Eólicas destronam fontes fósseis e reafirmam o potencial avassalador das energias renováveis no Brasil
O resultado do leilão de energia A-6, realizado nesta última sexta-feira (31) mostrou que o preço por potência instalada de eólica segue imbatível e a confiança na fonte só aumenta. Foram contratados mais de 1.250 MW em empreendimentos eólicos contra apenas 363,2 MW de energias fósseis – que se refere a apenas uma termelétrica a gás. Vale lembrar que térmicas a gás lideravam a oferta de energia cadastrada no leilão. Outra vitória a ser celebrada foi a derrubada da maior ameaça deste leilão: nenhuma das duas usinas a carvão inscritas no certame foi contratada.“Que isso sirva para o governo reavaliar sua visão sobre a fonte de energia elétrica mais poluente que existe, ineficiente e, como vimos hoje, inviável economicamente”, afirma Marcelo Laterman, especialista em Energia do Greenpeace Brasil.
O sucesso das eólicas mostra a maturidade da fonte, que teve a forma de contratação alterada e, por causa da nova regra, teve uma alta no preço em relação a leilões anteriores – foi de R$ 67,60 para R$ 90,45/MWh. Ela passou a ter sua energia contratada por quantidade e não por disponibilidade como anteriormente, o que aumenta os riscos ao empreendedor. Ou seja, mesmo o governo impondo regras mais duras para a fonte, ela ainda demonstra vantagens significativas em relação às fósseis – contratadas por disponibilidade.
Mesmo com a mudança de regra para as eólicas, a predominância na oferta de térmicas a gás e o absurdo da inclusão de térmicas a carvão, esses resultados confirmam, a cada dia, que fontes fósseis não têm mais espaço na nossa matriz. É importante comemorar que o resultado deste leilão não confirmou seu potencial catastrófico. Na última quarta-feira, dois dias antes do leilão, nossos ativistas realizaram um protesto-funeral do carvão em frente a uma grande termelétrica, no sul do país.
“Mas não podemos relaxar. Há questões ainda em aberto: até quando o governo vai permitir que o carvão ameace nossa matriz energética? Por que não incentivar a geração de energia solar fotovoltaica e incluí-la no leilão?” aponta Laterman. Nós, do Greenpeace, continuaremos pressionando por essas respostas.
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