Wednesday, May 28, 2014

Segundo dia de ocupação de plataforma no Ártico

Equipe de ativistas segue a bordo de plataforma norueguesa no Mar de Barents; Statoil quer ser a segunda empresa a explorar petróleo no Ártico. Veja o vídeo da ação.

Plataforma Transocean Spitsbergen, contratada pela Statoil, no Mar de Barents. (©Greenpeace)

Há mais de trinta horas que a plataforma de petróleo Transocean Spitsbergen, da estatal norueguesa Statoil, exibe diversos cartazes com a mensagem “Salve o Ártico”. Quinze ativistas do Greenpeace começaram a ocupar a instalação às 5 horas da manhã de ontem e mantiveram firmes suas posições, lutando contra o clima gelado do Ártico.
Em entrevista a Bloomberg, agência de notícia inglesa, Oerjan Heradsveito, porta-voz da Statoil, admitiu que o plano de exploração será atrasado por causa do protesto, que atraiu atenção internacional ao projeto de perfurações da Noruega.


Escaladores arrumam barraca suspensa na qual passaram a noite. (©Greenpeace)

Direto da plataforma, o ativista filipino do Greenpeace Elmer Vestidas comentou as dificuldades da ação: “O clima do Ártico é de frio intenso. Eu passei uma noite gélida no lado externo da plataforma, mas nós filipinos somos fortes”, e completa: “O projeto da Statoil traz diversas consequências negativas, e não só para o Ártico. A extração e queima de petróleo acelera intensamente as mudanças climáticas, já notadas ao redor do globo inteiro. Não quero outro super tufão Haiyan no meu país ou em qualquer outro lugar”.

Escaladores exibem banner na plataforma Transocean Spitsberg, da Statoil. (©Greenpeace)


No começo do dia de hoje, ainda durante a madrugada, cinco ativistas se retiraram voluntariamente do protesto e foram transportados de helicóptero até Hammerfest, na Noruega, onde receberão atendimento e cuidados. O resto do grupo se dividiu em dois times, um de escaladores rotativos e outro que continua ocupando o deque da plataforma.
Os dez ativistas restantes estão atuando ao lado de quase 5 milhões de pessoas que assinaram a petição internacional Salve o Ártico. Com o protesto, a pressão agora recai sobre o ministro do meio ambiente norueguês, que tem em mãos a oportunidade de vetar o projeto da Statoil.

Veja o vídeo da ação:

Statoil, outra gigante estatal
Após a Gazprom, estatal russa, ser a primeira a extrair petróleo offshore do Ártico, a Statoil almeja ser a segunda a tirar proveito da frágil região.
A empresa foi fundada como uma companhia petrolífera estatal, e o governo norueguês mantém até hoje 67% sob seu controle. Por sua vez, a Noruega é conhecida como uma das nações engajadas com a mitigação das mudanças climáticas e a proteção do Ártico, o que torna a aprovação do projeto da Statoil uma grande controvérsia.
A Statoil vê no Ártico em degelo uma oportunidade de negócio: desde 2012 ela triplicou seu investimento de €11 milhões para €33 milhões. O governo da Noruega proibe a exploração a menos de 100 quilômetros da chamada “borda gelada”, onde o gelo se encontra com o mar. A Statoil, entretanto, estabeleceu sua primeira perfuração a apenas 25 quilômetros desse local.

No comments:

Post a Comment

Note: Only a member of this blog may post a comment.