Elaborado por mais de 100 cientistas especialistas em clima, o relatório contém dados sobre os impactos da emergência climática nos oceanos e na criosfera (partes de água congelada do planeta).
As estimativas são alarmantes: se a temperatura do planeta aumentar em mais de 3°C, até o ano de 2100, o nível do mar vai subir até um metro, forçando a retirada de milhões de pessoas de áreas costeiras.
Além disso, os cientistas concluíram que, mesmo se for possível frear a velocidade do aquecimento global e a temperatura média do planeta subir no máximo 1,5°C, vamos perder até 90% dos corais que vivem nas áreas mais quentes dos oceanos.
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Golfinhos cabeça-de-melão nadam livremente na região dos Corais da Amazônia © Pierre Baelen / Greenpeace
Porque a vida marinha pode nos ajudar. Ela absorve e estoca carbono em locais remotos do oceano. Plantas de áreas costeiras, como as dos manguezais e das restingas, estocam carbono no solo sedimentado subaquático. A cadeia alimentar da fauna marinha também acumula o carbono nos corpos dos animais, e depois que eles morrem, a maior parte desse carbono vai parar nas profundezas do leito marinho. É vital que protejamos as áreas onde o carbono é estocado e as áreas de oceano aberto, ou a crise climática vai piorar.
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Vazamento
de óleo provocado pela empresa estatal de óleo e gás Pertamina em área
de mangue em Karawang, na ilha de Java, Indonésia © Jurnasyanto Sukarno /
Greenpeace
E a ameaça do petróleo vai além das suas contribuições para as emissões que agravam as mudanças climáticas. Enquanto um derramamento de petróleo pode causar danos irreversíveis aos ecossistemas, empresas como a britânica BP querem explorar ainda mais petróleo e em áreas extremamente sensíveis do ponto de vista socioambiental. A BP é a empresa que quer perfurar perto do sistema recifal conhecido como Corais da Amazônia – o Greenpeace vem fazendo uma campanha há quase três anos para impedir que isso aconteça.
Neste exato momento, o navio Esperanza do Greenpeace está na Guiana Francesa, que faz fronteira com o Amapá, no norte do Brasil, documentando a biodiversidade e megafauna da região, assim como mapeando novas áreas onde há recifes – em 2018, o Greenpeace descobriu que os Corais da Amazônia estão presentes também na Guiana Francesa. Agora em 2019, cientistas franceses a bordo do nosso navio puderam confirmar assuntos que vinham estudando, por exemplo, que a região é área de reprodução de baleias Jubarte e área de alimentação de outras espécies de baleias e golfinhos.
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Esta é a primeira foto em alta resolução dos Corais da Amazônia, a 100 metros de profundidade © Alexis Rosenfeld
Essa ampla proteção terá um impacto profundo na saúde dos oceanos, ajudando a vida marinha a se recuperar das pressões do ser humano e a prosperar com liberdade. Oceanos saudáveis reduzirão o impacto das mudanças climáticas e darão suporte para a vida no planeta Terra.
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Cardume fotografado na região dos Corais da Amazônia, próxima à costa do Amapá © Pierre Baelen / Greenpeace
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O
navio Esperanza, do Greenpeace, que levou cientistas e mergulhadores
para pesquisar sobre os Corais da Amazônia, no norte do Brasil © Pierre
Baelen / Greenpeace
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