Ativistas do Greenpeace pedem o não envolvimento da empresa com a construção de uma enorme hidrelétrica no coração da Amazônia
Protesto na sede da Siemens na Alemanha (©Bastian Arlt/Greenpeace)
Na Alemanha, os ativistas utilizaram o tronco de uma
castanheira da Amazônia para representar o desmatamento que poderá ser
causado caso o projeto se torne realidade, com faixas com os dizeres em
alemão e inglês : “Siemens, queremos inovação no lugar da destruição da
Amazônia” e “Salve o coração da Amazônia”. Eles também marcaram a sede
da empresa com uma linha vermelha para simbolizar a demarcação da Terra
Indígena Sawré Muybu, uma antiga reivindicação do povo Munduruku.
Durante o protesto, o CEO da Siemens, Joe Kaeser, conversou
por cerca de 30 minutos com a especialista em florestas do Greenpeace
Alemanha, Sandra Hieke, que apresentou os danos que a hidrelétrica de
São Luiz do Tapajós vai causar à floresta amazônica e ao povo indígena
Munduruku, que vive na região há gerações. Esta foi a primeira conversa
entre o CEO e membros do Greenpeace. Hieke também mencionou as violações
aos direitos humanos que têm feito parte da construção de hidrelétricas
na Amazônia brasileira, como pôde ser visto no caso de Belo Monte, no
rio Xingu. (Para saber mais, veja relatório do Grupo de Trabalho da ONU sobre a questão dos direitos humanos no Brasil - em inglês).
O CEO da Siemens recebeu ainda um relatório do
Greenpeace Alemanha que trata das questões da hidrelétrica. Diversas
cartas já foram enviadas pelo Greenpeace de vários países à Siemens
informando sobre os riscos da construção de São Luiz do Tapajós e
pedindo o não envolvimento da empresa. Até agora não houve nenhum
comprometimento por parte da empresa em se afastar do projeto.
O Greenpeace está pedindo para que empresas, como a
alemã Siemens, que detêm a tecnologia para a construção de
hidrelétricas, se comprometam publicamente a não se envolver no projeto
do Tapajós. “Em vez de contribuir com a destruição da Amazônia, tanto a
Siemens como as outras empresas interessadas na hidrelétrica de São Luiz
do Tapajós deveriam ajudar o Brasil a desenvolver um futuro com energia
limpa de verdade, como a solar e a eólica, que já são uma realidade
para suprir as necessidades de abastecimento de energia do país”, afirma
Danicley de Aguiar, ativista da Campanha da Amazônia do Greenpeace.
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