Na corrida presidencial, a agenda socioambiental está sob ataque


No dia 28 de outubro de 2018 o Brasil irá às urnas novamente para o segundo turno da eleição que definirá o próximo presidente do país. A eleição para os representantes na Câmara dos Deputados e Senado já está definida – as mesmas forças que ameaçam o meio ambiente seguem no Congresso.
Na corrida presidencial, a agenda socioambiental está sob ataque. O candidato a frente das pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL), já declarou que quer acabar com o Ministério do Meio Ambiente, sair do Acordo de Paris, enfraquecer a fiscalização de crimes ambientais, afrouxar as regras de licenciamento e liberar armas a proprietários rurais. Bolsonaro afirmou ainda que no seu governo os indígenas não terão “um centímetro de terra”, e promete ainda leiloar as já existentes. As terras indígenas são comprovadamente o instrumento mais eficaz no combate ao desmatamento da Amazônia.
Bolsonaro também promete aprovar o projeto de lei que libera o uso indiscriminado de agrotóxicos, inclusive aqueles cancerígenos. Recentemente, ameaçou acabar com o ativismo no Brasil, numa clara ameaça à atuação de organizações como o Greenpeace e à própria democracia.
Tais promessas ainda colocam em risco a preservação do meio ambiente, da biodiversidade e a capacidade do Brasil de combater as mudanças climáticas, uma vez que levarão à uma explosão do desmatamento da Amazônia e em outros biomas. Além disso, estimulam a violência no campo e a intolerância. Já enfrentamos grandes retrocessos nestas áreas, mas as propostas de Bolsonaro poderão nos levar à um cenário trágico e sem precedentes.
O desmonte ambiental generalizado também colocará o país na contramão do que exigem consumidores e os mercados internacionais. Em uma economia em crise, as promessas de Bolsonaro afetarão de forma negativa a imagem do país, resultando em perda de competitividade, principalmente na área de exportação de produtos agropecuários.
Na avaliação do programa de governo e posicionamentos públicos do segundo colocado nas pesquisas, Fernando Haddad (PT), não foram encontradas propostas ou declarações que apresentassem ameaças em relação ao meio ambiente.
Ao longo de seus 26 anos de atuação no Brasil, o Greenpeace nunca se furtou de criticar governos e políticos cujos projetos representassem ameaça ao meio ambiente e à população, independente do partido ou da cor da bandeira que defendem. Foi esta nossa linha de atuação nos governos Fernando Henrique (PSDB), Lula (PT), Dilma (PT), Temer (MDB) e com parlamentares dos mais diversos campos.
Não importa quem seja eleito, continuaremos defendendo os princípios que nos norteiam desde nossa fundação, de forma independente. O Greenpeace não faz campanha a favor ou contra nenhum candidato, político ou empresa. Defendemos o meio ambiente, a paz e a justiça social.
Confira as sete propostas para o meio ambiente que acreditamos que precisam ser cumpridas pelo próximo governo, independentemente de quem for eleito