Empresa petrolífera aceita pagar multa de US$18,7 bi em acordo com governo dos Estados Unidos. Para a BP, o acordo saiu barato.
Navios tentam controlar a queima de óleo que vazou no Golfo do México
próximo à plataforma Deepwater Horizon, da BP, em 2010. (©Daniel
Beltrá/Greenpeace)
O governo dos Estados Unidos acaba de fazer um acordo com a BP,
empresa petrolífera do Reino Unido, para por fim aos processos contra a
empresa devido ao vazamento de petróleo que aconteceu no Golfo do
México, em 2010. O que é considerado o pior vazamento de petróleo da
história – foram quase 5 milhões de barris - aconteceu devido à explosão
da plataforma da BP Deepwater Horizon na qual onze pessoas morreram.
Para encerrar a batalha judicial, a BP concordou em pagar cerca de US$
18,7 bi em multas (cerca de R$59 bi).
Com isso, a conta final dos gastos da BP chega a quase R$150 bi. Este
é o acordo mais caro já realizado pelos Estados Unidos e mesmo assim um
representante da BP afirmou estar satisfeito com a conclusão do caso já
que, na verdade, para a empresa o acordo ficou barato. Até o fim de
2014, a petrolífera já havia gasto mais de US$29 bi (mais de R$90 bi)
principalmente em multas e limpeza, segundo o site da própria empresa.
Apesar disso, os efeitos do vazamento estão presentes até hoje.
Compostos químicos do petróleo são encontrados em animais, inclusive em
ovos dos pássaros que se alimentam na região. Há também impactos
socioeconômicos como a perda de dezenas de bilhões de dólares das
indústrias da pesca e do turismo na costa sul dos Estados Unidos,
próximo ao Golfo do México.
A exploração de petróleo em alto-mar é uma atividade arriscada, seja
no Golfo do México, no Ártico ou na costa brasileira, como na área do
pré-sal. “É uma atividade que pode tirar vidas em caso de acidentes e
causar danos irreversíveis ao meio ambiente. E o Brasil não está imune”,
diz Thiago Almeida, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace
Brasil. “Em fevereiro, tivemos a explosão de um navio-plataforma da
Petrobras que causou a morte de nove trabalhadores. Perdemos vidas para
explorar uma fonte fóssil e altamente poluente.”
“Precisamos reduzir o consumo de petróleo. Uma solução é implementar
medidas de eficiência energética veicular e investir em mobilidade
urbana", conclui Almeida.
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