A abertura, feita pelo Coral Tekoa Pyau, do povo Guarani M´bya da Terra Indígena Jaraguá, deixou claro que as ameaças às nossas florestas permeariam diversas das falas e também das manifestações artísticas.
Os ataques do governo federal à Amazônia, aos povos indígenas, à diversidade, à cultura, à educação e aos direitos sociais uniu uma multiplicidade de movimentos. Entre eles, a universidade, os movimentos sociais, indígenas, organizações representantes da luta ambiental, porta-vozes de diversas religiões e da classe artística brasileira.
O encontro teve o simbolismo de ter sido realizado no Teatro que guarda em sua história a luta contra a repressão dos anos da ditadura militar, e representou um marco de união para lutar contra a ameaça à democracia e ao direitos da sociedade brasileira.
Como participantes da mesa socioambiental, falamos sobre a importância da proteção da floresta e do combate às mudanças climáticas. “O que acontece na Amazônia não fica só na Amazônia. A gente sente as consequências através das secas e dos eventos extremos, e quem mais sofre com isso são aqueles que menos contribuem para essas alterações provocadas pelas mudanças climáticas”, disse Fabiana Alves, coordenadora do Projeto Clima do Greenpeace Brasil.
Ao final, Fabiana convocou a todos para a Greve Global pelo Clima, uma grande mobilização marcada para o próximo dia 20 de setembro em várias regiões do país, que tem como objetivo chamar a atenção de toda a população, governantes e empresas para a luta contra a crise climática e a importância de defendermos um dos nossos maiores patrimônios, fundamental para a manutenção do clima global, a Amazônia.
O palco socioambiental também teve a participação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da Coiab, Ação Educativa e SOS Mata Atlântica.
Nara Baré, representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), chamou a atenção para o olhar de quem está nas cidades. “Foi preciso São Paulo escurecer para vocês e o mundo enxergarem a Amazônia em chamas. O Brasil nunca foi descoberto, ele foi saqueado, massacrado e invadido. E continua sendo invadindo e continuam tentando tirar nosso território. Todos nós temos responsabilidade sobre a nossa casa comum”, afirmou.
O último momento, destinado às artes, contou com falas da cineasta Lais Bodansky, do ator Sérgio Mamberti, do presidente da Cooperativa Paulista de Dança, Sandro Borelli, do MC de RAP do Slam da Ponta, Lucas Afonso, e de Eugênio Lima, da Cia Bartolomeu de Teatro. Na sequência, apresentações musicais de Marcelo Jeneci, Junú e Junior Barreto encerraram a noite.
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