Madeireiros e fazendeiros ameaçam invadir a Terra Indígena Alto Turiaçu a qualquer momento
O povo Ka’apor, da Terra Indígena Alto Turiaçu, no
Maranhão está vivendo dias de tensão. Fazendeiros e madeireiros da
região da Terra indígena Alto Turiaçú, incomodados com as atividades de
monitoramento e proteção do território realizadas de forma autônoma
pelos indígenas para impedir a invasão da área e a destruição da
floresta, estão ameaçando invadir aldeias a qualquer momento.
As ameaças vêm à tona na mesma semana em que ocorreu o massacre contra
os Guarani Kaiowa no Mato Grosso do Sul. “Estamos vivendo um momento
sombrio quanto ao descumprimento dos direitos garantidos aos indígenas
na Constituição. Diversos povos estão sendo ameaçados e atacados, sem
receberem a devida proteção das autoridades competentes”, afirma Rômulo
Batista, da Campanha da Amazônia do Greenpeace.
Segundo informado por organizações que apoiam a luta
dos Ka’apor, denunciando a violência, duas lideranças indígenas foram
ameaçadas de morte e forçadas a entregar os planos e os nomes dos
envolvidos com as atividades de proteção territorial. Eles afirmam que
os madeireiros se reuniram nas cidades próximas à terra indígena e
planejam atacar aldeias e que não há nenhuma providência sendo tomada
pelos órgãos responsáveis pela segurança dos indígenas e do território.
Os Ka'apor realizam ações de monitoramento e proteção do território
desde 2010 e são reconhecidos como grandes defensores das últimas áreas
remanescentes de floresta amazônica no Maranhão. De acordo com as
informações, desde então cinco lideranças foram assassinadas, 14
indígenas foram agredidos, duas aldeias foram invadidas e cerca de oito
lideranças e 12 guardas florestais estão ameaçados de morte. O trabalho
de proteção do território desenvolvido até agora resultou no fechamento
de 24 ramais de madeireiros. No
final de 2015, ativistas do Greenpeace trabalharam com lideranças
Ka'apor para começar a integrar o uso de tecnologia às atividades
autônomas de monitoramento e proteção do seu território tradicional.Veja aqui a íntegra da nota.
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