Agora, seis profissionais de mergulho realizaram uma façanha que parecia também impossível: mergulhar nos Corais da Amazônia, a 100 metros de profundidade, para registrá-los com imagens em alta resolução e coletar amostras biológicas para saber mais sobre esse ecossistema recém-revelado e já tão ameaçado por empresas, como a britânica BP, que querem explorar petróleo nessa região.
“Esses mergulhos são particularmente desafiadores: a água é carregada de sedimentos do rio Amazonas, as correntes são muito fortes e não tínhamos visibilidade quando começamos a descer. Mas valeu totalmente a pena quando as luzes revelaram os Corais da Amazônia. É um paraíso de vida, um tesouro da biodiversidade explorado pela primeira vez pelos humanos e seus mistérios estão apenas começando a ser revelados”, disse o mergulhador e fotógrafo Alexis Rosenfeld.
Explorar uma região como essas, como querem a petroleira BP e o governo brasileiro, além de ameaçar riquezas que ainda não foram completamente conhecidas e estudadas pela ciência, é um enorme problema para o clima global. Uma nova análise realizada pelo Greenpeace mostrou que queimar reservas de petróleo na região seria o equivalente a oito anos de desmatamento na Amazônia, considerando o desmatamento de 2016. Segundo estimativas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o fundo do mar das proximidades dos Corais da Amazônia no Brasil contém 14 bilhões de barris de petróleo, equivalente a 5,2 Gt de CO2. Confira o infográfico abaixo.
“Nós estamos em uma emergência climática e não podemos nos dar ao luxo de perfurar e queimar mais petróleo”, diz Thiago Almeida, porta-voz da campanha Corais da Amazônia. “Oceanos saudáveis são essenciais no combate à crise climática e a perfuração de petróleo pode ser devastadora para os oceanos, para o clima e para toda a humanidade”.
Precisamos proteger pelo menos 30% dos oceanos, das áreas costeiras até o alto mar para salvar o clima e combater a perda de biodiversidade. Governos precisam agir com urgência para criar um forte Tratado Global dos Oceanos em 2020. Assine a petição
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