Apenas em junho deste ano 843 quilômetros quadrados de floresta na
Amazônia Legal foram derrubados, de acordo com dados do Sistema de
Alerta de Desmatamento (SAD). A área equivale a 84,3 mil campos de
futebol.
Historicamente mais de 60% do desmatamento bruto na Amazônia é realizado
em pequenas áreas espalhadas por todo seu território.
(©Greenpeace/Daniel Beltra)
Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon),
que indica tendências e alertas de desflorestamento, em junho deste ano
a derrubada de florestas foi 358% maior do que o registrado no mesmo
mês do ano passado. Com isso foram perdidos 843 quilômetros quadrados de
mata, o equivalente a 84,3 mil campos de futebol.
O maior avanço aconteceu nos estados do Acre, onde houve aumento de
262%, e em Roraima, que registrou 254% de crescimento. Essas são as
regiões da Amazônia que estiveram menos cobertas por nuvens no período, o
que permitiu ao SAD a visualização de áreas maiores, possibilitando ao
sistema identificar desmatamentos que antes estavam “encobertos”. O SAD
detectou, ainda, o aumento do desflorestamento no Amazonas (18%) e em
Rondônia (13%).
A situação é ainda mais grave pois, de acordo com o Imazon, mais de
25% dos alertas de desmatamento ocorreram dentro de Unidades de
Conservação (UCs).
Importante ressaltar que o SAD produz um levantamento preliminar, que
visa sinalizar as autoridades sobre possíveis focos de desmatamento,
para serem verificados “in loco”. O sistema usa como base imagens de
satélite, com baixa resolução, que identificam apenas devastações
maiores de 25 hectares.
Levando em conta que historicamente mais de 60% do desmatamento bruto
na Amazônia é realizado em pequenas áreas espalhadas por todo seu
território, a situação “no chão” costuma ser ainda mais grave do que
apontam os dados do SAD, o que é comprovado pelos números do Projeto de
Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), sistema
oficial de monitoramento de desmatamento que o Ministério de Ciência,
Tecnologia e Meio Ambiente divulga anualmente.
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