Jovens instalam placas solares no telhado do Centro Comunitário Lídia dos Santos, junto com voluntários do Greenpeace, em Vila Isabel (©Otávio Almeida/Greenpeace)
O Greenpeace compareceu hoje ao seminário de energia
organizado por PSB/Rede para debater sugestões para o setor elétrico. O
diretor de Políticas Públicas do Greenpeace, Sérgio Leitão, falou sobre a
crise energética que o país tem vivido e entregou à Eduardo Ca mpos,
que concorre à presidência este ano, e à sua vice, Marina Silva,
documento no qual explica quais soluções devem ser tomadas diante da
crise e como alcançá-las com incentivos fiscais e criação de linhas de
crédito específicas para energia solar.
Em trecho do documento, a organização propõe que “o futuro
pode ser promissor, caso as escolhas certas sejam feitas agora. Outras
energias renováveis, como a solar e a eólica, são cada vez mais comuns e
possuem incontáveis vantagens ambientais e sociais, como a geração de
empregos verdes e o fato de permitirem ao cidadão ser independente e
gerar sua própria energia. Para isso, contudo, é preciso que o governo
dedique mais esforços e recursos à energia solar fotovoltaica (...)”.
O seminário contou presença de peso e nomes importantes do
setor elétrico brasileiro como Élbia Melo, presidente da Abeólica*,
Paulo Pedrosa, presidente-executivo da Abrace,* Elizabeth Farina,
presidente da Unica*, Mário Veiga, da PSR consultoria, Cláudio Salles,
presidente do Instituto Acende Brasil e Jerson Kelman, ex-presidente da
Light. Foram discutidos os riscos de um apagão iminente, a inconstância
do marco regulatório e a necessidade de diversificar as fontes da matriz
brasileira.
Diante da proposta do Greenpeace de que sejam instalados
sistemas solares em 1 milhão de residências brasileiras durante os
quatro anos de mandato do próximo presidente - o que geraria economia de
cerca de R$1,3 bi por ano, hoje gastos na compra de parte da energia
térmica da qual somos dependentes - um ponto importante que tem travado a
expansão da energia solar foi levantado. Para Kelman, “atingir esse
número é possível, mas ainda precisamos regulamentar questões como a do
ICMS, imposto que tem impedido que a microgeração de energia se torne
mais comum."
Ainda sobre a necessidade de gestão integrada do setor,
Sérgio Leitão afirmou que “hoje lidamos com a perda completa da gestão
de água, energia e ambiental. O que o PT disse da crise do apagão, em
2001, o PSDB está dizendo agora sobre a ameaça de racionamento: aumento
do preço da energia, escassez de água nos reservatórios, e uso abusivo
das termelétricas. Esse sistema é gerido de forma tão desintegrada que
nem mesmo os órgãos diretamente envolvidos conversam entre si e isso
precisa mudar urgentemente.”
*Associação Brasileira de Energia
Eólica, Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de
Energia e de Consumidores Livres, União da Indústria de Cana-de-Açúcar
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