Friday, August 18, 2017

Ativistas do Greenpeace confrontam plataforma de petróleo norueguesa no Ártico

Com botes e caiaques, eles protestaram com mensagens ao governo norueguês para que priorize as pessoas e não o petróleo do Ártico; a região e o próprio planeta estão ameaçados pela série de licenças de perfuração que foram concedidas

Um grande globo foi posto em frente à plataforma para lembrar a ameaça da exploração petrolífera ao planeta. Foto: Nick Cobbing/Greenpeace

Nesta quinta-feira (17), ativistas a bordo do Greenpeace Arctic Sunrise entraram na zona de exclusão da plataforma de petróleo Songa Enabler, da norueguesa Statoil, com caiaques e barcos infláveis, para protestar nas águas do Mar de Barents contra o início das perfurações em um dos locais mais intactos do Ártico.
Segurando banners, nossos ativistas estão lá para enviar a mensagem ao governo norueguês e ao mundo: “Priorizem as pessoas acima do petróleo do Ártico”, “Não às perfurações”. Na ação, eles também exibiram um globo gigante sobre o mar, em frente à plataforma, com mensagens escritas ao governo norueguês.

Com mensagens para o mundo, ativistas protestam contra a exploração petrolífera. Foto: Nick Cobbing/Greenpeace

Ao todo, 35 ativistas de 25 países, incluindo a brasileira Thais Herrero, realizam este protesto pacífico, depois de seguirem a plataforma por um mês, no Mar de Barents.

A jornalista e ativista Thais Herrero é a única brasileira a bordo do Arctic Sunrise nesta campanha contra a exploração de petróleo no Ártico. Foto: Greenpeace

Para entender
O governo norueguês abriu uma nova fronteira de exploração de petróleo no Ártico. Sua empresa estatal começou a perfurar o poço Korpfjell, um ponto controverso a 415 km da terra firme. Ele está próximo à borda do gelo e de importantes áreas de alimentação para aves marinhas. Esta é a primeira abertura de novas áreas para perfurações de petróleo em 20 anos e é o local mais ao norte licenciado pela Noruega. O governo norueguês, visto como "ecológico", concedeu novas licenças de exploração de petróleo no Ártico no dia 10 de junho do ano passado. Ou seja, apenas dez dias depois, eles ratificaram o Acordo de Paris, que exige dos países que reduzam suas emissões de gases de efeito estufa.
O ativista dos Estados Unidos Britt Baker, que está no local, afirma: "Como cidadão americano e global, a decisão de Trump de recuar do acordo climático de Paris e de estimular os combustíveis fósseis à custa das pessoas ao redor do mundo foi devastadora. Da mesma forma, vemos o governo norueguês abrindo novas áreas de petróleo em ritmo acelerado, apesar de saber dos perigos que isso terá para as gerações futuras. Este governo está mostrando o mesmo desrespeito aos compromissos climáticos globais que o presidente Donald Trump”.

O navio do Greenpeace Arctic Sunrise está há mais de um mês na região dando suporte aos ativistas. Foto: Nick Cobbing/Greenpeace

Noruega no banco dos réus
Por conta disso, o Greenpeace levou o governo norueguês à justiça, em novembro do ano passado, sob a acusação de que as novas licenças de petróleo violam o direito à um ambiente saudável, como previsto na Constituição do país (artigo 112). Apesar do processo em curso, a Statoil está perfurando vários novos poços de petróleo no Ártico neste verão.
"A Noruega não é tão verde quanto sua imagem. Com uma mão, o governo assinou o Acordo de Paris e se perfilou como um campeão ambiental, ao mesmo tempo em que distribuiu centenas de novos blocos de petróleo no Ártico com a outra. Eles ignoram e desrespeitam as recomendações ambientais e científicas e ofereceram as licenças à indústria do petróleo em algumas das áreas mais preservadas do Ártico. Agora eles têm que responder por suas ações no tribunal”, afirma o ativista Erlend Tellnes, a bordo do Arctic Sunrise.
Mais de 350 mil pessoas já assinaram uma petição pedindo que o governo norueguês respeite a Constituição da Noruega e o Acordo de Paris. Você também pode ajudar nessa pressão – Assine a petição.

"Escolham as pessoas em vez do óleo". Foto: Nick Cobbing/Greenpeace

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