
As abelhas são essenciais para a produção de alimentos © Axel Kirchhof / Greenpeace
Por conta do risco para as abelhas, o uso de algumas dessas substâncias está suspenso na União Europeia. No Brasil, infelizmente, esses venenos ainda são utilizados em larga escala nas plantações via pulverização aérea e terrestre. Isso tudo mesmo havendo pesquisas conectando o declínio de colônias de abelhas em São Paulo e Santa Catarina à aplicação de neonicotinóides e outros pesticidas.

Frutas e legumes são polinizados por abelhas © Axel Kirchhof / Greenpeace
As abelhas também contribuem enormemente para a manutenção das florestas. Se elas forem extintas, a reprodução de plantas silvestres ficará comprometida, porque mais de 90% das espécies de vegetação tropical com flores e cerca de 78% das espécies de zonas temperadas dependem da polinização desses insetos.
Os agrotóxicos são um dos grandes vilões desse desastre ecológico – desmatamento, poluição e mudanças climáticas também ameaçam as abelhas. O glifosato, por exemplo, que tem dado dor de cabeça à Monsanto devido a uma enxurrada de processos judiciais de pessoas contaminadas pelo herbicida, também pode afetar o comportamento das abelhas, alterando sua sensibilidade por açúcar e habilidade de navegação. Isso as atrapalha na hora de buscar alimentos e retornar para a colônia.
Para Marina Lacôrte, especialista em Agricultura e Alimentação do Greenpeace Brasil, esse é mais um erro da agricultura convencional. “O que temos hoje é uma agricultura autodestrutiva, que esgota os recursos necessários para continuar a produzir, como água, solo, floresta e também as abelhas, já comprovadamente essenciais para a produção de alimentos”. Marina reforça a importância de se incentivar outros caminhos. “Não podemos mais fechar os olhos para outras formas de produzirmos nossa comida. A solução está diante de nós: são os sistemas agroecológicos”.
Abelha, abelhinha, acabou chorare
As abelhas não são as únicas vítimas desse modelo agrícola insustentável e desigual que está amparado no uso massivo de agrotóxicos. Só nos últimos 10 anos, 26 mil brasileiros foram intoxicados por veneno, resultando em 1824 mortes, segundo reportagem da Agência Pública. Das pessoas envenenadas no país, 20% são crianças e jovens!

As abelhas não são as únicas vítimas de tanto veneno © Juraj Rizman/ Greenpeace
A boa notícia é que o antídoto para tanto veneno já existe. Este ano finalmente foi instalada uma Comissão Especial para analisar a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNaRA, PL 6.670/2016). Agora, precisamos pressionar para que ela continue sendo discutida e que o Pacote do Veneno (PL 6.299/2002) seja rejeitado em plenário na Câmara dos Deputados. Este é o caminho que deve ser defendido pelos parlamentares que de fato representam a sociedade brasileira e que querem continuar nos representando no futuro!
Na próxima vez em que você estiver tomando um café quentinho com bolo de chocolate, que tal pensar nas abelhas? Elas são as verdadeiras rainhas da nossa comida!
No comments:
Post a Comment
Note: Only a member of this blog may post a comment.