Queremos nossas praias sem plástico

por Thiago Gabriel

Segunda edição da #SemanaMaresLimpos começou neste sábado e já conta com várias ações. No ano passado, foram mais de 24 toneladas de resíduos coletadas nas praias brasileiras.

Voluntários em São Luís (MA) mostram a quantidade de lixo recolhida em um único dia de limpeza. © Cynthia Carvalho/Greenpeace São Luís

Sabe aquele feriadão que você junta a família, coloca as coisas no carro e parte pro litoral pegar uma praia? Sol forte, protetor no rosto, você vai se refrescar com um merecido mergulho no mar e, de repente… dá de cara com aquela garrafinha de plástico bem no seu nariz, o pé gruda na sacolinha de supermercado e você vê boiando aquela bituca de cigarro bem do seu lado. Pois tem gente que não fica só no incômodo e já está se mobilizando contra essa sujeira.
Esse é o objetivo da #SemanaMaresLimpos, uma campanha da ONU Meio Ambiente em parceria com o Instituto Ecosurf, para promover a conscientização e a limpeza das praias brasileiras. As ações começaram neste sábado, dia 15, e seguem até o próximo domingo (23). Você pode cadastrar seu grupo e contar com a ajuda dos organizadores para mobilizar e divulgar uma atividade de limpeza em qualquer cidade do país, basta acessar e preencher o formulário da campanha.
Todos os anos, são mais de 8 milhões de toneladas de lixo indo parar nas águas do planeta, segundo as estimativas globais. Dentre essa quantidade, algo em torno de 60% a 90% dos resíduos são diferentes tipos de plástico.
Estudos indicam que, se nosso ritmo de consumo não diminuir e o descarte dos resíduos não for feito de forma adequada, em 30 anos teremos mais plástico do que peixes nos oceanos. Então, além de assumir um consumo consciente e evitar que nosso problema aumente, precisamos cuidar do estrago que já foi feito, certo?

Na praia de Torres (RS), os voluntários fizeram a separação do lixo coletado durante a ação. © Cínthia Bordini / Greenpeace RS

Neste ano, os organizadores da campanha pretendem ultrapassar os números alcançados na primeira edição, em 2017, quando 136 grupos realizaram ações de limpeza em 18 estados, e coletaram mais de 24 toneladas de resíduos.
Além de promover a limpeza do litoral e garantir a preservação dos oceanos, a separação dos resíduos coletados permite identificar quais os materiais que mais poluem as águas e estabelecer um panorama do lixo no país para cobrar soluções efetivas de governos e empresas.
Segundo o relatório #SemanaMaresLimpos 2017, que foi lançado com a segunda edição da campanha, os itens mais recolhidos pelos voluntários foram: bitucas de cigarro, tampas de garrafa, canudos, garrafas plásticas e sacolas plásticas de supermercado.
A praia de Itapoá, em Santa Catarina, foi o local escolhido para dar o pontapé inicial nas atividades deste ano, que devem se espalhar por todo o litoral brasileiro. A data de início marca também o Dia Internacional de Limpeza de Praias, com mobilizações em mais de 150 países.

JUNTOS SOMOS MAIS FORTES

Os voluntários do Greenpeace ao redor do Brasil não poderiam ficar de fora e estão fazendo sua parte para despoluir as praias e conscientizar os banhistas sobre a necessidade do descarte correto de nosso lixo. Em São Luís (MA), Praia de Torres (RS), Praia do Tarumã (AM), Salvador (BA), Bertioga (SP) e várias outras localidades, de norte a sul do país, os grupos de voluntários locais se juntaram a outras organizações e coletivos parceiros para as ações de limpeza neste último sábado.
Para Denison Ferreira, do grupo de voluntários de São Luís (MA), essas ações fortalecem a articulação local e ajudam a multiplicar a conscientização ambiental. “Atividades como essa tem um significado extraordinário para o time local, conseguimos envolver e engajar mais pessoas e isto acaba nos inspirando para multiplicar essa corrente do bem. As pessoas se envolvem e se sentem empoderadas para fazer a mudança acontecer e nos dão esperança de dias melhores para este planeta!”

Denison Ferreira, do Grupo de Voluntários São Luís, em ação de limpeza das praias. © Cynthia Carvalho/Greenpeace São Luís

Além de somar forças com a mobilização da #SemanaMaresLimpos, os grupos de voluntários do Greenpeace realizam ações de limpeza das praias brasileiras ao longo do ano, em diferentes localidades. Em 2017, foram quase 7 toneladas de lixo recolhidas só com a força de vontade e articulação com grupos locais. Em 2018, já foram mais de 3,5 toneladas de lixo nos estados do Amazonas, São Paulo e Rio Grande do Sul.
“O Grupo de Voluntários do Greenpeace em São Luís já soma forças na limpeza das nossas orlas há dois anos e pretendemos continuar. Os resultados são os melhores, sempre conseguimos impactar e sensibilizar as pessoas que usam a praia de forma positiva.”, explica Denison.

Ação de limpeza das praias do Grupo de Voluntários São Luís (MA). © Cynthia Carvalho/Greenpeace São Luís

Voluntários reunidos após ação de limpeza na praia de Tarumã (AM). © Kamila Craveira / Greenpeace Amazonas

Para se juntar ao grupo de voluntários do Greenpeace e contar com a nossa ajuda para organizar uma ação de limpeza de praias, acesse o Greenwire

E EU?

Agora, você deve estar pensando: mas e eu, que não posso participar dessas ações, o que posso fazer para mudar isso? Cada ação conta e, sem dúvida, o primeiro passo é assumir um consumo consciente:

• Não utilizar mais materiais do que precisa;
• Separar os resíduos e cobrar de nossos governantes políticas públicas de reciclagem;
• Pressionar empresas para que abandonem embalagens desnecessárias;
• Evitar comprar água mineral engarrafada. Leve com você sua própria garrafinha;
• Desenvolver soluções criativas para substituir, por exemplo, os copos descartáveis.

Essas são ações simples que fazem uma grande diferença!

Ação de limpeza das praias do Grupo de Voluntários São Luís (MA). © Cynthia Carvalho/Greenpeace São Luís

Voluntário recolhe lixo em ação de limpeza na praia de Tarumã (AM). © Kamila Craveira / Greenpeace Amazonas

Ação de limpeza das praias do Grupo de Voluntários São Luís (MA). © Cynthia Carvalho/Greenpeace São Luís

Os mares e rios são responsáveis por metade do oxigênio que respiramos e por alimentar um terço da população mundial. Ou seja, a preservação dos oceanos é a preservação da vida no planeta. A grande maioria do plástico que jogamos no lixo vai direto para os oceanos e causa um enorme desequilíbrio no ecossistema marinho.
Desde peixes e outros animais que acabam comendo esses resíduos plásticos e morrem, até a poluição visível em nossas praias e a contaminação dos peixes que depois se tornam nossos alimentos, o plástico é o grande perigo para os oceanos do planeta.
Faça a diferença!