Área desmatada para plantio de soja na Amazônia. Foto: Greenpeace/Daniel Beltra
Após a recente regulamentação do CAR (Cadastro Ambiental Rural),
que tardou mas felizmente não falhou, mais uma noticía de Brasília pode
ajudar a diminuir o desmatamento da Amazônia. Foi apresentado na última
quarta feira, 07/05, pelo Senador João Capiberibe (PSB-AP), o Projeto de Lei do Senado n° 166.
Basicamente, o PLS propõe que a Moratória da Soja – compromisso da
indústria de soja de não comprar mais o grão de áreas desmatadas após
2006 – se estenda por mais cinco anos.
É o que diz o Artigo 2o do
documento: “Torna-se compulsória por 5 (cinco) anos, a partir da
publicação desta lei, a adoção de critérios para o plantio de soja na
Amazônia Legal, derivados da forma do compromisso acordado entre
empresas do mercado de soja em grãos, governo e sociedade civil,
instituído em 2006 e vigente até 31 de dezembro de 2014, denominado
Moratória da Soja”.
A inovação da proposta do Senador está na forma do
“incentivo” para adesão à moratória. Funciona em mão dupla:
proprietários que não desmataram desde 2006 e não desmatarem futuramente
para plantar soja ou outra cultura receberiam incentivos fiscais e
creditícios. Já os proprietários que desrespeitarem a moratória ou que
optarem por desmatar mesmo que legalmente teriam restrição de acesso ao
crédito agrícola.
“Engana-se quem acha que o Brasil vai perder área para
produção agrícola com isso. Existem estudos de universidades de ponta no
Brasil e até mesmo dos institutos do governo federal indicando que não é
mais necessário desmatar uma árvore para dobrar a produção agrícola no
país”, afirma Rômulo Batista, da campanha Amazônia do Greenpeace. “Além
disso, o Brasil assumiu um compromisso internacional de reduzir suas
emissões de gases do efeito estufa, e o desmatamento continua sendo a
principal fonte de emissão do país”.
Outra novidade trazida pelo PLS é a obrigatoriedade do governo federal no monitoramento específico do plantio de soja, nos moldes do que já acontecia na moratória e que garantiu o sucesso do compromisso desde 2006. “É importante que o governo federal assuma esta responsabilidade, como já faz com a safra de cana-de-açucar, pois além de potencial vetor de desmatamento, a soja é um dos principais produtos de exportação brasileira. Ao monitorar a safra, o governo poderá estimar a produção de maneira mais exata, além de contribuir para a preparação logística para no escoamento dos grãos”, afirma Batista.
Outra novidade trazida pelo PLS é a obrigatoriedade do governo federal no monitoramento específico do plantio de soja, nos moldes do que já acontecia na moratória e que garantiu o sucesso do compromisso desde 2006. “É importante que o governo federal assuma esta responsabilidade, como já faz com a safra de cana-de-açucar, pois além de potencial vetor de desmatamento, a soja é um dos principais produtos de exportação brasileira. Ao monitorar a safra, o governo poderá estimar a produção de maneira mais exata, além de contribuir para a preparação logística para no escoamento dos grãos”, afirma Batista.
O autor do projeto também propõe que sejam incorporadas
toda a experiência e informações coletadas durante a vigência da
moratória pelo Grupo de Trabalho da Soja, que era constituído por
membros do governo, da sociedade civil e da indústria. A continuidade no
levantamento de dados servirá para a criação de uma plataforma de dados
pública sobre o setor.
“A proposta do parlamentar vai ao encontro da demanda
popular pelo desmatamento zero, uma proposta de lei popular que já
conseguiu mais de 1 milhão de adesões em todo o Brasil”, conclui Rômulo
Batista.
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