Monday, September 2, 2019

Focos de queimadas aumentam 106% após decreto que proíbe uso do fogo

por Greenpeace Brasil

Apenas proibir queimadas, sem que medidas concretas de proteção da Amazônia sejam tomadas, não será suficiente para acabar com os incêndios que ameaçam a floresta
Diversas queimadas e focos foram registrados durante sobrevoo no dia 24 de agosto de 2019, em Porto Velho, Rondônia © Victor Moriyama / Greenpeace
Como resposta às queimadas na Amazônia, o presidente Jair Bolsonaro assinou, no último dia 28, o decreto que proíbe por 60 dias o uso do fogo no Brasil. No entanto, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, nas primeiras 24 horas após a assinatura, o número de focos de queimadas aumentou 106% na região.
A proibição das queimadas é importante, porém a medida por si só não é suficiente para resolver o problema do fogo na Amazônia. “Esses números são a evidência mais concreta de que não será por decreto que Bolsonaro controlará a onda de fogo que varre a Amazônia”, diz Danicley de Aguiar, da campanha de Amazônia do Greenpeace. “O decreto precisa ser acompanhando de medidas reais e efetivas de comando e controle na região e associado a uma estratégia consistente de fiscalização e monitoramento, coordenada pelo Ibama e ICMBio”, completa ele.
Ainda segundo os dados do Inpe, entre janeiro e julho de 2019, 1.862.900 hectares foram queimados na Amazônia, o que equivale a aproximadamente 3x a área da cidade de Brasília. “Dado o histórico de ilegalidade na Amazônia, fica evidente que quem atua de forma ilegal não tem a menor intenção de solicitar autorização ou mesmo cumprir as leis ou um decreto presidencial”, afirma Danicley. “Tão importante quanto controlar os incêndios, seria o governo Bolsonaro decretar o fim da agenda anti-ambiental que ele mesmo vem promovendo desde que assumiu seu mandato”, conclui ele.

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