Friday, June 7, 2013

Existe diálogo em SP?

Ânimos exaltados refletem necessidade de diálogo com a população por uma cidade com melhor transporte público (Foto: Brunno Marchetti) Ontem, as ruas do centro de São Paulo foram palco de mais um protesto que terminou em confronto entre manifestantes e policiais. O grande motivador da manifestacão foi o aumento da passagem de ônibus e metrô de R$ 3 para R$ 3,20. Como uma organização que tem o protesto pacífico em seu DNA como forma de pressionar por mudanças, o Greenpeace lamenta que o comportamento de um pequeno grupo tenha sido exacerbado e resultado em danos ao patrimônio público. Mas também lamenta que o governo feche o diálogo e ofereça cassetetes, gás lacrimogênio e balas de borracha como resposta. É uma pena que a violência tenha ganhado mais espaço na mídia do que o real significado da manifestação. Ela apenas reflete sentimento popular de urgência por melhorias e total priorização do poder público a um transporte coletivo rápido, eficiente e acessível a todos. Qual a contrapartida que o usuário recebe pelo aumento de 6,7%? O caos da mobilidade urbana, sobretudo numa cidade como São Paulo, atingiu seu limite e ninguém tem mais dúvida sobre isso. Da mesma forma, ninguém tem dúvida que a solução passa por maciços investimento em ônibus, metrô e novos modelos de locomoção, como também os não motorizados. Nesse contexto, o problema da mobilidade em São Paulo não será resolvido enquanto o governo continuar priorizando os investimento no transporte individual sobre o coletivo. Nessa equação, o automóvel necessariamente deve ficar em segundo plano. Esses problemas tão caros aos paulistanos afetam outras milhões de pessoas em diversas cidades do Brasil. Agora, os prefeitos têm uma oportunidade única de dar uma resposta à população. Os municípios com mais de 20 mil habitantes são obrigados a elaborar um Plano de Mobilidade Urbana. Este documento deve orientar e regulamentar o transporte e a mobilidade de uma cidade. Com a campanha #Cadê, o Greenpeace pede rapidez e qualidade às administrações municipais na elaboração deste plano, e que ele garanta que todas as pessoas tenham as mesmas condições de locomoção, priorizando os transportes não-motorizados e coletivos. É necessário também que sejam contempladas metas a curto e longo prazo, promovendo a diversificação e integração dos meios de transporte e controle à poluição e emissões de gases do efeito estufa. Um bom plano deve ser planejado de forma participativa e transparente, proporcionando melhorias de ordem econômica, social, de saúde e ambiental. Quer saber sobre a campanha? Acesse: www.greenpeace.org.br/cade.

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