As descobertas recentes sobre os Corais da Amazônia invalidam o estudo da empresa francesa que quer explorar petróleo na costa Norte do Brasil. Mas a empresa insiste em seus planos.
Errar é humano, já diz o velho ditado. Mas negar o erro é… antiético, vamos assim dizer. E desde que nós do Greenpeace junto a pesquisadores fizemos duas expedições científicas para estudar os Corais da Amazônia (em 2017 e 2018), revelamos muito sobre esse ecossistema pouco conhecido – mas já muito ameaçado pela indústria do petróleo.Vimos diversas espécies que vivem ali, encontramos novas áreas nunca antes mapeadas e entendemos mais sobre a dinâmica das marés naquela região. Mas nada disso foi suficiente para que a empresa francesa Total desistisse do plano absurdo de explorar petróleo perto dos Corais da Amazônia.
Depois de nossa expedição, a Total emitiu um comunicado à imprensa. Ela falou muito, mas não explicou os principais questionamentos que temos.
1) Sobre termos encontrado um banco de rodolitos dentro de um de seus blocos:
O que a Total diz:
“Nenhuma formação biogênica foi identificada no bloco FZA-M-57″
Só que:
O bloco citado pela Total não é o bloco em que o Greenpeace achou o banco de rodolitos. Então, tudo bem dizer que não há nada no bloco FZA-M-57 porque foi no FZA-M-86 que encontramos os rodolitos.
2) Sobre a distância do poço até o recife
O que a Total diz:
“O poço de exploração estará […] localizado a 28 km dos rodolitos identificados.”
Só que:
Essa informação se baseia no estudo de 2016 que falava que a área dos Corais da Amazônia era de 9,5 mil km2. Desde esse estudo, muitas águas já rolaram. E hoje cientistas estimam que o recife chega a 56 km2 – isso, sem contar a área descoberta recentemente na Guiana Francesa. Então, a Total deveria reconsiderar as distâncias que ela cita.
3) Sobre os planos de exploração
O que a Total diz:
Que está reivindicando perfurar apenas em um bloco (o FZA-M-57).
Só que:
A empresa está tentando obter a licença para cinco blocos na região da foz do rio Amazonas. Ainda que diga hoje que só irá perfurar um, se ela conseguir a licença dos outro quatro, ela pode fazer e perfurá-los. E isso inclui o bloco em que encontramos o banco de rodolitos.
Ou seja…
Tudo o que já sabemos sobre o ecossistema invalida o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da empresa e mostra que ela não fez um trabalho minimamente decente. A questão que nos resta fazer é: até quando a Total vai ignorar as novas descobertas sobre os Corais da Amazônia?
Vamos continuar pressionando a empresa. Compartilhe esse texto em suas redes sociais para que mais e mais pessoas saibam que a Total está fazendo de tudo para ganhar dinheiro em detrimento da natureza. E assine a petição.
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