Grupo de ativistas tenta impedir a saída de plataforma contratada pela Gazprom para extrair petróleo do Ártico russo
Ativistas chegando no porto de Ijmuiden, na Holanda, para impedir a
saída da plataforma da Gazprom rumo ao ártico russo. (© Greenpeace)
Ativistas do Greenpeace bloqueiam a saída de uma plataforma de
petróleo contratada pela Gazprom em direção ao Ártico. Trinta
voluntários contruíram um cerco em volta da GSP Saturn, que se encontra
no porto de Ijmuiden (Holanda), enquanto mergulhadores fixam correntes
nas enormes pernas da estrutura.
Desta maneira, será impossível a saída da plataforma rumo ao Mar de
Pechora, norte da Rússia, para extrair petróleo em nome da estatal russa
Gazprom. A equipe do Greenpeace conta com estoque de provisões que
podem durar dias.
“Estamos ao lado de milhões de pessoas que apoiam nossa campanha pelo
fim da exploração negligente de petróleo no Ártico. Enquanto o degelo
serve de sinal para mudanças climáticas para muitas comunidades
científicas, a Gazprom e parceiras – como a Shell, Statoil e Rosneft
– vêem nele um sinal de lucro ainda maior: lugares antes inacessíveis
viram rotas para o transporte de petróleo”, explica Fazia Oulahsen,
coordenadora da campanha Salve o Ártico.
A plataforma romena GSP Saturn, construída em 1988, não foi projetada
para operar em condições tão adversas como as da região ártica. Em
2011, a plataforma Kolskaya, também da Gazprom e do mesmo modelo da GSP
Saturn, não resisitu a uma tempestade e acabou afundando, levando 53
tripulantes à morte.
A empresa comandada pelo governo russo produziu recentemente, por
meio da plataforma Prirazlomnaya, a primeira leva de petróleo extraído
do Ártico. Essa plataforma foi cenário de um protesto do Greenpeace em
setembro do ano passado, quando 30 ativistas foram presos por dois meses
– sendo que o navio do Greenpeacem Arctic Sunrise continua sob custódia
das autoridades russas.
A própria Fazia Oulahsen era um membro dos 30 do Ártico: “A
plataforma GSP Saturn é símbolo de uma grande crise. Companhias
ocidentais de petróleo estão lado a lado para abrir a última fronteira
do Ártico. Em nome do meio ambiente e do futuro do planeta, precisamos
interromper essa invasão ao Ártico e investir em energias limpas e
renováveis”, defende ela. A campanha Salve o Ártico apela para o bom
senso da sociedade, expondo os sérios riscos que a exploração de
petróleo traz à região. “Nós não vamos parar até a indústria
petroquímica se retirar de vez do Ártico”.
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