Conferência do Clima começa nesta segunda-feira, depois de marchas
pelo mundo todo pressionando os líderes presentes em Paris. Eles devem
trazer para casa um acordo que evite as mudanças climáticas
Em São Paulo, 2.300 foram à Avenida Paulista para mostrar
apoio a um acordo ambicioso na COP 21 (Zé Gabriel/Greenpeace)
No primeiro dia de negociações, diversos presidentes e primeiros ministros de mais de 140 países discursaram, incluindo os líderes do Brasil, China, Estados Unidos e União Europeia. É a primeira vez na história destas conferências que eles se apresentam logo no início. E isto é um bom sinal porque pautará as negociações e o que deverá estar no acordo global desde o começo do encontro. Normalmente eles só chegam para dar a palavra final nos acordos. Ou – como ocorre na maioria das vezes – aparecem para dar a desculpa do porquê nada avançou como deveria.
Em seu discurso, a presidente Dilma Rousseff afirmou apoiar que os acordos pelo clima sejam revistos a cada cinco anos. É uma posição positiva, pois permite atualizações das metas e ambição cada vez maior. Ao mesmo tempo, Dilma disse que não podemos deixar o planeta aquecer mais do que 2o C até o fim do século. “Esse pensamento é um retrocesso porque estudos mostraram – e muitos governos já defendem – que nunca deveremos chegar a esses dois graus a mais. Do contrário, as consequências das mudanças climáticas serão drásticas”, diz Pedro Telles, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil, que está em Paris acompanhando as negociações da COP. Para Telles, o Brasil deve voltar à posição inicial e se comprometer com a descarbonização da economia. É essa a atitude que permitirá que o planeta não ultrapasse a barreira dos 2o C.
Fora das salas de negociação e discussões, a pressão que a sociedade civil fez com as marchas mostra que é esperado acordo ambicioso da COP 21. No Brasil, a Mobilização Mundial Pelo Clima se deu em 19 cidades. Mais de mil foram à praia de Ipanema, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, 1.500 estiveram na marcha. Em São Paulo, mesmo com chuva forte, 2.300 pessoas saíram da Avenida Paulista para marchar pelo clima. Uma das pautas que estavam nas ruas brasileiras foi o fim do desmatamento de nossas florestas – hoje o principal vetor de emissão dos gases que agravam o efeito estufa.
O recado da sociedade civil foi dado: queremos o fim dos combustíveis fósseis e do desmatamento das florestas. E queremos energias renováveis junto a ações concretas por um mundo mais limpo e justo para os próximos anos. Um acordo que assegure este chamado é o dever dos mais de 40 mil participantes da COP 21. O mundo está de olho neles.
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