Prefeitura de São Paulo também criou Comitê de Acompanhamento e
Fortalecimento do Programa Ruas Abertas. A ideia é dialogar com a
sociedade civil para desenvolver o programa e incentivar a ocupação do
espaço público restringindo o uso do automóvel.
Em 2015, prefeitura oficializou o fechamento da Avenida Paulista (©creative commons)
Uma das dez maiores cidades do mundo dá um passo importante
para que seus cidadãos possam se apropriar cada vez mais do espaço
público. Neste sábado, a Prefeitura de São Paulo publicou o decreto que institui o Programa Ruas Abertas como um programa permanente na cidade.
Além de oficializá-lo, Haddad também criou um Comitê de Acompanhamento e
Fortalecimento do Programa Ruas Abertas, composto por organizações da
sociedade civil e ligado diretamente ao gabinete do prefeito, com o
objetivo de avaliar o programa e propor soluções para que o uso de ruas e
avenidas para pedestres e ciclistas seja aprimorado. Na prática, a
constituição do Comitê ajuda a construir uma cidade mais humana na qual,
por exemplo, atividades esportivas e culturais acontecem na rua.
Além de uma maior ocupação das ruas e das avenidas de São
Paulo, o programa “Ruas Abertas” incentiva a ampliação de espaços de
lazer e promove a consolidação das relações sociais nos bairros, com
mais inclusão cultural e com a recuperação urbana de espaços degradados e
sem uso.
“Faz um ano que os paulistanos passaram a ocupar a Avenida
Paulista aos domingos e, com a publicação do decreto, abre-se o caminho
para que essas atividades possam ganhar a cidade toda com a qualidade
que os cidadãos e cidadãs merecem.”, afirma Vitor Leal, da campanha de
Clima e Energia do Greenpeace Brasil. “A partir do momento em que
vivemos a experiência de uma rua aberta, ocupada pelas pessoas,
silenciosa e menos poluída, também começamos a ver que a cidade não
precisa ser refém dos automóveis. A gente descobre que outra cidade é
possível”, conclui Leal.
Um grupo de cinco organizações, Cidade Ativa, Sampapé, Bike Anjo,
Minha Sampa e Greenpeace, esteve reunido com o prefeito Fernando Haddad
(PT) na última semana, e pediu a oficialização do programa Ruas
Abertas, com regulamentação e orçamento próprio. Algumas sugestões sobre
a implantação do programa foram levadas pelo grupo à Prefeitura,
baseadas em experiências que essas e outras organizações tiveram com as
Ruas Abertas. Nos últimos seis meses, Greenpeace, Bike Anjo, Sampapé e
Cidade Ativa se articulam com a população e gestores locais para que a
avenida Luiz Dumont Villares, na Zona Norte, torne-se uma via aberta.
A avenida foi selecionada por conectar diversos
equipamentos públicos e privados de cultura e lazer e por ter fácil
acesso pela proximidade do terminal urbano de ônibus e da estação de
metrô Parada Inglesa. Trata-se de uma via central, próxima à
subprefeitura, e identificou-se que o comércio de rua tende a ser
beneficiado pelo programa. Além disso, o transtorno aos moradores seria
baixo visto que a região tem um perfil mais comercial e já recebe
ciclofaixa de lazer. Com isso, o grupo quer mostrar os benefícios que o
programa pode trazer para a população, ajudando na descentralização do
Programa para outras áreas da cidade.
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