Aumento recorde das licenças de carbono no sistema de comércio de
emissões da União Europeia dificulta o cumprimento das metas do bloco de
países (©Greenpeace/Karol Grygoruk)
Um aumento recorde das licenças de carbono no sistema de comércio de
emissões da União Europeia dificultará que o bloco cumpra suas metas
climáticas para 2030, segundo um relatório da Ecofys, empresa de
pesquisa ambiental.
A União Europeia precisa diminuir um extra de 7% de suas emissões de
carbono devido ao aumento das licenças, que podem ser concedidas durante
a próxima década, de acordo com o estudo encomendado pelo Greenpeace. O
bloco composto por 27 países tem como meta diminuir em 20% os níveis de
1990 até 2020 e também se comprometeu com a redução em 40% da poluição
até 2030, de acordo com o órgão regulador da UE.“É essencial para a eficácia do sistema de comércio de emissões da União Europeia que a trajetória da meta de gases de efeito estufa até 2030 seja definida considerando qualquer excedente pré-2020”, afirmou Niklas Hoehne, diretor de políticas energética e climática em Utrecht, sede da Ecofys na Holanda, em comunicado oficial.
Metas ambiciosas
“Dado o aumento esperado das emissões, a meta de 2030 ou a trajetória em direção a essa meta precisa ser significativamente mais restritiva”, afirmou Hoehne. O excesso de autorizações empurrou os preços do carbono no sistema de comércio de emissões da UE para o valor recorde de US$3,25 por tonelada métrica, em abril.
A Comissão Europeia propôs adiar a venda de alguns subsídios que estavam sendo considerados por alguns Estados-membros e pelo Parlamento Europeu. A medida paliativa seria seguida de uma reforma mais profunda no mercado de carbono.
O Greenpeace pediu que a comissão, os governos nacionais e que o Parlamento apoiassem a redução das emissões de carbono em pelo menos 55% em 2030. Essa meta deve ser parte de um novo programa de clima e energia mais abrangente que inclua o objetivo de obter 45% de energias renováveis.
“O relatório mostra que a meta de redução de 40% das emissões apresentada pela Comissão Europeia é totalmente inadequada, especialmente considerada o impacto da falha do sistema de comércio de carbono”, afirmou Jorid den Blanken, diretor de políticas climáticas do Greenpeace UE. Ele concluiu que “a União Europeia precisa de uma meta mais rigorosa para 2030 se quiser manter o sistema de comércio de carbono vivo e evitar os efeitos mais graves das mudanças climáticas.”
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