Após protestos em todo o país, São Paulo e Rio baixam as tarifas do transporte público (©Greenpeace/Alexandre Cappi)
Os brasileiros finalmente se apoderaram da política. Será uma afirmação
precipitada? Otimista demais? Talvez. Mas não há dúvidas de que esta já é
uma vitória popular histórica. O povo acostumado a ver inerte as
grandes mudanças de seu país, decidiu reagir e fazer parte desta
mudança.
Em anúncio realizado no palácio dos Bandeirantes, sede do governo
paulista, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito de São Paulo,
Fernando Haddad anunciaram hoje a redução da tarifa de metrô, trens e
ônibus de R$ 3,20 para R$ 3,00. Simultaneamente, no Rio, o prefeito
Eduardo Paes fez o mesmo: o ônibus na capital carioca voltou a R$ 2,75.Na voz dos governantes, um tom cabisbaixo, de preocupação: investimentos que podem ser comprometidos; orçamentos que deverão ser cortados; um gesto de boa vontade para interromper os protestos e abrir o diálogo. Mas ninguém comentou o aprendizado: a população também tem o direito de definir como os recursos público serão empregados.
O Greenpeace participou do quinto grande ato contra o aumento da tarifa, realizado na última segunda-feira, em São Paulo. A metrópole acostumada a ver suas ruas paradas por conta do trânsito desta vez parou porque o povo decidiu ocupá-la.
Nossa participação foi discreta. Decidimos ir às ruas sem nossa marca. Queríamos estar diluídos no meio da população e fazer volume. E como somos uma organização que faz uso do protesto pacífico como forma de pressionar por mudanças de atitudes de governos e corporações, achamos fundamental mostrar nossa indignação contra a violência policial e garantir o direito à livre manifestação.
Os políticos prometeram abrir o diálogo. Nada mais urgente. A solução ao problema da mobilidade urbana nas grandes cidades do país passa por um transporte público acessível e de qualidade. A tarifa é apenas uma parte dessa discussão. Os 20 centavos são apenas o começo.
Conheça nossa campanha sobre mobilidade urbana: www.greenpeace.org.br/cade.
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