circular é nossa única opção. Busquei minha independência. Sei que estou em uma posição privilegiada por poder fazer isso. Não são todos que podem ou que conseguem. Acredito que nossa independência seja nosso bem mais precioso e é triste ver quando ela é vendida por necessidade.
Esta é uma das razões pelas quais contribuo com o Greenpeace. Eles fizeram a escolha, admirável, de serem independentes. Isso permite que a ONG siga seus valores sem precisar se submeter a qualquer lobby. Isso é demais! Requer muita coragem e determinação por parte da organização seguir esse modelo. Não é pra qualquer um!
No dia-a-dia procuro comprar a granel. Levo meus saquinhos de tecido (feitos de lençol velho) e não compro mais nada que tenha isopor.
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Em ação do Instituto EcoFaxina, limpando o mangue em Santo – SP. ©William R. Schepis / Instituto EcoFaxina
Podemos tentar ajudar com nossas mãozinhas, mas a política social está no coração deste problema em nosso país.
Meu nome é Bruna Cantrelle. Voltei a ser doadora do Greenpeace há um mês, mas sou sua admiradora de longa data. Estou junto com eles como parte desta colmeia preservando o mel precioso: nossa existência!
Você gostaria de ver um texto seu em nosso site? Escreva para doador.br@greenpeace.org e entraremos em contato com você!
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