Monday, May 26, 2014

Greenpeace bloqueia porto holandês para atrasar Gazprom

Grupo de ativistas tenta impedir a saída de plataforma contratada pela Gazprom para extrair petróleo do Ártico russo


Ativistas chegando no porto de Ijmuiden, na Holanda, para impedir a saída da plataforma da Gazprom rumo ao ártico russo. (© Greenpeace)

Ativistas do Greenpeace bloqueiam a saída de uma plataforma de petróleo contratada pela Gazprom em direção ao Ártico. Trinta voluntários contruíram um cerco em volta da GSP Saturn, que se encontra no porto de Ijmuiden (Holanda), enquanto mergulhadores fixam correntes nas enormes pernas da estrutura.
Desta maneira, será impossível a saída da plataforma rumo ao Mar de Pechora, norte da Rússia, para extrair petróleo em nome da estatal russa Gazprom. A equipe do Greenpeace conta com estoque de provisões que podem durar dias.


“Estamos ao lado de milhões de pessoas que apoiam nossa campanha pelo fim da exploração negligente de petróleo no Ártico. Enquanto o degelo serve de sinal para mudanças climáticas para muitas comunidades científicas, a Gazprom e parceiras – como a Shell, Statoil e Rosneft – vêem nele um sinal de lucro ainda maior: lugares antes inacessíveis viram rotas para o transporte de petróleo”, explica Fazia Oulahsen, coordenadora da campanha Salve o Ártico.
A plataforma romena GSP Saturn, construída em 1988, não foi projetada para operar em condições tão adversas como as da região ártica. Em 2011, a plataforma Kolskaya, também da Gazprom e do mesmo modelo da GSP Saturn, não resisitu a uma tempestade e acabou afundando, levando 53 tripulantes à morte.
A empresa comandada pelo governo russo produziu recentemente, por meio da plataforma Prirazlomnaya, a primeira leva de petróleo extraído do Ártico. Essa plataforma foi cenário de um protesto do Greenpeace em setembro do ano passado, quando 30 ativistas foram presos por dois meses – sendo que o navio do Greenpeacem Arctic Sunrise continua sob custódia das autoridades russas.
A própria Fazia Oulahsen era um membro dos 30 do Ártico: “A plataforma GSP Saturn é símbolo de uma grande crise. Companhias ocidentais de petróleo estão lado a lado para abrir a última fronteira do Ártico. Em nome do meio ambiente e do futuro do planeta, precisamos interromper essa invasão ao Ártico e investir em energias limpas e renováveis”, defende ela. A campanha Salve o Ártico apela para o bom senso da sociedade, expondo os sérios riscos que a exploração de petróleo traz à região. “Nós não vamos parar até a indústria petroquímica se retirar de vez do Ártico”.

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