Área afetada pelo rompimento de barragem no distrito de
Bento Rodrigues, zona rural de Mariana, em Minas Gerais (© Antonio
Cruz/Agência Brasil)
O Greenpeace está acompanhando atentamente os
acontecimentos que seguem o desastre ambiental e social que se abateu
sobre diversas comunidades de Mariana (MG) após rompimento da barragem
da empresa Samarco, controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP
Billington. A tragédia agora se estende por mais de 500 quilômetros e
chega ao Espírito Santo pelo Rio Doce.
Prestamos nossa total solidariedade às vítimas, seus familiares e
amigos. Também nos juntamos às organizações locais que acompanham a
situação na exigência de que seja realizada uma investigação completa e
independente das causas do desastre e que as populações afetadas recebam
reparação financeira imediata, independente de qualquer ação legal
civil que venha a ser instaurada. Só assim elas poderão tentar retomar
suas vidas.A empresa Samarco (repetimos: controlada pela Vale e pela BHP) vem agindo de forma desproporcional à absoluta gravidade desta tragédia. Tudo indica que não havia plano de contingência para uma situação como esta. As comunidades em risco não foram preparadas corretamente para uma situação como esta e os familiares das vítimas sequer estão sendo ouvidos pela empresa.
As autoridades, pelo seu lado, têm demonstrado uma subserviência inaceitável aos interesses corporativos. Houve quem no governo estadual chegasse a indicar que a empresa seria umas das vítimas desta tragédia, como se a Samarco não fosse diretamente responsável pelo que está acontecendo. Não existia ao menos uma sirena para avisar de eventuais emergências.
Percurso da lama até o litoral do Espírito Santo (Greenpeace)
Vale ressaltar que o Ministério Público Federal emitiu um parecer em 2013 alertando para os riscos da barragem. Segundo o documento produzido pelo promotor de Justiça do Meio Ambiente, Carlos Eduardo Ferreira Pinto, “o contato entre a pilha de rejeitos e a barragem não é recomendado por causa do risco de desestabilização do maciço da pilha e da potencialização de processos erosivos”.
O Greenpeace abriu espaço para que seus apoiadores em Minas Gerais compartilhem histórias em forma de texto, vídeo e/ou fotos, de como estão sendo afetados pelo desastre e como estão atuando enfrentar este momento ou apoiar outras pessoas. Se você quiser compartilhar alguma história, também, envie para o email relacionamento@greenpeace.org, que vamos divulgar.
Com isso, queremos dar voz às pessoas diretamente afetadas e disseminar suas histórias, para que mais pessoas saibam o que está acontecendo a partir de quem está sofrendo na pele as consequências do desastre. Queremos ajudar a aumentar a rede de solidariedade e fortalecer as exigências por providências de investigação e punição dos responsáveis e reparação imediata às vítimas.
A vida de milhares de pessoas está sendo afetada de uma
forma radical, enquanto o meio ambiente de uma grande região entre Minas
e Espírito Santo sofre um impacto ainda não totalmente mensurável.
Portanto, não há tempo a perder na reparação destra tragédia e na
punição dos culpados.
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