O texto, que segue agora para sanção de Temer, permite transferência de
terras da União a especuladores fundiários e anistia grileiros, gerando
mais desmatamento e violência
O trator de destruição ambiental dirigido pela
bancada ruralista e pelo presidente Temer continua a todo vapor. Nesta
quarta (31), o Senado aprovou a polêmica Medida Provisória (MP) 759
sobre regularização fundiária e urbana. Conhecida como a MP da Grilagem,
a proposta - a aprovada na Câmara na semana passada e que segue agora
para sanção presidencial -, abre a possibilidade de transferência de
terras da União a grandes especuladores fundiários, anistia grileiros de
terras, enfraquece a reforma agrária e acaba com o conceito de uso
social da terra. Com isso, a medida resultará em aumento do desmatamento
de florestas, a disputa pela posse de terras e, consequentemente, a
violência no campo.
O texto foi enviado ao Congresso sem nenhuma
participação da sociedade e de estudiosos da área. “A medida reformula e
revoga uma série de legislações sobre regularização fundiária que vem
sendo discutidas há décadas. Anular décadas de trabalho e instituir
novas regras via MP, sem nenhuma consulta pública e sem envolver
especialistas, é uma aberração”, avalia Marcio Astrini, coordenador de
Políticas Públicas do Greenpeace.
Para o Ministério Público Federal (MPF), a medida não
respeita a Constituição. “A previsão de indenização mediante pagamento
em dinheiro por desapropriações para fins de reforma agrária é
inconstitucional”, afirma o MPF em nota.
A MP 759 faz parte de um pacote de medidas patrocinado pela
bancada ruralista, que visam beneficiar grileiros, vender terras do
país aos estrangeiros, acabar com a reforma agrária, liberar
agrotóxicos, flexibilizar o Licenciamento Ambiental e acabar com
Unidades de Conservação. Na semana passada o Senado aprovou também as
MPs 756 e 758, que reduzem a proteção de quase 600 mil de hectares de
florestas – o equivalente a quatro vezes a cidade de São Paulo. “A cada
canetada, áreas deixam de ser protegidas, indo para as mãos de grileiros
e, por fim, podendo ser vendidas a estrangeiros. Não são ações
isoladas. São articuladas e todas conversam com a destruição”, analisa
Astrini.
Diante desse cenário, mais de 140 organizações e entidades
ambientalistas, indígenas, de direitos humanos e do campo se uniram no
#Resista, movimento de resistência contra os retrocessos ruralistas.
Neste momento, precisamos nos unir e exigir que Temer impeça que
absurdos como as MPs 756, 758 e 759 entrem em vigor. Junte sua voz a
esse movimento e mande um recado direto para o presidente nas redes
sociais pedindo #vetatudo.
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