Wednesday, October 17, 2018

Comida saudável e acessível para todos, já

por Greenpeace Brasil

No Dia Mundial da Alimentação, lembramos que nossa luta por um nova modelo de agricultura continua

Salada ecologica
Alimentação saudável é direito de todos. © Peter Caton / Greenpeace
Hoje é o Dia Mundial da Alimentação, uma data importante para reforçarmos nossa defesa por uma alimentação saudável e justa para todas as pessoas. Mas a realidade é dura: a maneira como produzimos, distribuímos e consumimos nossa comida atualmente segue por linhas tortas, impedindo que comida saudável chegue na mesa de toda a população e causando um impacto negativo enorme na saúde da população e na do planeta.
Isso porque o modelo agropecuário convencional que predomina no Brasil e outros países segue a lógica de produção industrial, em que enormes áreas de floresta são abertas e convertidas em pasto e monoculturas, especialmente de grãos. Por conta disso, nossa agricultura é altamente dependente do uso de agrotóxicos, que acabam indo parar no nosso prato de comida, além de contaminar a terra e os rios.
Produzimos alimentos em larga escala, degradando recursos naturais e aplicando massivamente agrotóxicos, com o argumento de garantir a segurança alimentar de toda a população, mas a verdade é que a fome continua a ser um dos grandes problemas da humanidade. Mais de 820 milhões de pessoas ainda passam fome atualmente, enquanto, do outro lado da corda, cresce de forma alarmante o número de obesos em decorrência de uma alimentação nada saudável, rica em açúcar e gordura.
É por todos esses motivos que há alguns anos temos insistido na necessidade de uma outra agricultura. Uma produção agrícola que respeite os ecossistemas, o clima e as pessoas. O Greenpeace, junto a um grande coletivo de organizações, tem ecoado fortemente esse grito, que pede alimentos saudáveis como um direito de todos, não um privilégio de poucos.
agrotóxicos sao pulverizados
O Brasil é campeão no uso de agrotóxicos. © Daniel Beltrá/ Greenpeace
Para realizar essa mudança, existe um caminho, que já vem sendo discutido ao redor do mundo. No Brasil, a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNaRA) abre espaço para uma verdadeira reflexão e propostas concretas de alternativa à lógica atual. Esse projeto de lei (PL nº 6670/2016) é um de nossos  instrumentos para garantir a democratização da alimentação saudável e sem veneno. É muito importante que ela avance na Câmara dos Deputados.
Juntos, também temos o poder de barrar iniciativas que jogam contra a população, como o Pacote do Veneno (PL nº 6299/2012), que visa fortalecer esse modelo nocivo de produzir, dificultando cada vez mais o acesso à comida saudável. Infelizmente, mesmo após muita resistência da sociedade, a Comissão Especial que analisa o Pacote do Veneno aprovou o parecer do deputado Luiz Nishimori (PR-PR) na Câmara dos Deputados. Se aprovado, esse projeto de lei vai colocar ainda mais agrotóxicos em nossa comida, piorando ainda mais a vida de quem produz e de quem consome.
O Pacote do Veneno é símbolo de enorme retrocesso, depois de grandes avanços conquistados no país no campo da agroecologia. Após as eleições, a partir de novembro, é muito provável que o assunto volte a ser discutido e, portanto, precisamos continuar com os olhos bem abertos, pressionando os parlamentares para que uma medida tão absurda como essa seja rejeitada em plenário. Conseguimos tirar alguns representantes da bancada ruralista para o próximo mandato, mas, para os que ficaram, vamos lembrar que governantes venenosos fazem mal à saúde!
O Dia Mundial da Alimentação nos lembra que todas as pessoas, sem exceção, têm direito a uma alimentação saudável e sem veneno. E que é dever dos nossos representantes zelar por esse direito.

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