Integrantes de povo indígena isolado buscam contato pela primeira vez na
fronteira com o Peru. Seu território estaria sendo invadido por
madeireiros
Índios isolados fazem contato com o povo Ashaninka, no Acre (Divulgação/Funai)
"A maioria desse grupo contatado é de jovens. A maioria dos velhos
foi massacrada pelos brancos peruanos, que atiram e tocam fogo nas casas
dos isolados. Eles disseram que muitos velhos morreram e chegaram
enterrar até três pessoas numa cova só. Disseram que morreu tanta gente
que não deram conta de enterrar todos e os corpos foram comidos pelos
urubus. Nosso povo Jamináwa compreende a língua dos isolados e nós vamos
acompanhar. O governo brasileiro precisa fazer algo para defender esses
povos. Eles disseram que existem outros cinco povos isolados na região e
que são grupos bastante numerosos.". Zé Correia, membro da etnia Jamináwa, do Acre, que participou do contato como intérprete da pela Fundação Nacional do Índio.
O dia 26 de junho marcou um dos primeiros contatos entre índios
isolados e o povo Ashaninka, da aldeia Simpatia, no Acre, próximo à
fronteira com o Peru. Cinco homens empunhando arco e flechas
atravessaram o rio Envira e se deixaram ver, assoprando barulhos de
animais. Depois, retornaram para a mata. Aos poucos, o contato tornou-se
mais constante, com a participação de funcionários da Funai (Fundação
Nacional do Índio).
O coordenador-geral de Índios Isolados e Recém Contatados da Funai, Carlos Lisboa Travassos, contou em entrevista ao portal Amazônia Real os
detalhes dessa aproximação. Segundo ele, os índios recém contatados
foram identificados como o povo do rio Xinane, do tronco linguístico
Pano, e sua maloca fica na outra margem do afluente do rio Envira, em
território peruano. A comunicação com o grupo só foi possível com o
auxílio de intérpretes da etnia Jaminawá, que falam dialetos da mesma
língua.
Travassos disse ainda que os índios contraíram gripe e foram
deslocados com a equipe da Funai para a Base de Proteção Etnoambiental
Xinane, onde foi realizado o atendimento médico. A baixa imunidade dos
povos não contatados os deixa totalmente vulneráveis à epidemias e
gripes e já foi causa de extermínio de povos inteiros no passado.
Ainda se especula sobre o que os teria motivado a buscar o contato.
De acordo com a Funai, o grupo relatou ter sofrido violência em
território peruano por armas de fogo. Acredita-se que pode ter ocorrido a
aproximação de madeireiros ou narcotraficantes nas regiões onde eles
habitam.
“A situação é grave, pois demonstra que nem isolando-se
voluntariamente, como fizeram por todos esses anos numa região tão
remota da floresta, esses índios conseguem se esconder dos ataques e da
violência” disse Danicley de Aguiar da Campanha Amazônia do Greenpeace.
“Se pensarmos no descaso do governo federal com a questão indígena,
incluindo o entrave à demarcação de suas terras, vemos o cerco se fechar
sobre eles e outras etnias ainda mais expostas ao desmatamento no
Brasil”.
Segundo afirmou o próprio Travassos na entrevista, a Funai sofre com a
falta de recursos pra lidar com a situação, por se tratar de regiões de
difícil acesso, com logística muito cara. “Nós estamos com grande
dificuldade com recursos financeiros e humanos disponíveis para
trabalhar. Então, o contato foi de alguma forma uma ação exitosa (...)
mas estamos esperando por uma situação bem mais crítica, que é uma
situação de aproximação massiva desse grupo. De forma nenhuma a gente
vai se negar a agir como a gente agiu, ou seja, responder o contato da
melhor forma possível. Mas a gente percebe que a situação é crítica e
que há necessidade de ter uma resposta do governo brasileiro como todo,
do governo federal à altura que a situação exige”, completou o
coordenador da Funai.
xat
Tuesday, July 29, 2014
Aprendendo com os pequenos
Feito por crianças, protesto na sede inglesa da LEGO pede o fim de sua
parceria com a Shell como um posicionamento pela defesa do Ártico
Crianças protestam brincando em frente a sede da LEGO, em Londres. ©Elizabeth Dalziel/ Greenpeace
Na manhã de hoje, os maiores fãs da LEGO foram pressionar a empresa de brinquedo da maneira que melhor sabem fazer: brincando. Diversas crianças, acompanhadas pelos pais, construíram animais gigantes feitos de LEGO em frente sua sede em Londres para lembrar que a parceria com a Shell só pode trazer problemas ao Ártico e ao planeta.
Além de produzir bonecos e caminhões com a logomarca da Shell, a LEGO tem uma linha de brinquedo que remonta um cenário no Ártico. “É uma hipocrisia a LEGO celebrar a beleza do Ártico e ao mesmo tempo promover uma empresa que quer destruir a região”, defende Travis Nichols, coordenador da campanha Salve o Ártico.
Segundo ele, se companhias como a Shell continuarem a explorar no mar Ártico, a próxima geração de fãs da LEGO “vão poder brincar com suas miniaturas do Ártico, mas o verdadeiro já não existirá mais”.
Há menos de duas semanas, o Greenpeace tentou entregar à LEGO as 500 mil assinaturas que tínhamos na época, embora a empresa tenha se recusado a nos receber. Até o momento a petição conta com mais de 750 mil defensores do Ártico, que pedem o fim dessa parceria
A LEGO continua ignorando a opinião de milhares de fãs no mundo inteiro. Por isso o objetivo é mobilizar 1 milhão de assinaturas para criar um movimento tão grande que não possa ser ignorado.
Assine a petição, e peça para a LEGO tirar o logo da Shell da mão das crianças.
Crianças protestam brincando em frente a sede da LEGO, em Londres. ©Elizabeth Dalziel/ Greenpeace
Na manhã de hoje, os maiores fãs da LEGO foram pressionar a empresa de brinquedo da maneira que melhor sabem fazer: brincando. Diversas crianças, acompanhadas pelos pais, construíram animais gigantes feitos de LEGO em frente sua sede em Londres para lembrar que a parceria com a Shell só pode trazer problemas ao Ártico e ao planeta.
Além de produzir bonecos e caminhões com a logomarca da Shell, a LEGO tem uma linha de brinquedo que remonta um cenário no Ártico. “É uma hipocrisia a LEGO celebrar a beleza do Ártico e ao mesmo tempo promover uma empresa que quer destruir a região”, defende Travis Nichols, coordenador da campanha Salve o Ártico.
Segundo ele, se companhias como a Shell continuarem a explorar no mar Ártico, a próxima geração de fãs da LEGO “vão poder brincar com suas miniaturas do Ártico, mas o verdadeiro já não existirá mais”.
Há menos de duas semanas, o Greenpeace tentou entregar à LEGO as 500 mil assinaturas que tínhamos na época, embora a empresa tenha se recusado a nos receber. Até o momento a petição conta com mais de 750 mil defensores do Ártico, que pedem o fim dessa parceria
A LEGO continua ignorando a opinião de milhares de fãs no mundo inteiro. Por isso o objetivo é mobilizar 1 milhão de assinaturas para criar um movimento tão grande que não possa ser ignorado.
Assine a petição, e peça para a LEGO tirar o logo da Shell da mão das crianças.
Monday, July 28, 2014
Etiquetagem na LEGO
Voluntários do Greenpeace etiquetam brinquedos da LEGO com
avisos sobre sua perigosa parceria com a Shell. ©Greenpeace
Seis grupos de voluntários do Greenpeace Brasil foram até lojas revendedoras de produtos da LEGO para deixar um recado aos seus consumidores: “Desmonte sua parceria com a Shell”. Etiquetas foram inseridas nas caixas de brinquedo alertando sobre a perigosa parceria da LEGO com a petrolífera Shell, que visa explorar petróleo na região do Ártico.
A atividade aconteceu em seis capitais do país: Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Brasília, São Paulo e Belo Horizonte. Essa é a segunda atividade realizada pelos voluntários da organização, que já foram às ruas com um LEGO gigante onde as pessoas podiam deixar o seu recado contra a perigosa parceria.
O contrato entre as duas promoveu a distribuição de milhares de brinquedos com a logomarca da Shell em mais de 28 países. A petrolífera usa dessa parceria para desviar a atenção da sociedade de suas controversas operações de exploração no Ártico, que não contam ao menos com um plano de contingência adequado.
“Enquanto a Shell coloca essa região sob risco de colapaso, já que um vazamento seria praticamente irreversível nas águas geladas do Ártico, nossas crianças brincam com a sua marca dentro de casa. Qual imagem eles terão da Shell?”, questiona Fabiana Alves, coordenadora da campanha Salve o Ártico.
Para ajudar, entre no site e assine a petição pedindo que a LEGO desmonte sua parceria com a Shell.
Seis grupos de voluntários do Greenpeace Brasil foram até lojas revendedoras de produtos da LEGO para deixar um recado aos seus consumidores: “Desmonte sua parceria com a Shell”. Etiquetas foram inseridas nas caixas de brinquedo alertando sobre a perigosa parceria da LEGO com a petrolífera Shell, que visa explorar petróleo na região do Ártico.
A atividade aconteceu em seis capitais do país: Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Brasília, São Paulo e Belo Horizonte. Essa é a segunda atividade realizada pelos voluntários da organização, que já foram às ruas com um LEGO gigante onde as pessoas podiam deixar o seu recado contra a perigosa parceria.
O contrato entre as duas promoveu a distribuição de milhares de brinquedos com a logomarca da Shell em mais de 28 países. A petrolífera usa dessa parceria para desviar a atenção da sociedade de suas controversas operações de exploração no Ártico, que não contam ao menos com um plano de contingência adequado.
“Enquanto a Shell coloca essa região sob risco de colapaso, já que um vazamento seria praticamente irreversível nas águas geladas do Ártico, nossas crianças brincam com a sua marca dentro de casa. Qual imagem eles terão da Shell?”, questiona Fabiana Alves, coordenadora da campanha Salve o Ártico.
Para ajudar, entre no site e assine a petição pedindo que a LEGO desmonte sua parceria com a Shell.
Saturday, July 26, 2014
Greenpeace entrega propostas para Luciana Genro
Marcio Astrini da Campanha Amazônia do Greenpeace em encontro com Luciana Genro. Foto: ©Greenpeace
Hoje recebemos a visita da candidata a presidência da República pelo PSOL, Luciana Genro. No encontro, apresentamos propostas elaboradas pela organização para a área socioambiental que julgamos essenciais no debate eleitoral e a agenda de atividades que serão desenvolvidas pelo Greenpeace no período eleitoral.
Entre os assuntos abordados tratamos com a candidata de energia e os investimentos estratégicos do País na área (que deveriam priorizar investimentos em novas fontes renováveis, tendência mundial de desenvolvimento na área e que tem ainda espaço muito tímido por aqui); outro tema foi a mobilidade urbana, cujos tímidos investimentos do governo federal deveriam ser intensificados, trazendo como recompensa: a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, a diminuição das emissões crescente de gases do setor, dos problemas de saúde e do desperdício econômico associado ao caos urbano.
No debate sobre a Amazônia, destacamos a questão do desmatamento, cujos níveis de derrubada de floresta continuam inaceitáveis e trazem graves consequências socioambientais. Como solução, as propostas do Greenpeace entregues e discutidas com a ex-deputada vão da adoção imediata de uma política de desmatamento zero para as florestas do país, passando pela regularização fundiária e terminando por garantir pesados investimentos em tecnologia e novos modelos de controle de produtos florestais, como a extração madeireira.
O encontro de hoje faz parte de um projeto desenvolvido pela nossa organização para tentar influenciar o debate de temas socioambientais durante o período eleitoral, com o intuito de provocar os candidatos a assumir compromissos que garantam ao País uma agenda ambiental mais moderna e ousada.
Nesta mesma semana já havíamos nos encontrado com o candidato à presidência pelo PV Eduardo Jorge. Outros candidatos já tiveram agenda solicitada, como Aécio Neves, que manifestou interesse através de sua assessoria e Eduardo Campos. A solicitação à presidente Dilma Roussef será encaminhada na próxima semana.
Hoje recebemos a visita da candidata a presidência da República pelo PSOL, Luciana Genro. No encontro, apresentamos propostas elaboradas pela organização para a área socioambiental que julgamos essenciais no debate eleitoral e a agenda de atividades que serão desenvolvidas pelo Greenpeace no período eleitoral.
Entre os assuntos abordados tratamos com a candidata de energia e os investimentos estratégicos do País na área (que deveriam priorizar investimentos em novas fontes renováveis, tendência mundial de desenvolvimento na área e que tem ainda espaço muito tímido por aqui); outro tema foi a mobilidade urbana, cujos tímidos investimentos do governo federal deveriam ser intensificados, trazendo como recompensa: a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, a diminuição das emissões crescente de gases do setor, dos problemas de saúde e do desperdício econômico associado ao caos urbano.
No debate sobre a Amazônia, destacamos a questão do desmatamento, cujos níveis de derrubada de floresta continuam inaceitáveis e trazem graves consequências socioambientais. Como solução, as propostas do Greenpeace entregues e discutidas com a ex-deputada vão da adoção imediata de uma política de desmatamento zero para as florestas do país, passando pela regularização fundiária e terminando por garantir pesados investimentos em tecnologia e novos modelos de controle de produtos florestais, como a extração madeireira.
O encontro de hoje faz parte de um projeto desenvolvido pela nossa organização para tentar influenciar o debate de temas socioambientais durante o período eleitoral, com o intuito de provocar os candidatos a assumir compromissos que garantam ao País uma agenda ambiental mais moderna e ousada.
Nesta mesma semana já havíamos nos encontrado com o candidato à presidência pelo PV Eduardo Jorge. Outros candidatos já tiveram agenda solicitada, como Aécio Neves, que manifestou interesse através de sua assessoria e Eduardo Campos. A solicitação à presidente Dilma Roussef será encaminhada na próxima semana.
Olá a todos.
Olá amigos ambientalistas,pedimos humildemente que participem do nosso blog,compartilhando nossa causa,e com dicas e sugestões,e quem sabe dúvidas,se podermos responderemos da melhor forma possível.Todos nós fazendo a nossa parte,por um Brasil e mundo melhores para todos.
Obrigada,abraços:Jorge e Laura
Obrigada,abraços:Jorge e Laura
100 dicas para termos uma vida melhor e mais sustentável
1. CONSUMA MENOS.
2. Recicle! Separe o lixo reciclável.
3. Deixe o carro em casa quando puder.
4. Como menos carne.
5. Consuma produtos orgânicos.
6. Plante uma árvore.
7. Evite comprar produtos industrializados.
8. Vá de bicicleta para o trabalho.
9. Apague a luz quando não estiver no ambiente.
10. Use pilhas recarregáveis.
11. Não jogue lixo na rua.
12. Escreva nos dois lados do papel.
13. Peça para o seu banco não enviar o extrato pelos Correios.
14. Dê carona.
15. Use transporte público.
16. Troque as lâmpadas incandescentes por lâmpadas econômicas.
17. Lave o quintal com um balde e não com uma mangueira.
18. Sugira ao seu chefe que crie um programa de reciclagem na empresa.
19. Na eleição, vote em candidatos que possuem propostas para melhorar o meio ambiente.
20. Boicote empresas que poluem.
21. Não use copos plásticos nas festas das crianças. Prefira papel ou reutilizável.
22. Evite comprar garrafinhas de água mineral.
23. Troque o carro por uma caminhada.
24. Não jogue os eletrodomésticos velhos no lixo. Doe para alguém que precisa.
25. Compre roupas usadas na internet ou em brechós.
26. Separe o seu lixo doméstico.
27. Repare os vazamentos da sua casa.
28. Evite o uso de produtos químicos de limpeza.
29. Não compre produtos com embalagem de isopor.
30. Tome banho de no máximo 5 minutos.
31. Não esqueça a porta de geladeira aberta.
32. Use menos o ar-condicionado, abra a janela.
33. Prefira fraldas reutilizáveis para o seu bebê.
34. Leve a sua própria sacola ao supermercado.
35. Lave roupas no limite da sua máquina de lavar.
36. Desligue o seu computador durante a noite.
37. Prefira embalagens de vidro do que plástico.
38. Cobre do político que você votou as promessas de campanha.
39. Instale um ventilador de teto.
40. Decore a sua casa com plantas.
41. Participe da sua comunidade.
43. Imprima dos dois lados da folha.
44. Evite spays tipo aerosol.
45. Plante as suas próprias ervas.
46. Leia revistas, sites e blogs sobre o meio ambiente.
47. Feche a torneira na hora de fazer a barba ou escovar os dentes.
48. Adote um animal.
49. Respeite os ciclistas.
50. Não compartilhe a sua raiva com os outros.
51. Tenha orgulho da sua cidade, contribua para melhorá-la ainda mais.
52. Não tenha tenha passarinho em gaiola. Lugar de passarinho é livre.
53. Prefira produtos da região.
54. Respeite as crianças e os mais velhos.
55. Coma mais frutas e verduras.
56. Faça a manutenção dos seus eletrodomésticos, eles funcionaram mais eficientes.
57. Use blusa ao invés de uma aquecedor elétrico.
58. Não compre móveis de madeira ilegal.
59. Seque as roupas no varal.
60. Recicle os jornais velhos.
61. Não exagere no uso de guardanapos de papel.
62. Compre uma bicicleta usada.
63. Tenha a sua própria xícara de café. Não use copinhos plásticos.
64. Regue o jardim nas primeiras horas do dia ou no final da tarde.
65. Recicle o seu celular velho.
66. Doe suas roupas usadas.
67. Use fósforos e não isqueiros.
68. Lave o carro no posto. Os profissionais gastarão menos água do que se você lavar em casa.
69. Salve seus arquivos no pendrive ou no HD externo e não em CDs/DVDs.
70. Pague as suas contas online.
71. Recolha da rua o cocô do seu cachorro.
72. Crie um sistema de coleta da água da chuva.
73. Recicle cartuchos de impressora.
74. Deixe sempre os pneus do seu carro calibrados.
75. Pendure um comedouro de pássaros no seu jardim.
76. Use uma toalha ao invés de papel toalha.
77. Não jogue óleo de cozinha no ralo ou no vaso sanitário.
78. Respeite os animais.
79. Pratique esportes.
80. Use sensores de presença no exterior da casa.
81. Crie um sistema de compostagem.
82. Aproveite a luz do dia.
83. Não use a lareira para aquecer a sua casa.
84. Leve as pilhas usadas até um centro de reciclagem.
85. Envie email e não cartas.
86. Faça revisões frequentes no seu carro para evitar queima de óleo ou vazamentos.
87. Compre móveis usados.
88. Invista num sistema de energia solar.
89. Evite usar o aspirador de pó.
90. Ajuste o termostato do refrigerador na temperatura ideal.
91. Economize dinheiro.
92. Troque um dia de compras no shopping por um passeio no parque.
93. Respeite os catadores de lixo.
94. Ensine uma criança sobre a importância da reciclagem.
95. Faça móveis com paletes de madeira reciclado.
96. Compre livros usados.
97. Não use pesticidas no seu jardim
98. Compre apenas frutas da estação.
99. Não reclame, aja.
100. Compartilhe e discuta com os seus amigos e familiares sobre a importância de cuidar do planeta.
2. Recicle! Separe o lixo reciclável.
3. Deixe o carro em casa quando puder.
4. Como menos carne.
5. Consuma produtos orgânicos.
6. Plante uma árvore.
7. Evite comprar produtos industrializados.
8. Vá de bicicleta para o trabalho.
9. Apague a luz quando não estiver no ambiente.
10. Use pilhas recarregáveis.
11. Não jogue lixo na rua.
12. Escreva nos dois lados do papel.
13. Peça para o seu banco não enviar o extrato pelos Correios.
14. Dê carona.
15. Use transporte público.
16. Troque as lâmpadas incandescentes por lâmpadas econômicas.
17. Lave o quintal com um balde e não com uma mangueira.
18. Sugira ao seu chefe que crie um programa de reciclagem na empresa.
19. Na eleição, vote em candidatos que possuem propostas para melhorar o meio ambiente.
20. Boicote empresas que poluem.
21. Não use copos plásticos nas festas das crianças. Prefira papel ou reutilizável.
22. Evite comprar garrafinhas de água mineral.
23. Troque o carro por uma caminhada.
24. Não jogue os eletrodomésticos velhos no lixo. Doe para alguém que precisa.
25. Compre roupas usadas na internet ou em brechós.
26. Separe o seu lixo doméstico.
27. Repare os vazamentos da sua casa.
28. Evite o uso de produtos químicos de limpeza.
29. Não compre produtos com embalagem de isopor.
30. Tome banho de no máximo 5 minutos.
31. Não esqueça a porta de geladeira aberta.
32. Use menos o ar-condicionado, abra a janela.
33. Prefira fraldas reutilizáveis para o seu bebê.
34. Leve a sua própria sacola ao supermercado.
35. Lave roupas no limite da sua máquina de lavar.
36. Desligue o seu computador durante a noite.
37. Prefira embalagens de vidro do que plástico.
38. Cobre do político que você votou as promessas de campanha.
39. Instale um ventilador de teto.
40. Decore a sua casa com plantas.
41. Participe da sua comunidade.
43. Imprima dos dois lados da folha.
44. Evite spays tipo aerosol.
45. Plante as suas próprias ervas.
46. Leia revistas, sites e blogs sobre o meio ambiente.
47. Feche a torneira na hora de fazer a barba ou escovar os dentes.
48. Adote um animal.
49. Respeite os ciclistas.
50. Não compartilhe a sua raiva com os outros.
51. Tenha orgulho da sua cidade, contribua para melhorá-la ainda mais.
52. Não tenha tenha passarinho em gaiola. Lugar de passarinho é livre.
53. Prefira produtos da região.
54. Respeite as crianças e os mais velhos.
55. Coma mais frutas e verduras.
56. Faça a manutenção dos seus eletrodomésticos, eles funcionaram mais eficientes.
57. Use blusa ao invés de uma aquecedor elétrico.
58. Não compre móveis de madeira ilegal.
59. Seque as roupas no varal.
60. Recicle os jornais velhos.
61. Não exagere no uso de guardanapos de papel.
62. Compre uma bicicleta usada.
63. Tenha a sua própria xícara de café. Não use copinhos plásticos.
64. Regue o jardim nas primeiras horas do dia ou no final da tarde.
65. Recicle o seu celular velho.
66. Doe suas roupas usadas.
67. Use fósforos e não isqueiros.
68. Lave o carro no posto. Os profissionais gastarão menos água do que se você lavar em casa.
69. Salve seus arquivos no pendrive ou no HD externo e não em CDs/DVDs.
70. Pague as suas contas online.
71. Recolha da rua o cocô do seu cachorro.
72. Crie um sistema de coleta da água da chuva.
73. Recicle cartuchos de impressora.
74. Deixe sempre os pneus do seu carro calibrados.
75. Pendure um comedouro de pássaros no seu jardim.
76. Use uma toalha ao invés de papel toalha.
77. Não jogue óleo de cozinha no ralo ou no vaso sanitário.
78. Respeite os animais.
79. Pratique esportes.
80. Use sensores de presença no exterior da casa.
81. Crie um sistema de compostagem.
82. Aproveite a luz do dia.
83. Não use a lareira para aquecer a sua casa.
84. Leve as pilhas usadas até um centro de reciclagem.
85. Envie email e não cartas.
86. Faça revisões frequentes no seu carro para evitar queima de óleo ou vazamentos.
87. Compre móveis usados.
88. Invista num sistema de energia solar.
89. Evite usar o aspirador de pó.
90. Ajuste o termostato do refrigerador na temperatura ideal.
91. Economize dinheiro.
92. Troque um dia de compras no shopping por um passeio no parque.
93. Respeite os catadores de lixo.
94. Ensine uma criança sobre a importância da reciclagem.
95. Faça móveis com paletes de madeira reciclado.
96. Compre livros usados.
97. Não use pesticidas no seu jardim
98. Compre apenas frutas da estação.
99. Não reclame, aja.
100. Compartilhe e discuta com os seus amigos e familiares sobre a importância de cuidar do planeta.
Friday, July 25, 2014
LEGOs gigantes protestam no Chile
Campanha do Greenpeace conta com mais de 600 mil assinaturas em apenas
um mês e continua mobilizando protestos ao redor do mundo
Ativistas do Greenpeace ocupam a frente da loja da LEGO na capital do Chile. ©Greenpeace
Ativistas vestidos de boneco LEGO recriaram na manhã de hoje um vazamento de óleo em frente a loja de brinquedos infantis em Santiago, no Chile. A mensagem “LEGO, não deixe a Shell brincar no Ártico” foi exposta no protesto, alertando para a urgência em romper a parceria entre as duas empresas.
Durante a ação, Matthias Asún, diretor do Greenpeace Chile, lembrou que a parceria serve para desviar atenção das atividades da Shell no Ártico, que visa explorar petróleo na região. “O acordo entre as duas resultou numa alta na venda das linhas de brinquedo com o logo da Shell. Ou seja, enquanto a petrolífera está colocando em risco de colapso um dos ecossistemas mais ricos do planeta, nossas crianças brincam com seu logo dentro de suas casas”, completou Asún.
O problema é ainda maior: o degelo que atinge o Ártico, causado pelas mudanças climáticas, encurta cada vez mais a camada de gelo do Polo Norte. As petrolíferas aproveitam dessa situação para chegarem a locais antes inacessíveis.
“As mudanças no clima são uma ameaça para o futuro do planeta e de nossas crianças. Mas a Shell tenta manipular a imagem da LEGO para esconder sua responsabilidade. Eles estão usando brinquedos infantis para desviar os olhos da sociedade de suas intenções para com o Ártico”, defende Asún. E completa: “Ainda há tempo de a LEGO reagir e se posicionar a favor da proteção da região, desistindo de sua parceria com a Shell de uma vez por todas.”
Ativistas vestidos de boneco LEGO recriaram na manhã de hoje um vazamento de óleo em frente a loja de brinquedos infantis em Santiago, no Chile. A mensagem “LEGO, não deixe a Shell brincar no Ártico” foi exposta no protesto, alertando para a urgência em romper a parceria entre as duas empresas.
Durante a ação, Matthias Asún, diretor do Greenpeace Chile, lembrou que a parceria serve para desviar atenção das atividades da Shell no Ártico, que visa explorar petróleo na região. “O acordo entre as duas resultou numa alta na venda das linhas de brinquedo com o logo da Shell. Ou seja, enquanto a petrolífera está colocando em risco de colapso um dos ecossistemas mais ricos do planeta, nossas crianças brincam com seu logo dentro de suas casas”, completou Asún.
O problema é ainda maior: o degelo que atinge o Ártico, causado pelas mudanças climáticas, encurta cada vez mais a camada de gelo do Polo Norte. As petrolíferas aproveitam dessa situação para chegarem a locais antes inacessíveis.
“As mudanças no clima são uma ameaça para o futuro do planeta e de nossas crianças. Mas a Shell tenta manipular a imagem da LEGO para esconder sua responsabilidade. Eles estão usando brinquedos infantis para desviar os olhos da sociedade de suas intenções para com o Ártico”, defende Asún. E completa: “Ainda há tempo de a LEGO reagir e se posicionar a favor da proteção da região, desistindo de sua parceria com a Shell de uma vez por todas.”
SNUC é insatisfatório após 14 anos
Lei do Sistema Brasileiro de Unidades de Conservação (SNUC), assinada em
2000, completa catorze anos, mas ainda falta vontade para sua completa
implementação
Rodovia BR-163 corta a Unidade de Conservação no estado do Pará. (© Greenpeace/ Daniel Beltrá)
O Brasil tem sob proteção nas Unidades de Conservação 17% do território nacional, sendo a maior parte criada nas gestões FHC e Lula. São 313 Unidades de Conservação Federais (UCs), ou aproximadamente 75 milhões de hectares, sendo que mais de 50% desse total são UCs de Uso Sustentável, isto é, permite o uso de recursos naturais mediante manejo sustentável, além de permitir que as populações tradicionas perpetuem seus modos de vida tradicional.
A Amazônia é o bioma com maior número de Unidades de Conservação. Um exemplo disso é o estado do Pará, que apresenta aproximadamente 430 mil quilômetros quadrados de áreas protegidas, território do tamanho do estado da Califórinia, nos EUA. Por outro lado, as UCs marítimas ainda são inexpressivas: somente 3% das áreas prioritárias para conservação foram protegidas pelo SNUC.
Diagnóstico elaborado pelo Greenpeace sobre a situação da implementação de áreas protegidas na Amazônia aponta para a necessidade de encontrar novos mecanismos de financiamento para o estabelecimento efetivo de UCs. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) tem o segundo menor orçamento da União, e, em 2013, o ICMBio, órgão responsável pelas UCs, recebeu cerca de três reais por hectare de área protegida. Nos últimos anos, o governo investiu somente R$70 milhões de reais para regularização fundiária.
A implementação de uma Unidade de Conservação consiste, além da regularização fundiária, em criar um conselho gestor da unidade que define o seu funcionamento, elabora o plano de manejo e de proteção e fiscalização dessas áreas. Segundo o observatório de UCs, apenas 48 do total de Unidades de Conservação da União contam hoje com plano de gestão e conselho gestor.
A falta de pessoal nas áreas de conservação é outro grande problema para a implementação do SNUC. De acordo com o estudo realizado pela Fundação Vitória Amazônica (FVA), em média, existe um funcionário responsável por 170 mil hectares nas UCs federais. Já nas áreas estaduais, o caso é mais grave, com um funcionário para cada 279 mil hectares.
Como o Governo não garante a o cumprimento da lei do SNUC, cria-se brechas para que a bancada ruralista fragilize a lei com propostas retrógradas, como é o caso do PL 3682/2012 que propõe ceder 10% das UCs de proteção integral para a atividade mineradora.
Medidas urgentes e concretas precisam ser assumidas pelos candidatos à presidência para que a sociedade possa saber quais são as suas propostas para viabilizar o funcionamento do SNUC. Com um investimento de R$7,1 bilhões (segundo levantamento do Tribunal de Contas da União), é possível retormar a criação e implementação de UCs. Em segundo lugar, pede-se o veto de projetos como a PEC 215/2000 e o PL 1610/96, que visam mudar as regras do SNUC, transferindo a responsabilidade pela criação e até mesmo de extinção de UCs e TIs ao Congresso Nacional.
Rodovia BR-163 corta a Unidade de Conservação no estado do Pará. (© Greenpeace/ Daniel Beltrá)
O Brasil tem sob proteção nas Unidades de Conservação 17% do território nacional, sendo a maior parte criada nas gestões FHC e Lula. São 313 Unidades de Conservação Federais (UCs), ou aproximadamente 75 milhões de hectares, sendo que mais de 50% desse total são UCs de Uso Sustentável, isto é, permite o uso de recursos naturais mediante manejo sustentável, além de permitir que as populações tradicionas perpetuem seus modos de vida tradicional.
A Amazônia é o bioma com maior número de Unidades de Conservação. Um exemplo disso é o estado do Pará, que apresenta aproximadamente 430 mil quilômetros quadrados de áreas protegidas, território do tamanho do estado da Califórinia, nos EUA. Por outro lado, as UCs marítimas ainda são inexpressivas: somente 3% das áreas prioritárias para conservação foram protegidas pelo SNUC.
Diagnóstico elaborado pelo Greenpeace sobre a situação da implementação de áreas protegidas na Amazônia aponta para a necessidade de encontrar novos mecanismos de financiamento para o estabelecimento efetivo de UCs. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) tem o segundo menor orçamento da União, e, em 2013, o ICMBio, órgão responsável pelas UCs, recebeu cerca de três reais por hectare de área protegida. Nos últimos anos, o governo investiu somente R$70 milhões de reais para regularização fundiária.
A implementação de uma Unidade de Conservação consiste, além da regularização fundiária, em criar um conselho gestor da unidade que define o seu funcionamento, elabora o plano de manejo e de proteção e fiscalização dessas áreas. Segundo o observatório de UCs, apenas 48 do total de Unidades de Conservação da União contam hoje com plano de gestão e conselho gestor.
A falta de pessoal nas áreas de conservação é outro grande problema para a implementação do SNUC. De acordo com o estudo realizado pela Fundação Vitória Amazônica (FVA), em média, existe um funcionário responsável por 170 mil hectares nas UCs federais. Já nas áreas estaduais, o caso é mais grave, com um funcionário para cada 279 mil hectares.
Como o Governo não garante a o cumprimento da lei do SNUC, cria-se brechas para que a bancada ruralista fragilize a lei com propostas retrógradas, como é o caso do PL 3682/2012 que propõe ceder 10% das UCs de proteção integral para a atividade mineradora.
Medidas urgentes e concretas precisam ser assumidas pelos candidatos à presidência para que a sociedade possa saber quais são as suas propostas para viabilizar o funcionamento do SNUC. Com um investimento de R$7,1 bilhões (segundo levantamento do Tribunal de Contas da União), é possível retormar a criação e implementação de UCs. Em segundo lugar, pede-se o veto de projetos como a PEC 215/2000 e o PL 1610/96, que visam mudar as regras do SNUC, transferindo a responsabilidade pela criação e até mesmo de extinção de UCs e TIs ao Congresso Nacional.
MPF marca gol pela Amazônia
Nesta quinta-feira foi assinado, em Brasília, um Acordo de Cooperação
Técnica pela Pecuária Sustentável entre a Associação Brasileira das
Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e o órgão, com metas e prazos
que deverão ser publicados em 30 dias.
Na manhã desta quinta-feira (24) a inciativa privada e o poder público firmaram um importante acordo que poderá colaborar muito para uma pecuária mais responsável na Amazônia. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), principal grupo de produtores de carne bovina do País, que reúne 26 dos maiores frigoríficos, e o Ministério Público Federal (MPF) assinaram o Acordo de Cooperação Técnica pela Pecuária Sustentável.
O principal objetivo do documento é evitar que a indústria brasileira compre carne bovina procedente de áreas desmatadas na Amazônia Legal ou de fazendas envolvidas com outras irregularidades ambientais e sociais, como invasão de terras públicas e trabalho escravo.
O acordo é mais uma iniciativa do MPF em favor da eliminação do desmatamento e de outros crimes ambientais na Amazônia. Desde 2009 o órgão tem intensificado suas ações para o combate ao desmatamento de fins pecuaristas na região, mobilizando governos, prefeituras e órgãos de defesa ambiental.
No ano passado o MPF já havia firmado um termo de cooperação, sobre o mesmo tema, com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O documento assinado hoje, entretanto, tem um significado ainda maior, pois envolve e convoca, pela primeira vez, todo o setor pecuarista do País a assumir sua parte da responsabilidade sobre a manutenção das florestas
A responsabilidade se amplia na medida em que está previsto um plano de trabalho a ser elaborado pela Abiec, com metas e prazos que deverão ser publicados em aproximadamente 30 dias.
Entre as responsabilidades assumidas pela ABIEC junto ao MPF estão:
Historicamente, a Amazônia sofre com a falta de governança e produção pouco responsável. A pecuária continua sendo, infelizmente, o principal vetor de desmatamento da Amazônia, ocupando mais de 60% da área deflorestada do bioma.
Em 2009, o Greenpeace lançou o relatório "Farra do Boi na Amazônia", expondo as relações entre a destruição da floresta (desmatamento, invasão de terras indígenas e áreas protegidas) e o gado e seus subprodutos vendidos no mercado internacional.
Depois de uma intensa campanha do Greenpeace junto a consumidores globais, os três maiores frigoríficos do País – JBS, Marfrig e Minerva - se comprometeram publicamente a não comprar gado de fazendas envolvidas com o desmatamento ou que tenham sido flagradas com uso de trabalho escravo ou invasão de territórios indígenas.
Em abril deste ano outro importante passo rumo a transparência foi dado pelos gigantes do setor, com a publicação das auditorias de seus sistemas de compra rastreada de gado. Tais sistemas de compra, baseados em critérios mínimos que rejeitam carne oriunda de fazendas com desmatamento trabalho escravo e demais ilegalidades, são um exemplo a ser seguido por toda a cadeia de produção e consumo de bovinos no país.
O acordo de cooperação assinado hoje entre MPF e Abiec é mais um passo decisivo, que mostra ser plenamente possível mudar o cenário de ilegalidade e de associação da atividade pecuária com a derrubada da floresta.
“O anúncio de hoje, ainda que voluntário, coloca grande pressão sobre toda a cadeia de carne no Brasil. Está mais do que na hora de todos os frigoríficos, supermercados e compradores diretos de carne seguirem o exemplo dos líderes de mercado”, afirma Adriana Charoux, da Campanha Amazônia.
“O comprometimento da entidade que congrega os maiores produtores e exportadores de carne do País mostra que é plenamente possível ir além do desmatamento ilegal e alcançar o Desmatamento Zero. Não tem mais desculpa”, observa, ainda, Charoux. O Greenpeace irá acompanhar o desenrolar deste novo capítulo para ver como esse acordo será convertido em prática.
Trecho de floresta do Parque Nacional do Jamanxim, próximo a
BR 163, no Pará, foi queimado para dar lugar a criação de gado. (©
Rodrigo Baleia/Greenpeace)
Na manhã desta quinta-feira (24) a inciativa privada e o poder público firmaram um importante acordo que poderá colaborar muito para uma pecuária mais responsável na Amazônia. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), principal grupo de produtores de carne bovina do País, que reúne 26 dos maiores frigoríficos, e o Ministério Público Federal (MPF) assinaram o Acordo de Cooperação Técnica pela Pecuária Sustentável.
O principal objetivo do documento é evitar que a indústria brasileira compre carne bovina procedente de áreas desmatadas na Amazônia Legal ou de fazendas envolvidas com outras irregularidades ambientais e sociais, como invasão de terras públicas e trabalho escravo.
O acordo é mais uma iniciativa do MPF em favor da eliminação do desmatamento e de outros crimes ambientais na Amazônia. Desde 2009 o órgão tem intensificado suas ações para o combate ao desmatamento de fins pecuaristas na região, mobilizando governos, prefeituras e órgãos de defesa ambiental.
No ano passado o MPF já havia firmado um termo de cooperação, sobre o mesmo tema, com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O documento assinado hoje, entretanto, tem um significado ainda maior, pois envolve e convoca, pela primeira vez, todo o setor pecuarista do País a assumir sua parte da responsabilidade sobre a manutenção das florestas
A responsabilidade se amplia na medida em que está previsto um plano de trabalho a ser elaborado pela Abiec, com metas e prazos que deverão ser publicados em aproximadamente 30 dias.
Entre as responsabilidades assumidas pela ABIEC junto ao MPF estão:
- O fomento à elaboração de um Estudo Diagnóstico da Pecuária sobre o Território, a fim de esclarecer questões relativas a presença da Indústria na Amazônia e a influência da atual dinâmica de uso da terras;
- Desenvolver e apoiar a implantação de sistemas de rastreabilidade no País;
- Estabelecer diálogo com outros elos da cadeia e organizar a sociedade civil em prol do desenvolvimento sustentável da atividade;
- Auxiliar na divulgação e implementação do CAR.
Historicamente, a Amazônia sofre com a falta de governança e produção pouco responsável. A pecuária continua sendo, infelizmente, o principal vetor de desmatamento da Amazônia, ocupando mais de 60% da área deflorestada do bioma.
Em 2009, o Greenpeace lançou o relatório "Farra do Boi na Amazônia", expondo as relações entre a destruição da floresta (desmatamento, invasão de terras indígenas e áreas protegidas) e o gado e seus subprodutos vendidos no mercado internacional.
Depois de uma intensa campanha do Greenpeace junto a consumidores globais, os três maiores frigoríficos do País – JBS, Marfrig e Minerva - se comprometeram publicamente a não comprar gado de fazendas envolvidas com o desmatamento ou que tenham sido flagradas com uso de trabalho escravo ou invasão de territórios indígenas.
Em abril deste ano outro importante passo rumo a transparência foi dado pelos gigantes do setor, com a publicação das auditorias de seus sistemas de compra rastreada de gado. Tais sistemas de compra, baseados em critérios mínimos que rejeitam carne oriunda de fazendas com desmatamento trabalho escravo e demais ilegalidades, são um exemplo a ser seguido por toda a cadeia de produção e consumo de bovinos no país.
O acordo de cooperação assinado hoje entre MPF e Abiec é mais um passo decisivo, que mostra ser plenamente possível mudar o cenário de ilegalidade e de associação da atividade pecuária com a derrubada da floresta.
“O anúncio de hoje, ainda que voluntário, coloca grande pressão sobre toda a cadeia de carne no Brasil. Está mais do que na hora de todos os frigoríficos, supermercados e compradores diretos de carne seguirem o exemplo dos líderes de mercado”, afirma Adriana Charoux, da Campanha Amazônia.
“O comprometimento da entidade que congrega os maiores produtores e exportadores de carne do País mostra que é plenamente possível ir além do desmatamento ilegal e alcançar o Desmatamento Zero. Não tem mais desculpa”, observa, ainda, Charoux. O Greenpeace irá acompanhar o desenrolar deste novo capítulo para ver como esse acordo será convertido em prática.
Wednesday, July 23, 2014
Na pegada dos candidatos
Greenpeace começa a entregar demandas estratégicas aos candidatos a presidente da República; Eduardo Jorge (PV) foi o primeiro
Eduardo Jorge (PV), o segundo da direita para a esquerda, recebe equipe do Greenpeace. (©Greenpeace)
Acabou a copa, começou a eleição. O período eleitoral ganha relevância agora em julho com o registro, por parte dos candidatos, de suas diretrizes de governo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao mesmo tempo, os concorrentes iniciam suas agendas de compromissos de campanha.
Para evitar discursos vazios e promessas baseadas em interesses eleitorais, o Greenpeace encampa seu projeto de Eleições e começa a endereçar a cada um dos presidenciáveis propostas estratégicamente elaboradas, para que o discurso não caia mais uma vez na demagogia.
O candidato Eduardo Jorge, da chapa do Partido Verde (PV), foi o primeiro político a receber o Greenpeace e ouvir as demandas pensadas para diferentes frentes como Amazônia (incluindo a exploração sustentável de madeira), Agronegócio, Clima, Energia, Mobilidade Urbana e Desmatamento Zero.
Eduardo Jorge comentou que vê o desequilíbrio climático como fator de grande importância que precisa entrar no debate eleitoral com mais contundência. No entanto, critica a frágil situação orçamentária do Brasil “devido a má gestão do atual governo”.
O Greenpeace é apartidário e não recebe dinheiro de empresas, políticos ou partidos. Seu financiamento vem de doações de pessoas físicas. O projeto de Eleições tem como objetivo incentivar a participação civil na construção política não apenas por meio do voto, mas também pressionando os candidatos a assumirem promessas concretas, alinhadas ao interesse público e que considerem os imensos desafios socioambientais que o Brasil deve enfrentar para se tornar um País mais justo e sustentável.
Eduardo Jorge (PV), o segundo da direita para a esquerda, recebe equipe do Greenpeace. (©Greenpeace)
Acabou a copa, começou a eleição. O período eleitoral ganha relevância agora em julho com o registro, por parte dos candidatos, de suas diretrizes de governo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao mesmo tempo, os concorrentes iniciam suas agendas de compromissos de campanha.
Para evitar discursos vazios e promessas baseadas em interesses eleitorais, o Greenpeace encampa seu projeto de Eleições e começa a endereçar a cada um dos presidenciáveis propostas estratégicamente elaboradas, para que o discurso não caia mais uma vez na demagogia.
O candidato Eduardo Jorge, da chapa do Partido Verde (PV), foi o primeiro político a receber o Greenpeace e ouvir as demandas pensadas para diferentes frentes como Amazônia (incluindo a exploração sustentável de madeira), Agronegócio, Clima, Energia, Mobilidade Urbana e Desmatamento Zero.
Eduardo Jorge comentou que vê o desequilíbrio climático como fator de grande importância que precisa entrar no debate eleitoral com mais contundência. No entanto, critica a frágil situação orçamentária do Brasil “devido a má gestão do atual governo”.
O Greenpeace é apartidário e não recebe dinheiro de empresas, políticos ou partidos. Seu financiamento vem de doações de pessoas físicas. O projeto de Eleições tem como objetivo incentivar a participação civil na construção política não apenas por meio do voto, mas também pressionando os candidatos a assumirem promessas concretas, alinhadas ao interesse público e que considerem os imensos desafios socioambientais que o Brasil deve enfrentar para se tornar um País mais justo e sustentável.
Fraudes no setor madeireiro em evidência
Em reportagem no Bom Dia Brasil, a TV Globo aborda o atual descontrole
no sistema de produtos florestais na Amazônia, um assunto que tem sido
amplamente anunciado pelo Greenpeace na campanha Chega de Madeira Ilegal
A extração predatória e ilegal de madeira alimenta a degradação florestal e o desmatamento (© Greenpeace/Marizilda Cruppe)
O Bom Dia Brasil publicou na manhã de hoje uma matéria sobre uma fraude no sistema que deveria controlar o comércio de produtos florestais no Pará, responsável por causar a derrubada ilegal de mais de 60 mil hectares de floresta – uma área desmatada equivalente à metade da cidade de Belém.
A reportagem destaca também a investigação de dois anos do Greenpeace no estado do Pará que revelou que o atual sistema de controle não é apenas falho, mas alimenta a degradação florestal e o desmatamento. Como consequência, a ilegalidade tomou conta do setor. Entre os anos de 2011 e 2012, cerca de 78% das áreas exploradas para a extração de madeira no Pará, que é o maior produtor da região, ocorreram de forma irregular. No Mato Grosso, segundo maior produtor, o índice foi de 54%.
"Se bem feita, a exploração de madeira pode ser um caminho pra salvar a floresta, mas, da maneira como está, acabou se tornando mais um ingrediente da destruição. Para mudar essa situação, é necessária uma urgente e profunda reforma dos sistemas de controle e do modo como se permite explorar a floresta hoje” disse Marcio Astrini, da Campanha Amazônia do Greenpeace.
Esse é o momento de cobrarmos aqueles que querem governar nosso país nos próximos 4 anos para mudar essa situação. O Greenpeace está elaborando uma plataforma de propostas que será apresentada a todos os presidenciáveis incluindo as seguintes demandas:
A extração predatória e ilegal de madeira alimenta a degradação florestal e o desmatamento (© Greenpeace/Marizilda Cruppe)
O Bom Dia Brasil publicou na manhã de hoje uma matéria sobre uma fraude no sistema que deveria controlar o comércio de produtos florestais no Pará, responsável por causar a derrubada ilegal de mais de 60 mil hectares de floresta – uma área desmatada equivalente à metade da cidade de Belém.
A reportagem destaca também a investigação de dois anos do Greenpeace no estado do Pará que revelou que o atual sistema de controle não é apenas falho, mas alimenta a degradação florestal e o desmatamento. Como consequência, a ilegalidade tomou conta do setor. Entre os anos de 2011 e 2012, cerca de 78% das áreas exploradas para a extração de madeira no Pará, que é o maior produtor da região, ocorreram de forma irregular. No Mato Grosso, segundo maior produtor, o índice foi de 54%.
- Conheça a campanha Chega de Madeira Ilegal
"Se bem feita, a exploração de madeira pode ser um caminho pra salvar a floresta, mas, da maneira como está, acabou se tornando mais um ingrediente da destruição. Para mudar essa situação, é necessária uma urgente e profunda reforma dos sistemas de controle e do modo como se permite explorar a floresta hoje” disse Marcio Astrini, da Campanha Amazônia do Greenpeace.
Esse é o momento de cobrarmos aqueles que querem governar nosso país nos próximos 4 anos para mudar essa situação. O Greenpeace está elaborando uma plataforma de propostas que será apresentada a todos os presidenciáveis incluindo as seguintes demandas:
- Criação do Programa Ciência na Floresta, visando promover a pesquisa e o uso de novas tecnologias para o setor madeireiro com o objetivo de tornar o país líder na exploração sustentável das florestas tropicais
- Realização de um zoneamento ecológico econômico para a produção madeireira na Amazônia, por meio do qual serão definidas as áreas de maior importância para a atividade e, consequentemente, os investimentos para a exploração responsável e sustentável
-
Criação de novos processos para autorização da exploração madeireira e
de um novo sistema de controle para o setor, que devem ser
nacionalmente unificados, com regras claras e transparentes. Todas as
informações referentes à autorização e controle da exploração florestal
devem estar disponíveis publicamente e em tempo real na internet
-
Integração dos sistemas que controlam a comercialização dos produtos madeireiros ao sistema tributário nacional
- Implementação da rastreabilidade dos produtos florestais desde a sua origem
- Coordenação de esforços para que os estados realizem e divulguem
publicamente uma revisão dos planos de manejo e das licenças de operação
das madeireiras
- Criação de marco legal que determine sanções a estados e municípios em caso de não realização da prestação de contas anual, ou de descumprimento das obrigações legais previstas na lei de gestão florestal e em seus respectivos atos legais regulatórios
-
Reestruturação das esferas governamentais de controle do setor, incluindo a criação de um plano de investimentos
-
Elaboração de plano de capacitação e investimentos consistentes no manejo florestal comunitário.
Tuesday, July 22, 2014
Vão ficar aí parados?
Diante do descaso com os povos indígenas do Brasil, os crescentes
ataques ruralistas a seus direitos em Brasília e em várias regiões do
País, queremos saber de Dilma e dos demais candidatos: o que você tem a
dizer sobre o futuro dos índios no Brasil?
Desmatamento e invasão na TI Baú, que fazem parte do quadro de ameaças enfrentadas pelos indígenas (© Greenpeace/Hudson Fonseca)
"O genocídio contínuo (dos índios) está enquadrado por uma realidade oficial que nada pode justificar: o governo Dilma Rousseff é um caso patético quando se trata de demarcação de áreas indígenas. Sua média anual corresponde a um terço da média de demarcações no governo Lula, um quinto da média no governo Fernando Henrique. E perde feio também dos governos Sarney, Collor e Itamar, ou seja, de todos no pós-ditadura. Em 2013, o governo Dilma não fez nem sequer uma demarcação (...) O que o governo não faz é, simplesmente, porque deixa de fazer. Com benefício para os avanços da soja, aos quais não faltariam terras de propriedade legítima".
O trecho acima foi extraído da coluna dominical do jornalista Jânio de Freitas, publicada na Folha de S.Paulo deste domingo 20 de julho. As afirmações tratam do cenário de abandono e descaso com o qual o governo federal lida com a questão indígena no Brasil. Os problemas, contudo, não param por aí.
Enquanto o governo não demarca e se omite para o que o jornalista chamou de “genocídio contínuo”, no Congresso Nacional parlamentares da bancada ruralista articulam o mais danoso ataque aos direitos indígenas desde a promulgação da Constituição Federal de 1988. Um exemplo disso são os projetos legislativos como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215, que visa transferir do Executivo para o Legislativo a demarcação de Terras Indígenas.
“Na prática a PEC, se aprovada, pararia para sempre qualquer novo reconhecimento territorial e abriria espaço para a revisão dos territórios já demarcados. O projeto é baseado em ideias preconceituosas e promove uma perigosa e falsa oposição entre a manutenção dos direitos indígenas e o crescimento do agronegócio nacional”, avalia Danicley de Aguiar, da campanha Amazônia do Greenpeace.
Segundo o relatório “Violência contra os povos indígenas do Brasil 2013”, divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI) na semana passada, foram registrados aproximadamente 50 conflitos fundiários envolvendo territórios indígenas no ano passado, agravados pela conivência, omissão e morosidade do governo. Em 2013 o número de índios assassinatos no País chegou a 53.
Ainda de acordo com o CIMI, existem atualmente 17 processos de demarcação finalizados e regulares, aguardando apenas a assinatura da presidente do Brasil. Esse triste quadro levou Dilma Rousseff a ser considerada como a pior Presidente da República para as questões indígenas desde início do processo de redemocratização do País
Diante de uma situação tão grave, resta saber se a Presidenta e candidata Dilma Roussef vai continuar assistindo a destruição dos direitos indígenas garantidos na Constituinte ou se vai reverter o cenário de descaso com os povos indígenas do Brasil.
Além de Dilma, queremos saber também o que os demais candidatos à presidência têm a dizer sobre o futuro dos povos indígenas do Brasil.
Desmatamento e invasão na TI Baú, que fazem parte do quadro de ameaças enfrentadas pelos indígenas (© Greenpeace/Hudson Fonseca)
"O genocídio contínuo (dos índios) está enquadrado por uma realidade oficial que nada pode justificar: o governo Dilma Rousseff é um caso patético quando se trata de demarcação de áreas indígenas. Sua média anual corresponde a um terço da média de demarcações no governo Lula, um quinto da média no governo Fernando Henrique. E perde feio também dos governos Sarney, Collor e Itamar, ou seja, de todos no pós-ditadura. Em 2013, o governo Dilma não fez nem sequer uma demarcação (...) O que o governo não faz é, simplesmente, porque deixa de fazer. Com benefício para os avanços da soja, aos quais não faltariam terras de propriedade legítima".
O trecho acima foi extraído da coluna dominical do jornalista Jânio de Freitas, publicada na Folha de S.Paulo deste domingo 20 de julho. As afirmações tratam do cenário de abandono e descaso com o qual o governo federal lida com a questão indígena no Brasil. Os problemas, contudo, não param por aí.
Enquanto o governo não demarca e se omite para o que o jornalista chamou de “genocídio contínuo”, no Congresso Nacional parlamentares da bancada ruralista articulam o mais danoso ataque aos direitos indígenas desde a promulgação da Constituição Federal de 1988. Um exemplo disso são os projetos legislativos como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215, que visa transferir do Executivo para o Legislativo a demarcação de Terras Indígenas.
“Na prática a PEC, se aprovada, pararia para sempre qualquer novo reconhecimento territorial e abriria espaço para a revisão dos territórios já demarcados. O projeto é baseado em ideias preconceituosas e promove uma perigosa e falsa oposição entre a manutenção dos direitos indígenas e o crescimento do agronegócio nacional”, avalia Danicley de Aguiar, da campanha Amazônia do Greenpeace.
Segundo o relatório “Violência contra os povos indígenas do Brasil 2013”, divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI) na semana passada, foram registrados aproximadamente 50 conflitos fundiários envolvendo territórios indígenas no ano passado, agravados pela conivência, omissão e morosidade do governo. Em 2013 o número de índios assassinatos no País chegou a 53.
Ainda de acordo com o CIMI, existem atualmente 17 processos de demarcação finalizados e regulares, aguardando apenas a assinatura da presidente do Brasil. Esse triste quadro levou Dilma Rousseff a ser considerada como a pior Presidente da República para as questões indígenas desde início do processo de redemocratização do País
Diante de uma situação tão grave, resta saber se a Presidenta e candidata Dilma Roussef vai continuar assistindo a destruição dos direitos indígenas garantidos na Constituinte ou se vai reverter o cenário de descaso com os povos indígenas do Brasil.
Além de Dilma, queremos saber também o que os demais candidatos à presidência têm a dizer sobre o futuro dos povos indígenas do Brasil.
Desmatamento avança 358% segundo Imazon
Apenas em junho deste ano 843 quilômetros quadrados de floresta na
Amazônia Legal foram derrubados, de acordo com dados do Sistema de
Alerta de Desmatamento (SAD). A área equivale a 84,3 mil campos de
futebol.
Historicamente mais de 60% do desmatamento bruto na Amazônia é realizado em pequenas áreas espalhadas por todo seu território. (©Greenpeace/Daniel Beltra)
Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que indica tendências e alertas de desflorestamento, em junho deste ano a derrubada de florestas foi 358% maior do que o registrado no mesmo mês do ano passado. Com isso foram perdidos 843 quilômetros quadrados de mata, o equivalente a 84,3 mil campos de futebol.
O maior avanço aconteceu nos estados do Acre, onde houve aumento de 262%, e em Roraima, que registrou 254% de crescimento. Essas são as regiões da Amazônia que estiveram menos cobertas por nuvens no período, o que permitiu ao SAD a visualização de áreas maiores, possibilitando ao sistema identificar desmatamentos que antes estavam “encobertos”. O SAD detectou, ainda, o aumento do desflorestamento no Amazonas (18%) e em Rondônia (13%).
A situação é ainda mais grave pois, de acordo com o Imazon, mais de 25% dos alertas de desmatamento ocorreram dentro de Unidades de Conservação (UCs).
Importante ressaltar que o SAD produz um levantamento preliminar, que visa sinalizar as autoridades sobre possíveis focos de desmatamento, para serem verificados “in loco”. O sistema usa como base imagens de satélite, com baixa resolução, que identificam apenas devastações maiores de 25 hectares.
Levando em conta que historicamente mais de 60% do desmatamento bruto na Amazônia é realizado em pequenas áreas espalhadas por todo seu território, a situação “no chão” costuma ser ainda mais grave do que apontam os dados do SAD, o que é comprovado pelos números do Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), sistema oficial de monitoramento de desmatamento que o Ministério de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente divulga anualmente.
Historicamente mais de 60% do desmatamento bruto na Amazônia é realizado em pequenas áreas espalhadas por todo seu território. (©Greenpeace/Daniel Beltra)
Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que indica tendências e alertas de desflorestamento, em junho deste ano a derrubada de florestas foi 358% maior do que o registrado no mesmo mês do ano passado. Com isso foram perdidos 843 quilômetros quadrados de mata, o equivalente a 84,3 mil campos de futebol.
O maior avanço aconteceu nos estados do Acre, onde houve aumento de 262%, e em Roraima, que registrou 254% de crescimento. Essas são as regiões da Amazônia que estiveram menos cobertas por nuvens no período, o que permitiu ao SAD a visualização de áreas maiores, possibilitando ao sistema identificar desmatamentos que antes estavam “encobertos”. O SAD detectou, ainda, o aumento do desflorestamento no Amazonas (18%) e em Rondônia (13%).
A situação é ainda mais grave pois, de acordo com o Imazon, mais de 25% dos alertas de desmatamento ocorreram dentro de Unidades de Conservação (UCs).
Importante ressaltar que o SAD produz um levantamento preliminar, que visa sinalizar as autoridades sobre possíveis focos de desmatamento, para serem verificados “in loco”. O sistema usa como base imagens de satélite, com baixa resolução, que identificam apenas devastações maiores de 25 hectares.
Levando em conta que historicamente mais de 60% do desmatamento bruto na Amazônia é realizado em pequenas áreas espalhadas por todo seu território, a situação “no chão” costuma ser ainda mais grave do que apontam os dados do SAD, o que é comprovado pelos números do Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), sistema oficial de monitoramento de desmatamento que o Ministério de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente divulga anualmente.
Sunday, July 20, 2014
Vilarejo de Dharnai sai do escuro
Dharnai, na Índia, declara sua independência do escuro com sistema de
microgeração de energia solar, fonte limpa e renovável, que atende mais
de 400 famílias locais
Crianças no vilarejo de Dharnai, na Índia, sentados embaixo dos paineis solares que iluminam o vilarejo e que permitem que mais de 2 mil pessoas tenham acesso à eletricidade (© Vivek M/Greenpeace)
Mais de 300 milhões de pessoas ainda esperam ter acesso a eletricidade na Índia. Mas, hoje, mais de 2 mil pessoas em Dharnai, uma aldeia do distrito de Bihar, tiveram suas vidas transformadas pela energia solar: o vilarejo passou a ser iluminado por um sistema de placas solares fotovoltaicas instaladas pelo Greenpeace.
“Nos últimos 30 anos, nós tentamos de tudo para obter energia elétrica, mas não tivemos nem um fio de esperança de que isso acontecesse. Enquanto a Índia cresceu, nós continuávamos presos ao uso de lâmpadas de querosene e caros geradores a diesel”, disse Kamal Kishore, morador de Dharnai. “Agora eu posso dizer com orgulho que Dharnai é líder em inovação e que estabelecemos nossa identidade como uma aldeia autossuficiente e independente”, concluiu Kishore.
A micro-rede alimentada por energia solar da comunidade de Dharnai é o primeiro empreendimento deste tipo. Com os 100 kW instalados são abastecidas mais de 400 famílias, 50 estabelecimentos comerciais e 10 sistemas de bombeamento de água. E ainda mais 60 luzes de rua, duas escolas, um centro de saúde e um centro de formação. Os habitantes do vilarejo não apenas tem uma vida melhor agora, mas também podem ter outras ambições.
A maioria da população mundial sem acesso à eletricidade é composta por pobres na Índia, onde mais de um terço da população rural vive no escuro. Energia descentralizada e sustentável, como o sistema instalado em Dharnai, prova que vilarejos que estão em crescimento na Índia podem ter eletricidade assim como áreas urbanas que ainda estão no escuro.
“O sistema pretende ser a resposta para a paralisia e para a visão que o governo da Índia tem para o setor de energia. Dharnai e outros vilarejos de Bihar foram privados de energia ao longo de décadas e, agora, pensamos que estes são os locais onde os sistemas de geração solar podem funcionar. Pedimos que o governo de Bihar replique esse modelo”, disse Samit Aich, director executive do Greenpeace India durante a inauguração do sistema.
O sistema de micro-rede é operado em parceria com a BASIX, uma instituição que promove subsistência, e com a CEED, rede de organizações que apoiam o desenvolvimento de energias renováveis.
O Greenpeace pede que o governo de Bihar reconheça sistemas descentralizados de energia renováveis, como o de Dharnai, e que multiplique esse modelo e passe a fornecer energia para as cidades que ainda estão no escuro. Também pede que seja criada a estrutura regulatória adequada para promover modelos semelhantes.
Crianças no vilarejo de Dharnai, na Índia, sentados embaixo dos paineis solares que iluminam o vilarejo e que permitem que mais de 2 mil pessoas tenham acesso à eletricidade (© Vivek M/Greenpeace)
Mais de 300 milhões de pessoas ainda esperam ter acesso a eletricidade na Índia. Mas, hoje, mais de 2 mil pessoas em Dharnai, uma aldeia do distrito de Bihar, tiveram suas vidas transformadas pela energia solar: o vilarejo passou a ser iluminado por um sistema de placas solares fotovoltaicas instaladas pelo Greenpeace.
“Nos últimos 30 anos, nós tentamos de tudo para obter energia elétrica, mas não tivemos nem um fio de esperança de que isso acontecesse. Enquanto a Índia cresceu, nós continuávamos presos ao uso de lâmpadas de querosene e caros geradores a diesel”, disse Kamal Kishore, morador de Dharnai. “Agora eu posso dizer com orgulho que Dharnai é líder em inovação e que estabelecemos nossa identidade como uma aldeia autossuficiente e independente”, concluiu Kishore.
A micro-rede alimentada por energia solar da comunidade de Dharnai é o primeiro empreendimento deste tipo. Com os 100 kW instalados são abastecidas mais de 400 famílias, 50 estabelecimentos comerciais e 10 sistemas de bombeamento de água. E ainda mais 60 luzes de rua, duas escolas, um centro de saúde e um centro de formação. Os habitantes do vilarejo não apenas tem uma vida melhor agora, mas também podem ter outras ambições.
A maioria da população mundial sem acesso à eletricidade é composta por pobres na Índia, onde mais de um terço da população rural vive no escuro. Energia descentralizada e sustentável, como o sistema instalado em Dharnai, prova que vilarejos que estão em crescimento na Índia podem ter eletricidade assim como áreas urbanas que ainda estão no escuro.
“O sistema pretende ser a resposta para a paralisia e para a visão que o governo da Índia tem para o setor de energia. Dharnai e outros vilarejos de Bihar foram privados de energia ao longo de décadas e, agora, pensamos que estes são os locais onde os sistemas de geração solar podem funcionar. Pedimos que o governo de Bihar replique esse modelo”, disse Samit Aich, director executive do Greenpeace India durante a inauguração do sistema.
O sistema de micro-rede é operado em parceria com a BASIX, uma instituição que promove subsistência, e com a CEED, rede de organizações que apoiam o desenvolvimento de energias renováveis.
O Greenpeace pede que o governo de Bihar reconheça sistemas descentralizados de energia renováveis, como o de Dharnai, e que multiplique esse modelo e passe a fornecer energia para as cidades que ainda estão no escuro. Também pede que seja criada a estrutura regulatória adequada para promover modelos semelhantes.
Friday, July 18, 2014
Demarcado a sangue
Relatório da Violência contra os Povos Indígenas no Brasil de 2013, do
CIMI, aponta a paralização dos processos de demarcação de terras como
principal motivo para o aumento de conflitos e mortes de indígenas no
ano passado.
O genocídio dos povos indígenas continua avançando no Brasil. O levantamento divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) nesta semana
dá a dimensão da tragédia: 53 indígenas foram assassinados no País no
ano passado. O conflito pela terra é apontado pelos responsáveis pelo
estudo como a principal razão das mortes.
O Estado que registrou o maior número de assassinatos de indígenas foi o Mato Grosso do Sul, que concentrou 62% das mortes de 2013. O Estado foi palco ainda de 50 casos de suicídios, 16 tentativas de assassinato e dez ameaças de morte contra índios. As principais vítimas ali são os Guarani-Kaiowá, etnia que sofre recorrentes agressões e violências perpetradas por fazendeiros e seus capangas.
O recorte do ano passado é parecido com o dos últimos dez anos. De 2003 a 2013 pelo menos 616 indígenas foram assassinados no País, sendo que 349 destas mortes ocorreram no Mato Grosso do Sul. De acordo com o relatório, 33 dos indígenas assassinatos no ano passado são Guarani Kaiowá, cujas comunidades sobrevivem em acampamentos improvisados nas margens de rodovias, em áreas de preservação permanente dentro de fazendas, ou confinados em pequenas reservas criadas pelo Serviço de Proteção aos Índios (SPI), no início do século passado.
“A omissão do governo federal é criminosa. A União recuou e paralisou os processos de demarcação de terras e índio sem terra demarcada é índio desprotegido e sujeito a violência”, avalia Danicley de Aguiar, da campanha Amazônia do Greenpeace. “Se na terra protegida ele já está sujeito, imagina um índio sem território. Pois é o que temos”, completa.
Em 2013 apenas uma Terra Indígena foi demarcada, a Terra Kayabi, no Pará. De acordo com o Relatório do CIMI, a média anual de TIs demarcadas durante o governo Dilma foi a menor em todo o atual período de democracia no Brasil, que elegeu diretamente seu primeiro presidente em 1985. Enquanto a média de demarcações do governo de José Sarney foi de 13 Terra Indígenas por ano de governo, o governo Dilma tem média de 3,6 TIs/ano.
Para o Presidente do Cimi, o Bispo Erwin Kräutler, os números refletem a clara posição do atual governo de privilegiar “um modelo de desenvolvimento ultra dependente da produção, exploração e exportação de produtos primários, de modo especial commodities agrícolas e minerais”, fortalecendo “grandes empresas multinacionais, ruralistas, mineradoras e as empreiteiras”, em detrimento dos direitos indigenistas previstos na Constituição Federal.
“Como é de conhecimento público, estes setores são inimigos históricos dos povos indígenas, sendo os principais responsáveis pelos massacres, etnocídios e espoliações dos territórios”, afirma Kräutler em texto anexado ao relatório.
sexta-feira, 18 de julho de 2014
Etnia Guarani-Kaiowá, que habita o Mato Grosso do Sul, foi a
mais massacrada em 2013. De acordo com o relatório do CIMI, 55% dos
índios assassinados no ano passado pertenciam a etnia. (Cimi/Ruy
Sposati)
O Estado que registrou o maior número de assassinatos de indígenas foi o Mato Grosso do Sul, que concentrou 62% das mortes de 2013. O Estado foi palco ainda de 50 casos de suicídios, 16 tentativas de assassinato e dez ameaças de morte contra índios. As principais vítimas ali são os Guarani-Kaiowá, etnia que sofre recorrentes agressões e violências perpetradas por fazendeiros e seus capangas.
O recorte do ano passado é parecido com o dos últimos dez anos. De 2003 a 2013 pelo menos 616 indígenas foram assassinados no País, sendo que 349 destas mortes ocorreram no Mato Grosso do Sul. De acordo com o relatório, 33 dos indígenas assassinatos no ano passado são Guarani Kaiowá, cujas comunidades sobrevivem em acampamentos improvisados nas margens de rodovias, em áreas de preservação permanente dentro de fazendas, ou confinados em pequenas reservas criadas pelo Serviço de Proteção aos Índios (SPI), no início do século passado.
“A omissão do governo federal é criminosa. A União recuou e paralisou os processos de demarcação de terras e índio sem terra demarcada é índio desprotegido e sujeito a violência”, avalia Danicley de Aguiar, da campanha Amazônia do Greenpeace. “Se na terra protegida ele já está sujeito, imagina um índio sem território. Pois é o que temos”, completa.
Em 2013 apenas uma Terra Indígena foi demarcada, a Terra Kayabi, no Pará. De acordo com o Relatório do CIMI, a média anual de TIs demarcadas durante o governo Dilma foi a menor em todo o atual período de democracia no Brasil, que elegeu diretamente seu primeiro presidente em 1985. Enquanto a média de demarcações do governo de José Sarney foi de 13 Terra Indígenas por ano de governo, o governo Dilma tem média de 3,6 TIs/ano.
Para o Presidente do Cimi, o Bispo Erwin Kräutler, os números refletem a clara posição do atual governo de privilegiar “um modelo de desenvolvimento ultra dependente da produção, exploração e exportação de produtos primários, de modo especial commodities agrícolas e minerais”, fortalecendo “grandes empresas multinacionais, ruralistas, mineradoras e as empreiteiras”, em detrimento dos direitos indigenistas previstos na Constituição Federal.
“Como é de conhecimento público, estes setores são inimigos históricos dos povos indígenas, sendo os principais responsáveis pelos massacres, etnocídios e espoliações dos territórios”, afirma Kräutler em texto anexado ao relatório.
Em nome de Padre Cícero
Candidatos a presidente visitam o Ceará durante aniversário da morte de
Padre Cícero, o padroeiro das floresta. Hora boa para pressioná-los a
assumir compromissos pela proteção ambiental.
O próximo domingo, dia 20, marca 80 anos do falecimento de Padre Cícero, santo popular símbolo do Ceará e histórico defensor da natureza. Seus preceitos são ainda hoje exemplos a serem seguidos. No sertão de Padim Ciço, quem desmatava semeava o Inferno na Terra.
Suas ideias de não matar animais, não derrubar a floresta, plantar árvores “até todo o sertão ser uma mata só” e cuidar do avanço da pecuária sobre pastagens naturais, no entanto, seguem ignoradas pelo poder público. A destruição da Amazônia prova que o Brasil ainda caminha em direção contraria aos preceitos do “padim”. O retrocesso marcado pelo novo Código Florestal, em 2012, que anistia aqueles que seguem destruindo a floresta, incentivando o desmatamento, entre outros pontos negativos, reforça essa distância.
A terra de Padre Cícero celebra os 80 anos de sua morte, em uma das datas mais importantes do calendario religioso do Nordeste, e é hora de relembrar seu valioso legado. Ainda mais porque os candidatos a presidente Eduardo Campos, sua vice Marina Silva e Aécio Neves visitam a região nos proximos dias.
A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff, cuja agenda não incluí a visita ao Ceará nestes dias, já está familiarizada com os mandamentos do Padre Cícero: em 2010, o Greenpeace lhe entregou uma camiseta que estampa as ideias do líder religioso pela proteção das florestas. Infelizmente, sem exceção, as plataformas de governo dos candidatos estão longe de contemplar as ideias de Padre Cícero.
Por isso é hora de exigir compromissos concretos de todos os candidatos pela proteção das florestas nacionais. “Agora que mais de 1 milhão de brasileiros já declararam o seu apoio para que o Brasil zere o desmatamento e proteja suas florestas, o Greenpeace cobra dos candidatos que se comprometam de verdade com os ensinamentos de Padim Ciço, fundamentais para um desenvolvimento sustentável”, defende Sérgio Leitão, Diretor de Políticas Públicas do Greenpeace, referindo-se ao Projeto de Lei de iniciativa popular pelo Desmatamento Zero.
Compartilhamos aqui os mandamentos de Padre Cícero para reforçar o necessário comprometimento com a proteção das florestas e o Desmatamento Zero:
1) Não derrube o mato, nem mesmo um só pé de pau;
2) Não toque fogo no roçado nem na caatinga;
3) Não cace mais e deixe os bichos viverem;
4) Não crie o boi nem o bode soltos; faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer;
5) Não plante em serra acima, nem faça roçado em ladeira muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza;
6) Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar a água da chuva;
7) Represe os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta;
8) Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só;
9) Aprenda a tirar proveito das plantas da caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar você a conviver com a seca;
10) Se o sertanejo obedecer a estes preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o gado melhorando e o povo terá sempre o que comer;
11) Mas, se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só".
Para ajudar com a preservação das flroestas, assine a petição do Greenpeace pelo Desmatamento Zero clicando aqui.
O próximo domingo, dia 20, marca 80 anos do falecimento de Padre Cícero, santo popular símbolo do Ceará e histórico defensor da natureza. Seus preceitos são ainda hoje exemplos a serem seguidos. No sertão de Padim Ciço, quem desmatava semeava o Inferno na Terra.
Suas ideias de não matar animais, não derrubar a floresta, plantar árvores “até todo o sertão ser uma mata só” e cuidar do avanço da pecuária sobre pastagens naturais, no entanto, seguem ignoradas pelo poder público. A destruição da Amazônia prova que o Brasil ainda caminha em direção contraria aos preceitos do “padim”. O retrocesso marcado pelo novo Código Florestal, em 2012, que anistia aqueles que seguem destruindo a floresta, incentivando o desmatamento, entre outros pontos negativos, reforça essa distância.
A terra de Padre Cícero celebra os 80 anos de sua morte, em uma das datas mais importantes do calendario religioso do Nordeste, e é hora de relembrar seu valioso legado. Ainda mais porque os candidatos a presidente Eduardo Campos, sua vice Marina Silva e Aécio Neves visitam a região nos proximos dias.
A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff, cuja agenda não incluí a visita ao Ceará nestes dias, já está familiarizada com os mandamentos do Padre Cícero: em 2010, o Greenpeace lhe entregou uma camiseta que estampa as ideias do líder religioso pela proteção das florestas. Infelizmente, sem exceção, as plataformas de governo dos candidatos estão longe de contemplar as ideias de Padre Cícero.
Por isso é hora de exigir compromissos concretos de todos os candidatos pela proteção das florestas nacionais. “Agora que mais de 1 milhão de brasileiros já declararam o seu apoio para que o Brasil zere o desmatamento e proteja suas florestas, o Greenpeace cobra dos candidatos que se comprometam de verdade com os ensinamentos de Padim Ciço, fundamentais para um desenvolvimento sustentável”, defende Sérgio Leitão, Diretor de Políticas Públicas do Greenpeace, referindo-se ao Projeto de Lei de iniciativa popular pelo Desmatamento Zero.
Compartilhamos aqui os mandamentos de Padre Cícero para reforçar o necessário comprometimento com a proteção das florestas e o Desmatamento Zero:
1) Não derrube o mato, nem mesmo um só pé de pau;
2) Não toque fogo no roçado nem na caatinga;
3) Não cace mais e deixe os bichos viverem;
4) Não crie o boi nem o bode soltos; faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer;
5) Não plante em serra acima, nem faça roçado em ladeira muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza;
6) Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar a água da chuva;
7) Represe os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta;
8) Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só;
9) Aprenda a tirar proveito das plantas da caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar você a conviver com a seca;
10) Se o sertanejo obedecer a estes preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o gado melhorando e o povo terá sempre o que comer;
11) Mas, se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só".
Para ajudar com a preservação das flroestas, assine a petição do Greenpeace pelo Desmatamento Zero clicando aqui.
Voluntários reforçam pressão sobre a LEGO
Grupos de voluntários do Greenpeace Brasil realizaram
atividades em sete capitais do país para alertar a população sobre os
perigos da parceria feita entre a LEGO e a Shell.
Durante essa semana, grupos de voluntários do Greenpeace Brasil realizaram atividades em sete capitais do país para alertar a população sobre os perigos da parceria feita entre a LEGO e a Shell. A petrolífera veicula sua marca com brinquedos infantis para desviar atenção de suas atividades controversas de exploração no Ártico e passar uma imagem positiva às crianças. As cidades que participaram foram São Paulo, Manaus, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Brasília.
Os grupos levaram um boneco LEGO gigante segurando uma lousa às ruas e pediram para as pessoas escreverem mensagens para a LEGO pedindo o fim da parceria com a Shell. Os voluntários levaram camisetas, máscaras e um vídeo feito pelo Greenpeace para explicar os perigos dessa parceria. Eles também montaram pequenos protestos com bonecos da LEGO, nos quais os personagens protestavam contra a exploração de petróleo no Ártico.
“A atividade foi muito importante para conscientizar as crianças sobre a gravidade dessa parceria”, afirma Rafaela Araújo, voluntária do Greenpeace. “Conseguimos explicar a ideia de forma simples e clara, para que ela seja difundida nas escolas e em outro ambientes de convivência” completa Rafaela.
Para entender mais sobre a campanha, assista ao vídeo e assine a petição, para pedir à LEGO que desencaixe da Shell.
Durante essa semana, grupos de voluntários do Greenpeace Brasil realizaram atividades em sete capitais do país para alertar a população sobre os perigos da parceria feita entre a LEGO e a Shell. A petrolífera veicula sua marca com brinquedos infantis para desviar atenção de suas atividades controversas de exploração no Ártico e passar uma imagem positiva às crianças. As cidades que participaram foram São Paulo, Manaus, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Brasília.
Os grupos levaram um boneco LEGO gigante segurando uma lousa às ruas e pediram para as pessoas escreverem mensagens para a LEGO pedindo o fim da parceria com a Shell. Os voluntários levaram camisetas, máscaras e um vídeo feito pelo Greenpeace para explicar os perigos dessa parceria. Eles também montaram pequenos protestos com bonecos da LEGO, nos quais os personagens protestavam contra a exploração de petróleo no Ártico.
“A atividade foi muito importante para conscientizar as crianças sobre a gravidade dessa parceria”, afirma Rafaela Araújo, voluntária do Greenpeace. “Conseguimos explicar a ideia de forma simples e clara, para que ela seja difundida nas escolas e em outro ambientes de convivência” completa Rafaela.
Para entender mais sobre a campanha, assista ao vídeo e assine a petição, para pedir à LEGO que desencaixe da Shell.
Thursday, July 17, 2014
Lata d’água na cabeça
Greenpeace promove ação na mais glamourosa rua de São Paulo para alertar
sobre o descaso do governo estadual em lidar com a crise de escassez
que faz da água artigo de luxo
Greenpeace alerta sobre o descaso do governo estadual em lidar com a crise de escassez que faz da água artigo de luxo. (© Greenpeace / Paulo Pereira / Luzia)
Luxo é para poucos. Assim como a água em São Paulo. O Greenpeace, preocupado com o cenário dramático de escassez de água na maior metrópole do Brasil, realiza um protesto na tarde desta quinta-feira, na Rua Oscar Freire, em São Paulo, para reforçar a responsalidade do governo de Geraldo Alckmin sobre a maior crise hídrica da cidade e do estado e a incompêtencia em adotar medidas para enfrentá-la com transparência e eficácia. Um desfile de moda toma uma das ruas mais luxuosas da cidade, onde os modelos desfilam com baldes de ouro para armazenar água - artigo cada vez mais raro na atualidade.
A situação é grave e previsões apontam para um colapso do Sistema Cantareira, o principal manancial de abastecimento da Grande São Paulo (que atende 8 milhões de pessoas na região e mais 6 milhões no interior), entre outubro e novembro de 2014. O governo e a Sabesp apostam todas as suas fichas na incerta temporada de chuvas e, até agora, adotaram apenas medidas paliativas: incentivo a quem economizar água e o uso do chamado volume “morto” do manancial, com impactos desconhecidos para a sobrevivência do ecossistema.
A escassez vem avançando dos bairros periféricos da capital (onde o racionamento já faz parte da rotina e está cada vez mais intenso) para as regiões mais ricas de São Paulo. Cidades do interior paulista, como Itu e Campinas, também estão sofrendo com a falta de água. Há um mês, o Greenpeace foi ao Palácio do Bandeirantes, sede do Governo de São Paulo, para entregar uma carta ao governador Geraldo Alckmin com demandas estratégicas. As propostas visam apontar soluções para atenuar e resolver a crise da água em São Paulo.
São elas:
1. Combater o desperdício para reduzir os índices absurdos de perda;
2. Promover a eficiência do uso dos recursos hídricos, fomentando inclusive a discussão sobre o uso da água na agricultura;
3. Conservar a qualidade da água, com a recuperação e a proteção, por meio da criação de áreas protegidas, das florestas e matas ciliares;
4. Criar políticas de moradia justas e fortes, a fim de evitar que a dinâmica do mercado imobiliário estimule a ocupação de regiões próximas de mananciais;
5. Combater a poluição, com universalização do saneamento.
Até agora, por incrível que pareça, o governador não se manifestou. Assim, fica claro a má gestão e a negligência do Governo do Estado para tratar da crise que ameaça, com um colapso inédito de desabastecimento, o mais rico estado do Brasil.
Greenpeace alerta sobre o descaso do governo estadual em lidar com a crise de escassez que faz da água artigo de luxo. (© Greenpeace / Paulo Pereira / Luzia)
Luxo é para poucos. Assim como a água em São Paulo. O Greenpeace, preocupado com o cenário dramático de escassez de água na maior metrópole do Brasil, realiza um protesto na tarde desta quinta-feira, na Rua Oscar Freire, em São Paulo, para reforçar a responsalidade do governo de Geraldo Alckmin sobre a maior crise hídrica da cidade e do estado e a incompêtencia em adotar medidas para enfrentá-la com transparência e eficácia. Um desfile de moda toma uma das ruas mais luxuosas da cidade, onde os modelos desfilam com baldes de ouro para armazenar água - artigo cada vez mais raro na atualidade.
A situação é grave e previsões apontam para um colapso do Sistema Cantareira, o principal manancial de abastecimento da Grande São Paulo (que atende 8 milhões de pessoas na região e mais 6 milhões no interior), entre outubro e novembro de 2014. O governo e a Sabesp apostam todas as suas fichas na incerta temporada de chuvas e, até agora, adotaram apenas medidas paliativas: incentivo a quem economizar água e o uso do chamado volume “morto” do manancial, com impactos desconhecidos para a sobrevivência do ecossistema.
A escassez vem avançando dos bairros periféricos da capital (onde o racionamento já faz parte da rotina e está cada vez mais intenso) para as regiões mais ricas de São Paulo. Cidades do interior paulista, como Itu e Campinas, também estão sofrendo com a falta de água. Há um mês, o Greenpeace foi ao Palácio do Bandeirantes, sede do Governo de São Paulo, para entregar uma carta ao governador Geraldo Alckmin com demandas estratégicas. As propostas visam apontar soluções para atenuar e resolver a crise da água em São Paulo.
1. Combater o desperdício para reduzir os índices absurdos de perda;
2. Promover a eficiência do uso dos recursos hídricos, fomentando inclusive a discussão sobre o uso da água na agricultura;
3. Conservar a qualidade da água, com a recuperação e a proteção, por meio da criação de áreas protegidas, das florestas e matas ciliares;
4. Criar políticas de moradia justas e fortes, a fim de evitar que a dinâmica do mercado imobiliário estimule a ocupação de regiões próximas de mananciais;
5. Combater a poluição, com universalização do saneamento.
Até agora, por incrível que pareça, o governador não se manifestou. Assim, fica claro a má gestão e a negligência do Governo do Estado para tratar da crise que ameaça, com um colapso inédito de desabastecimento, o mais rico estado do Brasil.
LEGO, receba nossas assinaturas!
Em pouco mais de duas semanas, meio milhão de pessoas escreveram para
a LEGO, pedindo que a empresa de brinquedos corte suas relações com a
Shell. Envolvida com a corrida da exploração de petróleo no Ártico, a
Shell encontrou na LEGO uma ótima oportunidade de melhorar a imagem
negativa que possui hoje. O silêncio da grande empresa de brinquedos
prevaleceu desde o início dos protestos e por isso ativistas do
Greenpeace foram até a sede em Billund, na Dinamarca, com um bloco
gigante de LEGO contendo 50 blocos menores: cada um deles representava
10 mil assinaturas.
“Pedimos ao presidente da LEGO, Jørgen Vig Knudstorp que recebesse essas assinaturas. Ele é responsável tanto pela política ambiental pró-ativa da LEGO, como pela promoção publicitária com a Shell. Pedimos que ele escute esse meio milhão de pessoas e tome uma postura ativa contra a destruição do Ártico – assim serão tão bons e socialmente responsáveis quanto as pessoas esperam que a LEGO seja”, afirmou disse Birgitte Lesanner, do Greenpeace Dinamarca.
Ao todo, dez ativistas chegaram às 7h30 da manhã com novas bandeiras decorativas para a entrada do escritório central. Um velho container virou um bloco de LEGO gigante. Do lado de fora dele, um relógio contabiliza assinaturas pedindo à LEGO que desmonte sua parceria com a Shell.
“Pedimos ao presidente da LEGO, Jørgen Vig Knudstorp que recebesse essas assinaturas. Ele é responsável tanto pela política ambiental pró-ativa da LEGO, como pela promoção publicitária com a Shell. Pedimos que ele escute esse meio milhão de pessoas e tome uma postura ativa contra a destruição do Ártico – assim serão tão bons e socialmente responsáveis quanto as pessoas esperam que a LEGO seja”, afirmou disse Birgitte Lesanner, do Greenpeace Dinamarca.
Ao todo, dez ativistas chegaram às 7h30 da manhã com novas bandeiras decorativas para a entrada do escritório central. Um velho container virou um bloco de LEGO gigante. Do lado de fora dele, um relógio contabiliza assinaturas pedindo à LEGO que desmonte sua parceria com a Shell.
Tuesday, July 15, 2014
Brasil vacila em ratificar protocolo sobre biodiversidade
A demora do Congresso Nacional em votar a ratificação do Protocolo de
Nagoya, assinado pelo País em 2010, pode custar a cadeira brasileira na
mesa de discussões da COP-12
O Brasil foi um dos primeiros países a assinar o Protocolo de Nagoya, proposto na 10ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP-10), em 2010, como alternativa para regulamentação do uso de recursos da biodiversidade do planeta.
Depois de quatro anos, no entanto, o País acaba de perder a chance de participar ativamente da discussão sobre o assunto. As propostas contidas no protocolo não foram ratificadas pelo Congresso Nacional. Para entrar em vigor, 50 dos 92 signatários da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB) precisavam confirmar sua validade, incorporando-o a legislação, até junho deste ano. O que aconteceu nesta segunda-feira 11, sem a participação do Brasil.
“O Brasil perdeu uma grande chance deixando de votar este projeto, uma vez que o País foi protagonista da proposta, junto com o próprio Japão. Mas se em casa a gente não consegue aprovar o que sugerimos internacionalmente, isso mostra que fomos muito bons de papo e pouco eficientes na ação”, avalia Marcio Astrini, coordenador da Campanha da Amazônia do Greenpeace Brasil. “De certa maneira isso é um reflexo da visão ambiental do atual governo, que ao invés de ver no Meio Ambiente uma oportunidade, vê nele um empecilho”, completa Astrini.
Parado desde 2012 no Congresso Nacional, o projeto foi designado para uma comissão especial, que nunca foi criada. O assunto sofre forte resistência por parte da bancada ruralista, que acredita que a ratificação da proposta poderia aumentar os custos do agronegócio no Brasil.
Um dos pontos mais polêmicos refere-se ao pagamento de royalties a países pela repartição de benefícios aos detentores de conhecimentos tradicionais associado ao uso de recursos genéticos oriundos da biodiversidade, como povos indígenas e comunidades tradicionais. “O objetivo central do protocolo é aumentar a proteção sobre as reservas naturais do planeta e, para isso, deve criar uma série de regras para controlar a utilização dos recursos, estabelecendo, inclusive regras econômicas. Isso vai no caminho do que precisa ser feito no mundo todo e precisamos participar desta discussão”, observa Astrini.
O Brasil concentra aproximadamente 20% de toda a biodiversidade do planeta. A regulação contribuiria para o combate a biopirataria, com ganhos no campo da ciência e também para as populações tradicionais, que teriam seus saberes reconhecidos e valorizados.
Outro ponto importante do protocolo é o plano estratégico de preservação, que aumenta as áreas terrestres e marítimas a serem protegidas no planeta. As regiões terrestres protegidas passariam de 10% para 17% e as zonas marítimas de proteção ambiental passaria de 1% para 10% de seu total. O próximo encontro dos signatários da CDB será na 12ª Conferência das Partes (COP-12) da CDB, em Pyeongchang, República da Coréia, de 6 a 17 de outubro deste ano.
terça-feira, 15 de julho de 2014
O Brasil foi um dos primeiros países a assinar o Protocolo de Nagoya, proposto na 10ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP-10), em 2010, como alternativa para regulamentação do uso de recursos da biodiversidade do planeta.
Depois de quatro anos, no entanto, o País acaba de perder a chance de participar ativamente da discussão sobre o assunto. As propostas contidas no protocolo não foram ratificadas pelo Congresso Nacional. Para entrar em vigor, 50 dos 92 signatários da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB) precisavam confirmar sua validade, incorporando-o a legislação, até junho deste ano. O que aconteceu nesta segunda-feira 11, sem a participação do Brasil.
“O Brasil perdeu uma grande chance deixando de votar este projeto, uma vez que o País foi protagonista da proposta, junto com o próprio Japão. Mas se em casa a gente não consegue aprovar o que sugerimos internacionalmente, isso mostra que fomos muito bons de papo e pouco eficientes na ação”, avalia Marcio Astrini, coordenador da Campanha da Amazônia do Greenpeace Brasil. “De certa maneira isso é um reflexo da visão ambiental do atual governo, que ao invés de ver no Meio Ambiente uma oportunidade, vê nele um empecilho”, completa Astrini.
Parado desde 2012 no Congresso Nacional, o projeto foi designado para uma comissão especial, que nunca foi criada. O assunto sofre forte resistência por parte da bancada ruralista, que acredita que a ratificação da proposta poderia aumentar os custos do agronegócio no Brasil.
Um dos pontos mais polêmicos refere-se ao pagamento de royalties a países pela repartição de benefícios aos detentores de conhecimentos tradicionais associado ao uso de recursos genéticos oriundos da biodiversidade, como povos indígenas e comunidades tradicionais. “O objetivo central do protocolo é aumentar a proteção sobre as reservas naturais do planeta e, para isso, deve criar uma série de regras para controlar a utilização dos recursos, estabelecendo, inclusive regras econômicas. Isso vai no caminho do que precisa ser feito no mundo todo e precisamos participar desta discussão”, observa Astrini.
O Brasil concentra aproximadamente 20% de toda a biodiversidade do planeta. A regulação contribuiria para o combate a biopirataria, com ganhos no campo da ciência e também para as populações tradicionais, que teriam seus saberes reconhecidos e valorizados.
Outro ponto importante do protocolo é o plano estratégico de preservação, que aumenta as áreas terrestres e marítimas a serem protegidas no planeta. As regiões terrestres protegidas passariam de 10% para 17% e as zonas marítimas de proteção ambiental passaria de 1% para 10% de seu total. O próximo encontro dos signatários da CDB será na 12ª Conferência das Partes (COP-12) da CDB, em Pyeongchang, República da Coréia, de 6 a 17 de outubro deste ano.
Reunião cancelada, nem por isso esquecida
A reunião da Comissão Mista Especial do Congresso Nacional que discutiria o parecer proposto pelo relator e senador Romero Jucá (PMDB-RR) ao projeto que regulamentará a recém-aprovada PEC do Trabalho Escravo (Projeto de Emenda à Constituição) foi cancelada. A reunião constava na pauta no site do Portal do Senado até 10h30, quando foi cancelada.
Após ligações para a Secretaria da Comissão, ainda não há resposta oficial para o cancelamento. O Greenpeace tem chamado atenção para o parecer de Jucá que tenta, entre outras coisas, enfraquecer o conceito de trabalho escravo. Tanto fez que, ontem, a assessoria do Senador entrou em contato com a organização para “evitar distorções sobre seu relatório.”
A PEC do Trabalho Escravo, aprovada em maio deste ano, prevê o confisco de imóveis flagrados com trabalho escravo. Celebrada como um avanço nos direitos humanos, agora, corre o risco de ser enfraquecida e de se tornar um marco de retrocesso.
Jucá e outros congressistas – principalmente da bancada ruralista – propõe alterar o conceito de trabalho escravo alegando que este é muito vago. “Na verdade, essa proposta da bancada ruralista desmonta uma legislação que protege a dignidade dos trabalhadores e isso é inaceitável”, disse Adriana Charoux, da Campanha da Amazônia do Greenpeace Brasil.
Outra alteração proposta é a de proibir a inclusão de nomes na ‘Lista Suja’ – cadastro de empregadores flagrados com mão de obra análoga à escrava mantida pelo Ministério do Trabalho – antes de condenação judicial final sem mais direito a recurso, o que pode levar até 20 anos de tramitação. Se isso acontecer, o cadastro que é uma importante ferramenta que dá transparência aos 609 nomes de empregadores ‘sujos’ será esvaziado.
Na última atualização da ‘Lista Suja’, 380 dos empregadores registrados eram de Estados da Amazônia Legal sendo que 10% destes foram multados por desmatamento ilegal nos últimos cinco anos. Segundo Charoux, “não podemos permitir esse retrocesso na legislação brasileira que visa beneficiar atividades como pecuária e extração de madeira ilegal, dois dos principais vetores de desmatamento no Brasil.”
A reunião da Comissão foi cancelada e não há previsão de quando será remarcada. Enquanto isso, o conceito de trabalho escravo continua sob ameaça de ser alterado por iniciativas como a de Jucá. Continuaremos de olho!
Sem governo, São Paulo reza por chuva
Gestão de Geraldo Alckmin falha ao adotar medidas efetivas contra a
escassez de água e expõe a população da metrópole e do Estado ao risco de colapso por desabastecimento
Desde a semana passada, as represas do Sistema Cantareira, que abastece 8,1 milhões de habitantes da Grande São Paulo, estão operando em sua reserva técnica, o chamado volume morto, nível de água localizado abaixo das comportas das represas. Além do impacto do consumo deste volume sobre a ecologia dos reservatórios – é difícil garantir que as represas se recuperarão – o perigo de desabastecimento da maior cidade brasileira parece cada vez maior. A escassez, por sinal, avança dos bairros periféricos da capital (onde o racionamento faz parte da rotina e vem sendo cada vez mais comum) para as regiões mais ricas de São Paulo. Cidades do interior paulista, como Itu e Campinas, também estão sofrendo com a falta de água.
Há um mês, o Greenpeace, preocupado com a situação, foi ao Palácio do Bandeirantes, sede do Governo de São Paulo, para entregar uma carta ao governador Geraldo Alckmin com demandas estratégicas (a carta pode ser lida aqui). As propostas visam apontar soluções para atenuar e resolver a crise da água em São Paulo, cenário que se repete de tempos em tempos - sempre com tons mais dramáticos - como resultado da má gestão e da falta de planejamento, por parte do governo de SP, sobre os recursos hídricos da região. O documento ainda lembra que a Política Estadual de Mudanças do Clima (PEMC), criada em 2009, ainda não saiu do papel e pede que ela seja transformada em realidade. A PEMC prioriza a implementação de ações de prevenção e adaptação às alterações produzidas pelos impactos das mudanças climáticas.
No entanto, não há resposta do governador. Alckmin perde a chance de se mostrar preocupado com a questão, expondo a falta de transparência do seu governo e a incompetência em abrir o diálogo com a população. Para piorar, a cada dia que passa o governador expõe sua incapacidade em tomar medidas concretas, adotando apenas ações paliativas motivadas por cálculos eleitoreiros e, portanto, muito aquém do que se espera de um governo responsável. Um exemplo é o recuo em taxar quem não economizar água.
Nas últimas semanas, com o agravamento da escassez, o que vemos é um salve-se quem puder de uma população desamparada pelo poder público. Paulistanos já cavam poços artesianos no quintal de casa, conforme reportagem publicada na Folha de S. Paulo no domingo 13. Em Itu, cidade da região de Campinas, uma das mais afetadas pela falta de água, moradores chegaram a fazer procissão para pedir chuva – a cidade já está sob regime de racionamento há cinco meses. Mas seria bom também fazermos todos uma reza brava – em forma de pressão política - para que o governador Geraldo Alckmin acorde e assuma a responsabilidade que lhe foi conferida pela população – sob o risco da maior metrópole do Brasil entrar em colapso.
Desde a semana passada, as represas do Sistema Cantareira, que abastece 8,1 milhões de habitantes da Grande São Paulo, estão operando em sua reserva técnica, o chamado volume morto, nível de água localizado abaixo das comportas das represas. Além do impacto do consumo deste volume sobre a ecologia dos reservatórios – é difícil garantir que as represas se recuperarão – o perigo de desabastecimento da maior cidade brasileira parece cada vez maior. A escassez, por sinal, avança dos bairros periféricos da capital (onde o racionamento faz parte da rotina e vem sendo cada vez mais comum) para as regiões mais ricas de São Paulo. Cidades do interior paulista, como Itu e Campinas, também estão sofrendo com a falta de água.
Há um mês, o Greenpeace, preocupado com a situação, foi ao Palácio do Bandeirantes, sede do Governo de São Paulo, para entregar uma carta ao governador Geraldo Alckmin com demandas estratégicas (a carta pode ser lida aqui). As propostas visam apontar soluções para atenuar e resolver a crise da água em São Paulo, cenário que se repete de tempos em tempos - sempre com tons mais dramáticos - como resultado da má gestão e da falta de planejamento, por parte do governo de SP, sobre os recursos hídricos da região. O documento ainda lembra que a Política Estadual de Mudanças do Clima (PEMC), criada em 2009, ainda não saiu do papel e pede que ela seja transformada em realidade. A PEMC prioriza a implementação de ações de prevenção e adaptação às alterações produzidas pelos impactos das mudanças climáticas.
No entanto, não há resposta do governador. Alckmin perde a chance de se mostrar preocupado com a questão, expondo a falta de transparência do seu governo e a incompetência em abrir o diálogo com a população. Para piorar, a cada dia que passa o governador expõe sua incapacidade em tomar medidas concretas, adotando apenas ações paliativas motivadas por cálculos eleitoreiros e, portanto, muito aquém do que se espera de um governo responsável. Um exemplo é o recuo em taxar quem não economizar água.
Nas últimas semanas, com o agravamento da escassez, o que vemos é um salve-se quem puder de uma população desamparada pelo poder público. Paulistanos já cavam poços artesianos no quintal de casa, conforme reportagem publicada na Folha de S. Paulo no domingo 13. Em Itu, cidade da região de Campinas, uma das mais afetadas pela falta de água, moradores chegaram a fazer procissão para pedir chuva – a cidade já está sob regime de racionamento há cinco meses. Mas seria bom também fazermos todos uma reza brava – em forma de pressão política - para que o governador Geraldo Alckmin acorde e assuma a responsabilidade que lhe foi conferida pela população – sob o risco da maior metrópole do Brasil entrar em colapso.
Monday, July 14, 2014
Mobilização pelo Ártico continua
A Declaração Internacional pelo Futuro do Ártico ganha novos signatários.
Chico Whitaker, ativista co-fundador do Fórum Social Mundial. © Greenpeace
O Instituto Akatu e a ONG SOS Mata Atlântica se posicionaram a favor da proteção do Ártico assinando o documento que já passou pelas mãos de importantes figuras no mundo inteiro. O apoio é reforçado pela aderência do ativista sócioambiental Chico Whitaker, co-fundador do Fórum Social Mundial, e do ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Helio Mattar – hoje presidente do Instituto Akatu.
O documento foi formulado com o propósito de pressionar as nações que possuem território no Ártico (Noruega, Canadá, Rússia, entre outros) a vetarem qualquer tipo de exploração na região. A Declaração é voltada para pessoas influentes como políticos, empresários e artistas que possam engrossar o movimento e o lobby pela criação de um Santuário Protegido no Polo Norte.
No Brasil, já assinaram Marina Silva (PSB), Alfredo Syrkis (PSB-RJ), Sergio Xavier (ex-ministro do meio ambiente), Ricardo Abramovay (Instituto de Relações Inernacionais - USP e FEA-USP), Oded Grajew (fundador da Grow Jogos e Brinquedos), José Eli da Veiga (Instituto de Energia e Ambiente - USP), João Paulo Capobianco (Conama, ICMbio, SOS Mata Atlântica, ISA e ex-diretor executivo do Ministério do Meio Ambiente), entre outros.
A ideia é que todos possam ajudar. Por isso criamos três passos simples para que qualquer pessoa mobilize quem ela julga importante a defender o Ártico. Entre no site e saiba mais. Leia a Declaração pelo Futuro do Ártico na íntegra aqui e veja a lista completa de signatários aqui.
O Instituto Akatu e a ONG SOS Mata Atlântica se posicionaram a favor da proteção do Ártico assinando o documento que já passou pelas mãos de importantes figuras no mundo inteiro. O apoio é reforçado pela aderência do ativista sócioambiental Chico Whitaker, co-fundador do Fórum Social Mundial, e do ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Helio Mattar – hoje presidente do Instituto Akatu.
O documento foi formulado com o propósito de pressionar as nações que possuem território no Ártico (Noruega, Canadá, Rússia, entre outros) a vetarem qualquer tipo de exploração na região. A Declaração é voltada para pessoas influentes como políticos, empresários e artistas que possam engrossar o movimento e o lobby pela criação de um Santuário Protegido no Polo Norte.
No Brasil, já assinaram Marina Silva (PSB), Alfredo Syrkis (PSB-RJ), Sergio Xavier (ex-ministro do meio ambiente), Ricardo Abramovay (Instituto de Relações Inernacionais - USP e FEA-USP), Oded Grajew (fundador da Grow Jogos e Brinquedos), José Eli da Veiga (Instituto de Energia e Ambiente - USP), João Paulo Capobianco (Conama, ICMbio, SOS Mata Atlântica, ISA e ex-diretor executivo do Ministério do Meio Ambiente), entre outros.
A ideia é que todos possam ajudar. Por isso criamos três passos simples para que qualquer pessoa mobilize quem ela julga importante a defender o Ártico. Entre no site e saiba mais. Leia a Declaração pelo Futuro do Ártico na íntegra aqui e veja a lista completa de signatários aqui.
Merkel, é hora de agir pelo clima
Durante Diálogo do Clima, em Berlim, na Alemanha, ativistas
protestaram pedindo mais ação e comprometimento por parte da União
Europeia em relação às mudanças climáticas (© Gordon Welters/Greenpeace)
Em Berlim, durante o Diálogo do Clima de Petersburg, ativistas do Greenpeace protestaram no portão de Bradenburg para pedir que a Alemanha e a Europa se comprometam com a proteção do clima. Enquanto Angela Merkel, chanceler da Alemanha, falava com representantes de 45 países sobre mitigação de emissões de gases do efeito estufa, os ativistas carregavam a mensagem “Proteção do clima: o mundo está esperando a Europa” do lado de fora do local da reunião.
Enquanto os Estados Unidos anunciou, no início de junho, regulamentação para reduzir suas emissões e a China entrou na discussão para ver como reduzir suas emissões a partir do carvão, o debate climático está parado na União Europeia. Os objetivos atuais da Comissão Europeia para 2030 estão longe de ser ambiciosos. “Merkel deve se comprometer e lutar pela expansão das energias renováveis e eficiência energética”, disse Martin Kaiser, especialista em mudanças climáticas do Greenpeace Internacional.
A chanceler alemã anunciou, no início de julho, que o tema das mudanças climáticas seria uma questão central de sua presidência no G7, grupo dos sete países mais desenvolvidos. No entanto, segundo Kaiser, “a Alemanha ainda financia a construção de termelétricas a carvão no exterior. É inaceitável que o país da transição energética continue incentivando energia suja em outros países e afirmando que se importa com a proteção do clima.”
O Diálogo do Clima de Petersburg é uma etapa importante no caminho para um tratado global de proteção climática que deve ser assinado em Paris, no final de 2015, e que deverá estabelecer medidas para conter as consequências das mudanças climáticas. Daqui até 2015, o Brasil também tem que fazer sua parte na discussão global sobre o clima.
Ainda este ano, o país terá que apresentar metas ambiciosas e concretas para redução de emissões para o período pós-2020. Historicamente, o desmatamento foi a principal fonte de emissões, mas o cenário brasileiro mudou. Setores como energia e agropecuária estão aumentando sua participação, demonstrando que não basta se comprometer com apenas uma das fontes, mas, sim, que o Brasil precisa de metas para todos os setores.
Em Berlim, durante o Diálogo do Clima de Petersburg, ativistas do Greenpeace protestaram no portão de Bradenburg para pedir que a Alemanha e a Europa se comprometam com a proteção do clima. Enquanto Angela Merkel, chanceler da Alemanha, falava com representantes de 45 países sobre mitigação de emissões de gases do efeito estufa, os ativistas carregavam a mensagem “Proteção do clima: o mundo está esperando a Europa” do lado de fora do local da reunião.
Enquanto os Estados Unidos anunciou, no início de junho, regulamentação para reduzir suas emissões e a China entrou na discussão para ver como reduzir suas emissões a partir do carvão, o debate climático está parado na União Europeia. Os objetivos atuais da Comissão Europeia para 2030 estão longe de ser ambiciosos. “Merkel deve se comprometer e lutar pela expansão das energias renováveis e eficiência energética”, disse Martin Kaiser, especialista em mudanças climáticas do Greenpeace Internacional.
A chanceler alemã anunciou, no início de julho, que o tema das mudanças climáticas seria uma questão central de sua presidência no G7, grupo dos sete países mais desenvolvidos. No entanto, segundo Kaiser, “a Alemanha ainda financia a construção de termelétricas a carvão no exterior. É inaceitável que o país da transição energética continue incentivando energia suja em outros países e afirmando que se importa com a proteção do clima.”
O Diálogo do Clima de Petersburg é uma etapa importante no caminho para um tratado global de proteção climática que deve ser assinado em Paris, no final de 2015, e que deverá estabelecer medidas para conter as consequências das mudanças climáticas. Daqui até 2015, o Brasil também tem que fazer sua parte na discussão global sobre o clima.
Ainda este ano, o país terá que apresentar metas ambiciosas e concretas para redução de emissões para o período pós-2020. Historicamente, o desmatamento foi a principal fonte de emissões, mas o cenário brasileiro mudou. Setores como energia e agropecuária estão aumentando sua participação, demonstrando que não basta se comprometer com apenas uma das fontes, mas, sim, que o Brasil precisa de metas para todos os setores.
Legislação do futuro. Ou do passado?
Trabalhadores rurais de Açailândia, resgatados de carvoarias
que destroem a floresta amazônica no Maranhão (©Greenpeace/Ismar
Ingber).
A comemoração durou pouco. Depois de tramitar durante 19 anos no Legislativo brasileiro, a PEC do Trabalho Escravo (Proposta de Emenda à Constituição), que prevê o confisco de imóveis flagrados com trabalho escravo, finalmente aprovada em maio de 2014, corre o risco de ser enfraquecida e de se tornar, na verdade, um marco de retrocesso.
Está marcada para esta terça-feira, 15 de julho, a votação do parecer do texto que regulamentará a PEC e que detalhará como ela será colocada, de fato, em prática. A manobra de alguns congressistas, liderados pelo senador e relator da proposta de regulamentação da PEC, Romero Jucá (PMDB-RR), é a de tentar enfraquecer o conceito de trabalho escravo.
A proposta de Jucá também quer alterar o funcionamento da ‘Lista Suja’, cadastro de empregadores flagrados com mão de obra análoga à escrava mantida pelo Ministério do Trabalho que constitui importante instrumento de transparência e combate a esse crime. Pelo relatório proposto pelo senador será proibido incluir nomes nos cadastros antes de condenação judicial final sem mais direito a recurso, o que pode levar até 20 anos de tramitação. Ou seja, na prática, o cadastro que dá transparência aos 609 nomes de empregadores ‘sujos’ deverá ser esvaziado se a proposta de Jucá vingar.
Embora digam que defendem o combate ao trabalho escravo, não é de hoje que a bancada ruralista luta para enfraquecer iniciativas como a PEC. Em abril de 2014 a CNA - Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária- presidida até junho pela Senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), fez sua tentativa de anular a lista suja do trabalho escravo, entrando com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Katia é uma das principais defensoras desse projeto de Jucá usando como desculpa que o conceito é muito vago. Defende o fim do trabalho escravo desde que a bancada ruralista decida o que é trabalho escravo. Contudo, os trabalhadores escravizados não concordam com isso”, afirmou Adriana Charoux, da Campanha da Amazônia do Greenpeace Brasil.
Coincidentemente dois irmãos da senadora Kátia Abreu tiveram seus nomes envolvidos com flagrantes de escravidão em 2012 e 2013. A senadora preside a CNA e atualmente está afastada por causa de sua campanha eleitoral.
"É mais uma tentativa da bancada ruralista de desmontar a legislação que protege os direitos humanos e o governo federal tem a obrigação de atuar para pressionar e impedir que essa aberração seja aprovada”, continuou Charoux. O Brasil é reconhecido como uma referência na luta contra a escravidão contemporânea pelas Nações Unidas.
Mais de 46 mil trabalhadores foram resgatados da escravidão no Brasil desde 1995, principalmente na pecuária e na extração de madeira, atividades que se consolidaram como principais vetores de desmatamento e degradação florestal na Amazônia. Aliás, o Pará é ao mesmo tempo o Estado campeão de desmatamento e em número de empregadores na lista suja do trabalho escravo.
“Se queremos continuar defendendo os trabalhadores brasileiros, precisamos impedir qualquer tipo de flexibilização do conceito de trabalho escravo e da ‘Lista Suja’. É inaceitável que uma emenda progressista se transforme em legislação do passado”, completou Charoux.
A comemoração durou pouco. Depois de tramitar durante 19 anos no Legislativo brasileiro, a PEC do Trabalho Escravo (Proposta de Emenda à Constituição), que prevê o confisco de imóveis flagrados com trabalho escravo, finalmente aprovada em maio de 2014, corre o risco de ser enfraquecida e de se tornar, na verdade, um marco de retrocesso.
Está marcada para esta terça-feira, 15 de julho, a votação do parecer do texto que regulamentará a PEC e que detalhará como ela será colocada, de fato, em prática. A manobra de alguns congressistas, liderados pelo senador e relator da proposta de regulamentação da PEC, Romero Jucá (PMDB-RR), é a de tentar enfraquecer o conceito de trabalho escravo.
A proposta de Jucá também quer alterar o funcionamento da ‘Lista Suja’, cadastro de empregadores flagrados com mão de obra análoga à escrava mantida pelo Ministério do Trabalho que constitui importante instrumento de transparência e combate a esse crime. Pelo relatório proposto pelo senador será proibido incluir nomes nos cadastros antes de condenação judicial final sem mais direito a recurso, o que pode levar até 20 anos de tramitação. Ou seja, na prática, o cadastro que dá transparência aos 609 nomes de empregadores ‘sujos’ deverá ser esvaziado se a proposta de Jucá vingar.
Embora digam que defendem o combate ao trabalho escravo, não é de hoje que a bancada ruralista luta para enfraquecer iniciativas como a PEC. Em abril de 2014 a CNA - Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária- presidida até junho pela Senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), fez sua tentativa de anular a lista suja do trabalho escravo, entrando com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Katia é uma das principais defensoras desse projeto de Jucá usando como desculpa que o conceito é muito vago. Defende o fim do trabalho escravo desde que a bancada ruralista decida o que é trabalho escravo. Contudo, os trabalhadores escravizados não concordam com isso”, afirmou Adriana Charoux, da Campanha da Amazônia do Greenpeace Brasil.
Coincidentemente dois irmãos da senadora Kátia Abreu tiveram seus nomes envolvidos com flagrantes de escravidão em 2012 e 2013. A senadora preside a CNA e atualmente está afastada por causa de sua campanha eleitoral.
"É mais uma tentativa da bancada ruralista de desmontar a legislação que protege os direitos humanos e o governo federal tem a obrigação de atuar para pressionar e impedir que essa aberração seja aprovada”, continuou Charoux. O Brasil é reconhecido como uma referência na luta contra a escravidão contemporânea pelas Nações Unidas.
Mais de 46 mil trabalhadores foram resgatados da escravidão no Brasil desde 1995, principalmente na pecuária e na extração de madeira, atividades que se consolidaram como principais vetores de desmatamento e degradação florestal na Amazônia. Aliás, o Pará é ao mesmo tempo o Estado campeão de desmatamento e em número de empregadores na lista suja do trabalho escravo.
“Se queremos continuar defendendo os trabalhadores brasileiros, precisamos impedir qualquer tipo de flexibilização do conceito de trabalho escravo e da ‘Lista Suja’. É inaceitável que uma emenda progressista se transforme em legislação do passado”, completou Charoux.
Friday, July 11, 2014
Ajoelhou, tem que rezar
Foto: Greenpeace/Otávio Almeida
A desculpa é velha. E, pelo jeito, também é torta. Há alguns anos reduzindo o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para automóveis, o governo sempre usou a mesma justificativa: a medida vai gerar empregos e vai ser ótima para a economia do país. Nem tanto. Um estudo dos economistas Alexandre Porsse e Felipe Madruga, da UFPR (Universidade Federal do Paraná), mostra que, entre 2010 e 2013, os ganhos da medida para o PIB e geração de emprego foram pífios.
A pesquisa foi divulgada nesta sexta-feira, em matéria do jornal Valor Econômico. Segundo o levantamento, a contribuição positiva da desoneração do IPI dos carros para o PIB foi de apenas 0,02% ao ano, e no emprego, de 0,04% ao ano. O retorno para a economia brasileira, portanto, é baixíssimo diante dos custos para se gerar os subsídios.
E o pior: o ônus não vem com contrapartida dos fabricantes de veículos. Isso significa que, nos últimos anos, o governo vem passando a mão na cabeça da indústria sem que ela ofereça um retorno à sociedade. Igualzinho se faz com um filho mimado, conforme escreveu Sérgio Leitão, diretor de Políticas Públicas do Greenpeace, em artigo recente no Correio Braziliense.
Com tantos afagos, o mínimo que se espera da indústria brasileira de automóveis é que ela ofereça carros mais limpos e eficientes ao consumidor. Ou seja, que gastem menos combustível e emitam menos gases de efeito estufa. As mesmas marcas que produzem veículos por aqui já estão fazendo isso em outros mercados, como o europeu. Já passou da hora de dar esse passo no Brasil.
O Greenpeace está desafiando as principais montadoras brasileiras a produzir veículos mais limpos e eficientes no país. Saiba mais aqui.
A desculpa é velha. E, pelo jeito, também é torta. Há alguns anos reduzindo o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para automóveis, o governo sempre usou a mesma justificativa: a medida vai gerar empregos e vai ser ótima para a economia do país. Nem tanto. Um estudo dos economistas Alexandre Porsse e Felipe Madruga, da UFPR (Universidade Federal do Paraná), mostra que, entre 2010 e 2013, os ganhos da medida para o PIB e geração de emprego foram pífios.
A pesquisa foi divulgada nesta sexta-feira, em matéria do jornal Valor Econômico. Segundo o levantamento, a contribuição positiva da desoneração do IPI dos carros para o PIB foi de apenas 0,02% ao ano, e no emprego, de 0,04% ao ano. O retorno para a economia brasileira, portanto, é baixíssimo diante dos custos para se gerar os subsídios.
E o pior: o ônus não vem com contrapartida dos fabricantes de veículos. Isso significa que, nos últimos anos, o governo vem passando a mão na cabeça da indústria sem que ela ofereça um retorno à sociedade. Igualzinho se faz com um filho mimado, conforme escreveu Sérgio Leitão, diretor de Políticas Públicas do Greenpeace, em artigo recente no Correio Braziliense.
Com tantos afagos, o mínimo que se espera da indústria brasileira de automóveis é que ela ofereça carros mais limpos e eficientes ao consumidor. Ou seja, que gastem menos combustível e emitam menos gases de efeito estufa. As mesmas marcas que produzem veículos por aqui já estão fazendo isso em outros mercados, como o europeu. Já passou da hora de dar esse passo no Brasil.
O Greenpeace está desafiando as principais montadoras brasileiras a produzir veículos mais limpos e eficientes no país. Saiba mais aqui.
Viral do Greenpeace é tirado do YouTube
O vídeo do Greenpeace “LEGO: Nem Tudo é Incrível”, um viral que somava mais de três milhões de visualizações nos últimos dias, foi tirado do YouTube sob pretexto de quebra de direitos autorais da Warner Bros. Criado com o objetivo de satirizar um assunto relevante para a sociedade, o vídeo foi transferido para o Vimeo.
Idealizado pela Don’t Panic, agência vencedora do BAFTA (Academia Britânica de Artes para Filmes e TV), o filme mostra um Ártico de LEGO sendo destruído pelo petróleo da Shell. Como trilha, uma paródia da música “Everything is Awesome” (Tudo é Incrível, em inglês), usada no filme oficial da LEGO. A ideia é destacar a conivência da LEGO na ameaça ao Ártico, promovendo a controversa marca da Shell em seus brinquedos.
“Vendo como agiram com o vídeo, acredito que nossa pauta chegou nas salas de reunião de algumas grandes empresas. Mas essa tentativa de nos silenciar será em vão”, explica Ian Duff, coordenador da campanha Salve o Ártico. “A LEGO diz que quer deixar um mundo melhor para as crianças, mesmo que em parceria com uma das empresas mais poluidoras do planeta, que agora avança sobre o Ártico”, completa.
Direitos autorais
O Greenpeace vai recorrer à acusação, o que pode levar em torno de dez dias para ser resolvido segundo as normas do YouTube. O argumento é claro: o vídeo foi usado para satirizar e parodiar, sendo usado para interesse público, o que o coloca sob o direito de liberdade de expressão. De acordo com a pesquisa do YouTube, existem outros 772 vídeos no site que usam a música “Everything is Awesome” e diversos outros personagens do longa-metragem da LEGO.
A ONG já teve outros problemas com direitos autorais no passado: uma campanha em vídeo retratando os personagens da saga Star Wars foi tirada do ar e posteriormente liberada após o questionamento do Greenpeace. Por isso é importante ressaltar que o vídeo “LEGO: Nem Tudo é Incrível” deve ser espalhado pelas redes sociais massivamente.
Por fim, os colaboradores do Greenpeace vão receber um e-mail reiterando o pedido de espalhar essa mensagem, seja mandando mensagens à LEGO ou compartilhando o vídeo cada vez mais.
Assine a petição da campanha para que a Lego desmonte essa parceria com a Shell. Acesse.
Thursday, July 10, 2014
Responde direito, LEGO
Muitos dos que enviaram seus pedidos à LEGO, pedindo que a empresa de brinquedo desmanche sua parceria com a petrolífera Shell, estão recebendo uma resposta padrão em inglês, parecida com a que nós do Greenpeace recebemos.
A nossa resposta, que pode ser vista aqui, exalta a contradição da LEGO em acusar o Greenpeace de usá-la como uma ferramenta para atingir a Shell. É bem verdade que a própria LEGO é usada pela petrolífera como um distração para suas arriscadas operações no Ártico, que vem gerando diversas críticas de ONGs e órgãos reguladores internacionais.
A LEGO é uma das empresas de brinquedo mais admiradas e amadas, e a Shell sabe que essa união não vai somente aumentar seus lucros, mas também alavancar a reputação da companhia, conhecida pelas atividades negligentes no Ártico.
Essa não é a solução que queremos da LEGO: é preciso que ela desfaça o contrato com uma das maiores petrolíferas do mundo!
Por isso é necessário continuar trabalhando pela defesa do Ártico. Seja por e-mail, pelas redes sociais ou assinando a petição. Vamos fazer com que nossos pedidos sejam ouvidos! A LEGO não pode tirar sua responsabilidade dessa parceria.
O que significa essa união?
Shell e LEGO possuem uma parceria há mais de 30 anos. O último contrato firmado entre a empresa de brinquedos infantis e a Shell foi em 2011. Você deve se lembrar dessa promoção: abasteça em um posto Shell e ganhe uma miniatura Ferrari feita de LEGO.
Essa promoção conjunta aconteceu em 33 países e rendeu $ 116 milhões em publicidade para a Shell, além da venda de 16 milhões de carrinhos de brinquedo, fazendo dessa a maior parceria promocional da LEGO. Enquanto durou a promoção, a venda de combustíveis da Shell aumentou em 7,5%. Mais informações nesse vídeo da agência de propaganda da Shell, Iris International.
Por isso que devemos continuar nosso pedido de rompimento da união entre duas empresas tão diferentes: uma voltada para o publico infantil, e a outra para a exploração de combustíveis fósseis em áreas controversas, como o Ártico. É nossa obrigação, como sociedade civil, pedir por um futuro melhor para nossas crianças.
* Fabiana Alves é coordenadora da campanha Salve o Ártico do Greenpeace Brasil.
Brasil na contramão
Foto: Greenpeace/Otávio Almeida
A indústria automobilística pode amargar o fechamento de 2014 em queda. Mesmo com a renúncia fiscal de R$ 1,6 bilhões concedida com a redução de IPI, a previsão é de que o setor feche o ano sem crescimento e com uma queda estimada de 10%. A estratégia de encarar o Brasil como um mercado ilimitado começa a dar sinais de fraqueza.
O editorial da Folha de S. Paulo de hoje aponta que enquanto países como o México se firmam como mercados exportadores de automóveis, o Brasil foca quase que exclusivamente no mercado interno. Além disso, os carros aqui produzidos não contam com tecnologia de ponta e não têm aceitação global. Um dos fatores a ser destacado é que agora que a discussão sobre carros mais eficientes tem se tornado central, com países estabelecendo metas de eficiência energética mais rigorosas, os carros brasileiros ainda encontrariam barreiras caso tivéssemos o foco em exportação.
A rentabilidade da operação das montadoras do país, no entanto, ainda é maciça. O mesmo editorial aponta que de 2010 a maio de 2014, essas mesmas montadoras submeteram às suas sedes cerca de US$ 16 bilhões em lucros. O desafio do aquecimento global é de todos e cabe à industria investir nas melhores tecnologias onde quer que operem. Em outros mercados fora do Brasil, essas montadoras terão que obrigatoriamente produzir carros mais eficientes.
É inaceitável que essas adaptações não sejam trazidas para o Brasil - atualmente quarto mercado consumidor do mundo. Carros que consomem menos combustível podem ser benéficos não só aos consumidores e ao meio ambiente - mas também às contas do país. O Brasil não é um pátio sem fim para escoamento de carros com tecnologia defasada.
Para saber mais sobre a campanha do Greenpeace por carros mais eficientes e limpos, clique aqui.
A indústria automobilística pode amargar o fechamento de 2014 em queda. Mesmo com a renúncia fiscal de R$ 1,6 bilhões concedida com a redução de IPI, a previsão é de que o setor feche o ano sem crescimento e com uma queda estimada de 10%. A estratégia de encarar o Brasil como um mercado ilimitado começa a dar sinais de fraqueza.
O editorial da Folha de S. Paulo de hoje aponta que enquanto países como o México se firmam como mercados exportadores de automóveis, o Brasil foca quase que exclusivamente no mercado interno. Além disso, os carros aqui produzidos não contam com tecnologia de ponta e não têm aceitação global. Um dos fatores a ser destacado é que agora que a discussão sobre carros mais eficientes tem se tornado central, com países estabelecendo metas de eficiência energética mais rigorosas, os carros brasileiros ainda encontrariam barreiras caso tivéssemos o foco em exportação.
A rentabilidade da operação das montadoras do país, no entanto, ainda é maciça. O mesmo editorial aponta que de 2010 a maio de 2014, essas mesmas montadoras submeteram às suas sedes cerca de US$ 16 bilhões em lucros. O desafio do aquecimento global é de todos e cabe à industria investir nas melhores tecnologias onde quer que operem. Em outros mercados fora do Brasil, essas montadoras terão que obrigatoriamente produzir carros mais eficientes.
É inaceitável que essas adaptações não sejam trazidas para o Brasil - atualmente quarto mercado consumidor do mundo. Carros que consomem menos combustível podem ser benéficos não só aos consumidores e ao meio ambiente - mas também às contas do país. O Brasil não é um pátio sem fim para escoamento de carros com tecnologia defasada.
Para saber mais sobre a campanha do Greenpeace por carros mais eficientes e limpos, clique aqui.
Inspirados pela história
Hoje faz 29 anos que o Rainbow Warrior foi bombardeado pelo serviço
secreto francês no porto de Auckland, na Nova Zelândia, durante uma
campanha contra testes nucleares franceses no oceano Pacífico
Hoje completa-se 29 anos do bombardeio do Rainbow Warrior (© Greenpeace/John Miller)
Era quase meia-noite do dia 10 de julho de 1985 quando duas bombas explodiram afundando o navio do Greenpeace Rainbow Warrior e matando o fotógrafo português Fernando Pereira, que tinha acabado de completar 35 anos e era pai de duas crianças. Apenas dois agentes secretos franceses que participaram da ação foram julgados e condenados a cerca de 10 anos de prisão, mas liberados em menos de três anos.
O navio, que carregava a mensagem Nuclear Free Pacific (Pacífico livre de Nuclear), estava na Nova Zelândia para protestar contra testes nucleares franceses no Pacífico. Durante sua trajetória, testemunhou crimes ambientais em todo mundo, promovendo a paz e capacitando as pessoas para agir pelo futuro do planeta e para o bem das futuras gerações. Tornou-se um símbolo de ação não-violenta.
O nome Rainbow Warrior foi inspirado numa profecia indígena norte-americana que previu a destruição do meio ambiente pela ação dos homens e o surgimento dos Guerreiros do Arco-Íris, que seriam os defensores do planeta: "Quando o mundo estiver doente e morrendo, o povo se levantará como Guerreiros do Arco-íris", diz a profecia.
O bombardeio encerrou a trajetória do primeiro Rainbow Warrior, que hoje jaz no fundo do mar da Ilha Cavalli, na Nova Zelândia, como recife artificial. Ele foi substituído pelo Rainbow Warrior II, que por 22 anos fez campanha por um futuro verde e pacífico enfrentando protestos e ações contra a caça de baleias, testes nucleares, o aquecimento global e outros crimes ambientais. Ele foi aposentado em agosto de 2011.
Em outubro do mesmo ano, o novo Rainbow Warrior, que tem como projeto pioneiro ser um barco sustentável, com reduzida emissão de carbono, navegou pela primeira vez mantendo o espírito original do guerreiro do arco-íris.
Hoje completa-se 29 anos do bombardeio do Rainbow Warrior (© Greenpeace/John Miller)
Era quase meia-noite do dia 10 de julho de 1985 quando duas bombas explodiram afundando o navio do Greenpeace Rainbow Warrior e matando o fotógrafo português Fernando Pereira, que tinha acabado de completar 35 anos e era pai de duas crianças. Apenas dois agentes secretos franceses que participaram da ação foram julgados e condenados a cerca de 10 anos de prisão, mas liberados em menos de três anos.
O navio, que carregava a mensagem Nuclear Free Pacific (Pacífico livre de Nuclear), estava na Nova Zelândia para protestar contra testes nucleares franceses no Pacífico. Durante sua trajetória, testemunhou crimes ambientais em todo mundo, promovendo a paz e capacitando as pessoas para agir pelo futuro do planeta e para o bem das futuras gerações. Tornou-se um símbolo de ação não-violenta.
O nome Rainbow Warrior foi inspirado numa profecia indígena norte-americana que previu a destruição do meio ambiente pela ação dos homens e o surgimento dos Guerreiros do Arco-Íris, que seriam os defensores do planeta: "Quando o mundo estiver doente e morrendo, o povo se levantará como Guerreiros do Arco-íris", diz a profecia.
O bombardeio encerrou a trajetória do primeiro Rainbow Warrior, que hoje jaz no fundo do mar da Ilha Cavalli, na Nova Zelândia, como recife artificial. Ele foi substituído pelo Rainbow Warrior II, que por 22 anos fez campanha por um futuro verde e pacífico enfrentando protestos e ações contra a caça de baleias, testes nucleares, o aquecimento global e outros crimes ambientais. Ele foi aposentado em agosto de 2011.
Em outubro do mesmo ano, o novo Rainbow Warrior, que tem como projeto pioneiro ser um barco sustentável, com reduzida emissão de carbono, navegou pela primeira vez mantendo o espírito original do guerreiro do arco-íris.
(Mini) Protestos no Brasil
Masp concentra as manifestações; vídeo lançado terça-feira já conta com mais de 1 milhão de visualizações; petição, em 3 dias, tem 300 mil assinaturas
Após os pequenos cidadãos das Legolândias do mundo inteiro se levantarem contra a parceria comercial da LEGO com a Shell, supostamente um artifício para desviar atenção das controversas operações da petrolífera no Ártico, foi a vez de o Brasil ser palco dos “mini protestos”.
Um grupo de voluntários LEGO do Greenpeace bloqueou um caminhão-tanque da Shell em frente ao Masp, em São Paulo, enquanto um grupo marchava ali na Av. Paulista. Eles pedem que a parceria LEGO-Shell seja desfeita, uma vez que isso coloca a empresa de brinquedos numa situação desfavorável referente à proteção do Ártico.
Vale ressaltar que a Shell, assim como outras grandes companhias, se camufla atrás de empresas que têm boa reputação no mercado para continuar trabalhando de forma ilegal. Assim, essas empresas geram milhões de elogios para as operações da Shell. Esse apoio é totalmente injustificável de acordo com os princípios ambientais adotados pela própria LEGO, que elenca em seus princípios “garantir o direito da criança crescer em um ambiente saudável”.
Em comunicado, a Shell divulgou que seu contrato de US$ 116 milhões de dólares com a LEGO resultou num aumento de 7,5% nas vendas da empresa de petróleo.
Assine a petição da campanha para que a Lego desmonte essa parceria com a Shell. Acesse.
Após os pequenos cidadãos das Legolândias do mundo inteiro se levantarem contra a parceria comercial da LEGO com a Shell, supostamente um artifício para desviar atenção das controversas operações da petrolífera no Ártico, foi a vez de o Brasil ser palco dos “mini protestos”.
Um grupo de voluntários LEGO do Greenpeace bloqueou um caminhão-tanque da Shell em frente ao Masp, em São Paulo, enquanto um grupo marchava ali na Av. Paulista. Eles pedem que a parceria LEGO-Shell seja desfeita, uma vez que isso coloca a empresa de brinquedos numa situação desfavorável referente à proteção do Ártico.
Vale ressaltar que a Shell, assim como outras grandes companhias, se camufla atrás de empresas que têm boa reputação no mercado para continuar trabalhando de forma ilegal. Assim, essas empresas geram milhões de elogios para as operações da Shell. Esse apoio é totalmente injustificável de acordo com os princípios ambientais adotados pela própria LEGO, que elenca em seus princípios “garantir o direito da criança crescer em um ambiente saudável”.
Em comunicado, a Shell divulgou que seu contrato de US$ 116 milhões de dólares com a LEGO resultou num aumento de 7,5% nas vendas da empresa de petróleo.
Assine a petição da campanha para que a Lego desmonte essa parceria com a Shell. Acesse.
Subscribe to:
Posts (Atom)